{ 𝑪𝑨𝑷𝑰𝑻𝑼𝑳𝑶 55 - Planos II }

610 75 19
                                    

- Senhorita - a enfermeira diz entrando no quarto sorridente segurando sua prancheta e abrindo as cortinas do leito me fazendo sair de meus pensamentos.

Estava acordada a um bom tempo já, mas como estou em um hospital acamada não tem outra coisa pra se fazer além de fanficar algo na cabeça e remoer pensamentos .

Olho para a enfermeira que vem até mim desligando , desconectando e retirando os aparelhos de mim o que me faz ficar levemente feliz e extremamente nervosa . Eu estou bem isso é ótimo mas agora terei que voltar pra " casa " .

- A senhorita está novinha em folha , pode se trocar no banheiro , seu pai disse que dois tios seus iriam vir te buscar qualquer coisa só apertar o botão - ela balança um controle que foi meu " parceiro " durante esses dias no hospital .

Ela sai do quarto e eu pego a mochila que ela deixou na cadeira . Vou até o banheiro e me olho no espelho tomando um leve susto .

- Alguém chama os Winchester - digo puxando meus cabelos para trás e me aproximando do espelho para ver meu rosto mais de perto - tem um fantasma no meu espelho - digo levemente humorada .

Resolvo ligar para os garotos antes mas logo batidas são ouvidas na porta do quarto .

- OI ? - grito do banheiro.

- VAMOS EMBORA - um homem grita , claramente é o meu " tio "

- ESTOU ME TROCANDO - grito de volta .

- 10 MINUTOS - ele grita autoritário o que me faz arrepiar da cabeça aos pés.

Dito isso pego o celular rapidamente e disco o número de Arisu, acho que o celular já está tão familiarizado com o número do branquelo que é capaz de começar a ligar sozinho .

[...]

- GENTE , GENTE , GENTE - Arisu desce ou melhor , " voa" escada abaixo pela velocidade que ele utilizou seus pés nem encostaram direito em mais de 4 degraus .

- Fala - os meninos olham pra ele curiosos e alarmados pela euforia do colega .

- Ela recebeu alta e tá indo embora - Os garotos se entreolham - a gente vai ter que rever esse plano todo agora .

- Merda - Toshio diz - tá , calmo - ele se levanta do sofá e começa a andar pela sala de estar - é muito provável de que ele não leve ela pra casa .

- E pra onde ela vai então ? - Chifuyu pergunta .

- Pro abatedouro - ele diz sério olhando para os garotos com os braços cruzados o fazendo parecer maior do que ele normalmente é - ou melhor dizendo , a cabana no meio da mata que ele usa pra dar fim nos " porcos " - ele faz aspas com os dedos .

- Que merda - Draken diz - e agora ? O que a gente faz agora ?

- Vamos arrumar tudo pra amanhã - Jay diz se levantando - mochila , plano , cabecinha , tudo .

Os garotos rapidamente começam andar pela casa pegando suas coisas que haviam ficado espalhadas durante o dia pelo local e organizando para a " missão " .

[...]

- Ei - digo sentada no banco da Ecosport prata que ia por um caminho totalmente diferente do que eu acho que me lembro - pra onde estão me levando ? - tento me mexer mas não consigo .

Esqueci de mencionar mas no momento estou com uma bela camisa de força branca prendendo meus braços , algemas nos pés e o cinto do carro pelo menos , se ele bater essa merda eu fico segura ... Eba .

- Não mexa na porra do som da merda do meu carro pivete - O cara que dirigia diz para o outro que estava do seu lado no banco de passageiro - eu já vim com essa merda desse volume no talo pela rua até o hospital, se você ligar esta bosta de novo eu sumo com você por conta própria.

O rapaz levanta as mãos em sinal de rendição e cruza eles sobre o peito . Não consigo ver seu rosto . Ele por algum motivo usa uma máscara cirúrgica preta no rosto , óculos de sol num dia consideravelmente fresco e sem sol e o capuz de seu moletom sobre a cabeça.

