25 - Algo no futuro

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        A punição terminou e eu segurei com força minhas vestes, voltando rapidamente para o quarto. Tomás estava sentado na cama. De olhos vidrados. Investigando o futuro. Tranquei a porta e me despi. Trocando o espartilho e o vestido, que estavam manchados de sangue. Esperei ele voltar a realidade, para me ajudar.

         Ele se levantou e começou a fechar o espartilho. Já sabia o quanto devia puxar os laços para ficar ajustado em mim. Sem ser desconfortável. Era costume em nosso núcleo biológico ajudarmos uns aos outros com as roupas mais complicadas.

         _ Sinto muito que precisou passar por isso.

         _ Estou bem. E você? Conseguiu ver alguma coisa?

          _ Eu entendi o motivo dele ser tão obcecado por você! Mas não acho que deva te contar. Você confia em mim?

         _ Sempre!

         _ Seja tolerante com ele.

         _ Tudo bem. Se é o que quer. Eu farei.

         Meu irmão me abraçou. Eu tentava entender sua postura, mas continuava achando estranho. Ele era quem mais criticava a falta de respeito de Draco. Agora pedia para eu ter paciência com ele. O que meu irmão viu no futuro, que o fez mudar sua opinião sobre Draco?

          Como era de se esperar, Draco veio até o meu quarto. De cabeça baixa. Sabia que tinha feito algo errado.

          Tomás deixou ele entrar no quarto e não fez menção de puni-lo.

         _ Eu não queria que você se machucasse. Me desculpe. Eu não consigo pensar direito quando estou tão perto de você. Eu... Não quero te forçar a gostar de mim, mas... Eu sou um bom partido também. Mesmo que eu não possa prometer que será a única, saiba que sempre será uma parte muito importante da minha vida. Foi com você que eu deixei de ser um menino e me tornei um homem. E agora eu quero te fazer mulher!

         _ Draco, por favor! Eu não quero saber das suas fantasias. _ meu rosto esquentou. _ Respeite meu irmão. Ele não precisa ouvir isso.

         _ Sinto muito, Tomás. Eu queria que você me entendesse. Mas sua libido ainda não despertou. Eu não quero desrespeitar a sua irmã. Só... Preciso dizer como eu me sinto!

         _ Eu sei! _ Tomás disse.

         Seus olhos ficaram vidrados e eu não precisei perguntar, para saber que ele removeu seu bloqueio da mente de Draco. Que agora era livre para falar tudo que se passava em sua mente. Sem filtro.

           _ Mas não é assim que vai conseguir chegar no coração dela. _ Tomás avisou.

          _ Fui ensinado assim. Não sei agir diferente. _ Draco olhou para mim. _ Me desculpe. Eu sinto muito que tenha sido punida.

          _ Eu mereci. Bati em você. É errado bater no rosto de quem quer que seja! Eu mereci aquelas chicotadas. Sinto muito por ter ficado tão nervosa. Eu não gosto de ser forçada. Já lhe falei muitas vezes que estou esperando meu laço vermelho. E você nunca me escuta. A minha opinião também conta. Minha vontade também importa. Desculpa, Draco! Por ter batido em você e por não sentir o mesmo que você!

            Ele se aproximou e me abraçou. Lembrando do que meu irmão disse, eu não me afastei.

           _ Eu te admiro muito! Seu laço vermelho tem muita sorte. Mas ele que me desculpe. Eu não vou desistir de você!

          Ele beijou minha testa e saiu do quarto. E eu queria saber de onde ele tirava tanta coragem e audácia.

          _ Acho que fui tolerante o suficiente. Ele não desiste. Se eu não for dura com ele, vai piorar. _ argumentei.

Is It Love? CristinaOnde histórias criam vida. Descubra agora