Is It Love? Cristina

10 - Inevitável

         Era lua cheia. Nesse período os lobisomens saíam das vilas para caçar. Conforme o combinado no acordo de paz, só podiam matar os renegados da sociedade humana.

         Benjamin estava passando por perto e parou para nos cumprimentar.

        _ Agora não poderão mais nos visitar nas férias de fim de ano letivo. Então resolvi vir vê-los.

        _ É sempre bem-vindo. Como tem passado? _ perguntei.

        _ Não achei que levariam o acordo de paz à sério. Mas me surpreendi. Esse ano completa sete anos de vigência e não teve nenhum incidente. É até mais fácil nos alimentarmos nos presídios.

        _ É complicado não terem consciência na lua cheia. Ficam vulneráveis. Mas agora temos uma amizade genuína e sempre podem contar conosco se precisarem. _ afirmei.

        _ Quem iria acreditar que vampiros e lobisomens um dia seriam aliados? Fez toda a diferença trocar o rei vampiro.

        _ E eliminar os bruxos das trevas. Assim o acordo de paz se tornou possível. _ Tomás disse.

        _ Sim. Bom... Temos que ir. Só viemos vê-los um pouco.

        Me despedi de meu amigo lobisomem. Crescemos brincando juntos. Por incrível que pareça... Era o meu único amigo.

         _ Até mais. Fique bem.

         _ Você também. Depois que se formar poderemos nos ver mais.

         _ Eu vou fazer a pós. Quero ser juíza! _ contei.

         _ Então vou ter que esperar mais um pouco. Tudo bem. Temos todo o tempo do mundo. _ ele me abraçou.

        Fiquei observando os lobos indo embora. E me assustei ao ouvir sussurrarem no meu ouvido...

        _ É proibido!

        _ Ai, Draco. Para com isso!

        _ Com um lobisomem não pode. _ ele insistiu. _ É uma relação estéril.

         _ Ele é meu amigo. Está vendo coisas onde não tem. E entre eu e você, quem é mais obediente às regras? Não deveria ser eu a te dizer para não engravidar humanas e originais?

        _ Eu não faria filho com uma original. Ela ia casar com outro e eu não poderia criar meu próprio filho.

        _ Espero que sua amiga entenda. Antes que seja tarde de mais.

         Ele ficou me encarando confuso, mas eu apenas me afastei. Aquele assunto era entre os dois. Caso Cloe resolvesse ter o bebê assim mesmo, era direito dela. Mas o rapaz também devia opinar a respeito. Talvez eu devesse alertá-lo, como fiz com ela. Era o mais justo. Ninguém faz filho sozinho.

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        Aquilo continuou rondando meus pensamentos. E quando voltamos para a universidade, começando nossa terceira semana de aula, eu o procurei. Ele estava no ginásio. Junto com outros originais. Jogando basquete.

         _ Yan.

         Ele olhou para mim e me avaliou de cima à baixo. Depois deu um sorriso maldoso.

          _ Próximo fim de semana eu passo contigo.

          _ Não vim me oferecer a você! _ o encarei ofendida.

          _ O que quer então?

          _ Te passar um alerta.

          Ele saiu da quadra e se aproximou. Com uma expressão séria.