Como consegui ver que ele utilizava isso ? Sua pequena virada para trás a alguns minutos quando entrei no carro .

Não tinha visto esse cara na casa , mas seu perfume não me estranho , mesmo que esse cheiro insuportável de maconha venha junto com ele , já o senti em algum lugar ...

- A ... Vão me ignorar mesmo , entendi - digo balançando a cabeça concordando com meu pensamento e olho pela janela .

Passávamos por um grande viaduto que me proporcionou uma bela vista da cidade do Rio, caso eu não estivesse nessa situação seria um belo passeio .

- Vamos entrar na estrada - O cara do volante avisa .

Um tapa ou será que era um soco ? Apenas uma dor aguda na cabeça e eu caí inconsciente no banco , sem ouvir e ver nada .

[...]

- Finalmente caralho - o rapaz que escondia o rosto diz retirando o capuz e os outros acessórios que o camuflaram durante o tempo - tava chato já .

- Garoto tu tá fedendo a maconha cala a boca - o homem que ia no banco de traz diz enquanto ajeitava a garota no banco - sabe nem o que tá falando .

- Idiota - O garoto diz .

- Bastardo - O homem retruca .

- Calem a merda da boca - o que dirigia diz ameaçador olhando para ambos pelo reflexo do espelho e de canto de olho .

[...]

- Tá, recapitulando uma última vez - Baji diz .

- Okay , comece - Toshio diz .

- Acordamos as 4 da manhã - Baji diz apontando para a grande cartolina na mesa onde todo o plano estava traçado - vamos até o porto de Tokyo , esperamos os funcionários e as pessoas saírem pra tomar um arzinho em terra firme por que é um navio de turismo , entramos escondidos , vamos pro Brasil e de lá a gente improvisa ?

- Não é improvisar - Toshio retruca

- Ah - Baji cruza os braços - Tirar um carro do cu , entrar numa estrada que agente não conhece e achar uma cabana que fica aonde judas perdeu as botas não é improvisar ?

- Não , eu detalhei essa parte na hora de explicar mas você cochilou no meio dela - Arisu diz pro moreno que o olha com total cara de paisagem.

- Ah - o moreno diz .

- Tá, nós temos armas ? - Jay pergunta .

- As mãos não servem ? - Draken pergunta .

- Não - Toshio diz - Nos estamos em 6 adolescentes que só sabem briga de rua , eles são mais de 300 caras armados até os dentes que batem pra valer - apoia na mesa - tu acha que nossos tapas de mulherzinha vão resolver alguma coisa se trombar com eles ?

- Tá bom gênio eu já entendi - Draken diz revirando os olhos bufando levemente.

- Mais alguma coisa que a gente precise saber ? - Chifuyu pergunta .

- Teodoro tem um filho - Toshio diz juntando as coisas da mesa - South Terano o nome , ele é um filho da puta .

- Filho da puta de que forma ? - Arisu pergunta.

- De todas - Toshio se senta - o cara tem a nossa idade mais ou menos , um ou dois anos mais novo talvez , ele anda com aquela merda da metralhadora dele pendurada nas costas como se fosse uma mochila e fica assustando mulheres e crianças da comunidade como se fosse o maioral ali , mas ele se treme todo se o Teodoro respira um pouco mais pesado perto dele .

- Quando a gente acha que vai ter uma luz - Draken começa - alguém quebra a porra da lâmpada.

🔻🔻🔻🔻🔻🔻🔻🔻🔻🔻🔻🔻🔻🔻🔻🔻🔺🔺🔺🔺🔺🔺🔺🔺🔺🔺🔺🔺🔺🔺🔺🔺

༒︎ 𝐆𝐀𝐍𝐆𝐔𝐄 𝐓𝐑𝐀𝐈𝐆𝐎𝐍 𝐃𝐄 𝐓𝐎𝐊𝐘𝐎 ༒︎Onde histórias criam vida. Descubra agora