42 - Pressão e incômodo

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          Dancei novamente com Leonard, Asrael e Tomás. Mas já não conseguia me divertir.

          "Vamos voltar. Já está tarde!" Tomás chamou. "Vamos."

           Nos despedimos de todos e saímos do salão de mãos dadas. Draco estava sentado no chão. Com as costas apoiadas em sua moto. Se levantou quando nos viu.

          _ Estamos bem. _ Tomás disse.

          _ Ótimo! Eu devia ter comprado os amuletos para vocês também. Desculpa. Eu estava nervoso.

          _ Não se preocupe. Vamos ficar bem. _ eu disse, tirando o amuleto para colocá-lo no pescoço dele.

          _ Me diga que isso evitou que sentisse êxtase com o Asrael. Ele é um original. A chance é maior. _ Draco disse.

          _ Não senti nada além do entorpecimento. _ garanti.

          _ Ótimo! Ainda quero ser o seu primeiro êxtase. Primeiro namorado.

           Eu não ia repetir o mesmo de sempre. Ele não ouvia. Ou ignorava.

           Entramos no carro, enquanto ele subia na moto.

          "Realmente acha que ele está apaixonado por mim e só não sabe reconhecer o que sente?"... Eu não queria ser injusta com ele. Se realmente tivesse sentimentos, eu não ia ignorar ou menosprezar. "Eu tenho certeza que sim." Tomás garantiu.

          A criança no futuro era prova. Eu jamais teria um filho sem estar casada. E não me casaria sem amor. Eu senti o prazer da mordida com ele. Na ilha. Tudo estava apontando para isso. Mas ainda me incomodava o seu jeito. Ele me pressionaria para ter intimidade. Como Luigi fazia com a Vivian. Draco queria ser o primeiro. Não tinha intenção de ser o único. Ele não estava disposto a ficar comigo por toda a vida. Senti que eu estava andando em círculos. A conclusão era sempre a mesma... Nós não éramos compatíveis!

         Entrei em casa ainda me sentindo mal com toda aquela situação. Eu nunca o incentivei. Mas sua insistência me fazia sentir culpada. Se eu me apaixonasse por alguém, não teria coragem de me relacionar. Pois isso magoaria o Draco. O que faria eu me sentir uma garota má. Eu tinha instinto de proteção com relação ao clã. Não podia me tornar a causa do problema.

         _ Boa noite. Sonha comigo! _ Draco disse.

         Entrou no quarto sem esperar resposta. Retirei o frasco que eu havia colocado no cinto do vestido e guardei na gaveta da cabeceira da cama. Tomás começou a se trocar, mas eu ainda estava aérea.

        _ Vem aqui. Vou te ajudar.

        Me virei de costas para ele desfazer os laços do vestido. Em épocas antigas as mulheres tinham ajuda para colocar e tirar suas roupas. Eram trajes impossíveis de vestir sozinha. Meus parentes biológicos sempre se ajudaram, então não tive problema em usar tais vestidos.

        "Não se sinta pressionada a corresponder. Deixe que aconteça naturalmente." Tomás orientou. "O que eu faço se me apaixonar por outro rapaz?"... Não pude evitar de pedir sua opinião. "Ninguém controla os sentimentos. E todos temos que lidar com frustrações ao longo da vida. Ele vai superar!"

           Deitei na cama encarando o teto. Já usando minha camisola. Tomás se deitou ao meu lado, em seus trajes de dormir.

         _ Boa noite. Durma bem. Não se cobre de mais por coisas que estão fora do seu controle.

Is It Love? CristinaOnde histórias criam vida. Descubra agora