De volta a universidade, me concentrei nos estudos o quanto pude. Apesar de continuar preocupada com toda a situação.
_ Asrael me pareceu enciumado por me ver dançar com você. _ Leonard comentou.
_ Ele não gosta que sejamos tratados de maneira igual. É só o jeito dele de me lembrar que eu sou filha de transformados.
_ Ninguém ignora a origem do clã de Lorde Viktor. Não é necessário ele se preocupar tanto. _ Barbara disse.
_ Desde a proibição de tratar transformados como escravos, que alguns originais estão preocupados com sua posição em nossa sociedade e acabam perturbando ele. Tanto quanto fazem bullying conosco. _ expliquei.
_ É, já ouvi algo a respeito. Estão dizendo que o fato de Lorde Viktor ter um clã de transformados fará nossa sociedade mudar as regras, só para encaixá-lo. _ Leonard comentou.
_ Na verdade, alguns nobres comentaram sobre propôr acordos de casamento, caso o rei abra exceção para vocês. _ Barbara disse. _ Se isso acontecer, nos dê preferência.
O plano dos rebeldes tinha uma chance de acontecer, mas não da forma como planejaram. E realmente por culpa de Bartholys. Especificamente, eu e Tomás. Se os nobres fizessem aquela solicitação ao rei, poderiam causar um clima ruim entre ele e o nosso avô.
_ Devemos respeitar a hierarquia. _ eu disse. _ Não quero criar uma ruptura em nossa raça. Estamos tentando repôr os vampiros mortos na guerra. Devíamos estar mais unidos.
_ Tão responsável e sensata. Pena não ser original. _ Leonard disse.
Me perguntei se o Asrael tinha razão em dizer que Leonard também tinha um olhar de cobiça para mim. Ele não poderia se apaixonar. Vô garantiu isso. Estava ficando muito mal com o fato de despertar atração sem amor, nos rapazes. Só a minha família conseguia me amar? Qual era o meu problema?
Tomás abraçou meus ombros e fez um carinho no meu rosto. Encostei a cabeça no seu ombro, suspirando frustrada.
"Será que alguém vai me amar um dia?"... Desabafei em pensamento.
Já estava na hora de dormir. Troquei de roupa e quando fui me deitar na cama, pensei no frasco com o sangue do Draco. Ele se preocupava comigo. Isso era fofo. Peguei o frasco e bebi, para ele não pensar que fiz pouco caso de seu gesto gentil. O gosto era o mesmo de sempre, mas havia algo estranho ali. Meu coração começou a bater mais forte e senti o rosto formigar. Como nas vezes em que o sangue "subia" para a cabeça, me deixando corada. Logo pensei na brincadeira da ilha e na sensação de sua mordida. "Será possível que estou me apaixonando por ele?" Isso era assustador. Draco tinha intenção de me usar e descartar. Ele não era ideal para se ter um romance. "Estou perdida. Não posso gostar dele." Deixei o frasco vazio em cima da mesa de cabeceira e me sentei na cama para fazer minhas orações e dormir. Tomás veio para o meu lado e segurou minha mão. Rezamos juntos e depois de um beijo de boa noite, na testa, nos viramos cada um para um lado. Mas eu estava nervosa e precisava de apoio para me acalmar. Então me voltei para o lado dele, que deitou encarando o teto, me permitindo deitar em seu peito.
"O que aconteceu? Está tensa!"... Ele se preocupou. "Tomei o sangue do Draco e me senti estranha." Confessei. "Saiba que estarei aqui se precisar. Ele não irá magoá-la."
Eu queria ter essa confiança em Draco. Mas ele nunca escondeu o que quer de mim. Eu não devia ter tomado o sangue dele. Antes disso não havia nada em meu coração sobre ele. Draco queria que eu tomasse até sentir êxtase, mas o que aconteceu foi além.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Is It Love? Cristina
FanfictionCristina não conseguiu perdoar Draco e o rejeitou. O rapaz mais uma vez recorreu ao irmão mais novo dela, para que tenha outra chance de consertar as coisas. No entanto, o orgulho e as diferenças entre eles continuam no caminho. É possível conciliar...