4 - Primeiras impressões

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            Eu já estava acostumada com as coreografias das valsas. E dançar com meu irmão era fácil. Ele sabia conduzir. Em seus atos não havia hesitação. Ele era sempre seguro. E isso me deixava tranquila. 

           _ É isso! Aula encerrada. Nos vemos amanhã. _ a instrutora disse. 

           Naquela aula tínhamos um casal de professores. Para nos servir de referência. Tanto ela, quanto ele, eram originais. E suas vestes nos ajudava a entrar no clima clássico daquela época. 

           De mãos dadas, eu e meu irmão fomos para a nossa aula de combate. Aquele prédio tinha várias salas para os mais variados níveis. De calouro a veterano. E subindo a escada nós vimos nossos primos entrando na sala deles. 

            Os tatames já estavam dispostos no chão e o instrutor aguardava de braços cruzados. Tínhamos que deixar as mochilas no armário. E trocar de roupa. Usando um kimono para facilitar na execução dos movimentos. Não foi assim desde o início. Mas com o tempo as aulas foram evoluindo. E agora já exibíamos a faixa preta. Claro que a maneira como se escalava os níveis em termos de luta, era diferente dos humanos. 

           No começo nós sofremos muita discriminação por parte dos originais. Mas superamos. Quando viram que não era tão fácil nos humilhar, eles desistiram. Claro que era difícil enfrentar originais. Mas com a nossa aura aumentada, era possível evitar um constrangimento. 

           _ Hoje chegaram novos Bartholys. Será que são iguais a esses ruivos? 

           Era um dos que implicaram com a gente no começo. Não fiz questão de decorar seu nome. 

           _ Ouvi dizer que teve discussão naquele corredor. Viram um inspetor ir até lá. Acho que esses novatos são mais... Selvagens! Eles não se vestem como esses dois. Que ficam querendo imitar os originais. 

           Continuamos ignorando o comentário irrelevante de quem não fazia diferença em nossas vidas. Foi assim que chegamos onde estávamos. 

           _ Tenham respeito pelos Bartholys! _ o instrutor pediu. _ E não façam mal a eles. Ou vão enfrentar a fúria de Lorde Viktor e garanto que não vão gostar. 

            Eles ficaram em silêncio. E a aula seguiu normalmente. Era um bom jeito de desestressar. 

            Ao fim da aula eu e meu irmão sempre tomávamos banho, antes de ir dormir. O que terminasse primeiro, esperava o outro na porta do vestiário. Já que o das mulheres era em frente ao dos homens. 

           Eu estava na minha cabine, terminando de tirar o sabão do corpo, quando ouvi algo que me chamou a atenção...

           _ Na minha turma tem um Bartholy. Ele é um loirinho lindo. Eu sempre admirei o nosso segundo rei e não me importo com hierarquias. Então se ele estiver disposto... Podemos passar uns bons momentos juntos. 

            _ Ouvi dizer que o Lorde Viktor bloqueou sentimentos entre originais e outras classes. Meu tio faz parte do exército do rei. E esse comentário percorre os corredores do palácio. Sem paixão e sem atração. 

             _ Curiosidade também faz as pessoas se relacionarem. Paixão não é o único motivo para se deitar com alguém. E as vezes nem é necessário ter atração. Já que nosso corpo reage a estímulos. Fala sério, até objetos conseguem nos dar prazer. E não estamos apaixonadas ou atraídas por eles. O que o Lorde Viktor fez, vai evitar casamentos entre originais e não originais. Mas não evitará sexo casual. 

            _ Tem razão, Clary! Então divirta-se com esse Bartholy. Qual o nome dele?

             _ Draco. 

Is It Love? CristinaOnde histórias criam vida. Descubra agora