63 - Libido

26 5 0
                                    

           A maneira como me olharam após o confronto, confirmava que as pessoas só respeitam aquilo que elas temem! Enquanto achavam que podiam me subjugar, faziam piadas e menosprezavam. Agora que sabiam que eu tinha como me defender, mantinham distância e silêncio. O engraçado é que até mesmo o Draco, estava inseguro sobre como se comportar perto de mim e do meu irmão. 

          _ Bom dia, cunhado. Se incomoda de eu passar um tempo com a sua irmã? _ disse baixo e sem olhar para ele. 

           _ Desde que não ultrapasse os limites...

          Dei um beijo no rosto de Tomás e fui até o Draco. Segurei a mão dele. Que também não olhou para mim. 

           Quando chegamos no quintal e nos sentamos no banco, eu tive que perguntar.

          _ Está realmente com medo de mim?

          _ Vocês me disseram o tempo todo que eu não tinha respeito por você. E agora eu não sei o que eu posso fazer ou não, sendo o seu namorado. Sem que isso pareça desrespeito. 

          _ Não pode passar a mão em mim. Tentar tirar a minha roupa. Ficar tentando espiar embaixo da minha saia. Você pode me beijar, abraçar, segurar minhas mãos, deitar no meu colo e me deixar sentar no seu. Sem maldade. 

          _ Se você sentar no meu colo, vai subir. Não tem como eu não ficar excitado e imaginando coisas. 

          _ Então também não posso fazer isso. Pervertido! E você pode me dizer coisas bonitas. Já que está tentando acordar a minha libido. Se é que realmente precisa do rapaz instigar a moça. 

          _ Nós homens nos atraímos pelo que vemos. Vocês mulheres, pelo que escutam. Eu só preciso achar o que você gosta de ouvir. 

          _ Lembra de quando fez a música que parecia um soneto? Aquilo foi romântico. Um dos seus lapsos, dentro de todo o seu comportamento atrevido. Você é capaz de dizer o que me agrada. Mas eu não sei se eu posso dizer o que você gostaria de ouvir.

          _ Qualquer coisa vindo de você me agrada.

          _ Vai rir de mim. 

          _ Você é tão fofa. Mas tão assustadora. O que me disse aquele dia, é realmente verdade?

          _ Do que está falando?

          _ Suas exigências terminam no altar. Depois disso...

          _ É você que manda. Eu falei sério. 

          _ Eu gostei de ouvir isso. _ ele admitiu. _ Você tem personalidade forte e mesmo assim, será submissa a mim. Quando poderia facilmente me dominar com seus dons mentais.

          _ Não é da minha natureza ser dominante. E mesmo que fosse, eu iria reprimir isso. Para obedecer as leis do meu Deus. Que se sacrificou por mim, de um jeito que nenhum sacrifício meu é o suficiente para retribuir. 

           _ Pensei que você ser cristã, estava atrapalhando o nosso relacionamento. Mas é o contrário. Apenas o tornou mais verdadeiro e profundo. 

           _ É para o homem e a mulher se tornarem uma só carne. Consegue imaginar ligação mais íntima que isso? Não existe mais eu e você. Apenas... Nós! 

           _ O que eu poderia dizer para te agradar?

           Nem eu sabia. Então não disse nada. Me surpreendi quando ele se inclinou na minha direção, para sussurrar no meu ouvido. "Meu corpo anseia por adentrar no teu, e derramar em seu íntimo, todo o amor que dedico a você!" Involuntariamente me arrepiei. Porque era o tipo de linguagem que eu estava acostumada a ler nos livros de romance. "A melhor maneira de acordar, é sentindo tua pele tocando a minha." Meu rosto formigava e eu não conseguia dizer nada. "O melhor lugar do mundo, é entre os seus braços. Te ouvindo arfar e sussurrar o meu nome com volúpia." Estremeci e me afastei por impulso. 

Is It Love? CristinaOnde histórias criam vida. Descubra agora