19 - Arrependimento

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       "Kevin foi manipulado pela amiga, junto com os outros rapazes. Ela tem um dom que coloca os adversários em animação suspensa. Enquanto estavam desacordados, ela coletou sêmen deles e os entregou para humanas que não tinham condições de pagar por uma inseminação artificial. Sem alertá-las sobre a origem daquele sêmen. As humanas fizeram então a inseminação caseira. Kevin e os rapazes continuam presos no dom dela. Porque leva alguns dias para um óvulo fecundado se implantar no útero. E ela vai segurá-los até a confirmação da gravidez das garotas. Para eles não atrapalharem. E isso eu vi na mente do seu avô. Já que Kevin permanece inconsciente. Mas seu avô já foi confrontar a garota."

           Eu tive empatia por ela. Cheguei quase a concordar que ela estava certa em seu raciocínio. E no fim das contas, ela colocou meu primo em risco. Ninguém sabia o tipo de punição que o rei tinha em mente, para quem criasse mestiços. Naquele momento eu estava furiosa o suficiente para esganá-la.

          "Como ela fez a coleta?"... Tomás perguntou.

           "As humanas a orientaram a usar uma seringa de insulina. É usada por humanos que precisam fazer essa aplicação para que esse hormônio faça o controle da glicose no sangue. Um tratamento para diabetes. Com essa seringa ela fez uma punção no testículo dos rapazes e passou o conteúdo para as humanas."

             As vezes meu pai detalhava de mais as situações, por ser médico. Tomás fez careta. Ter uma agulha em uma região tão sensível não devia ser nada agradável. Claro que para um vampiro não era nada. Em segundos estaria recuperado. Mesmo assim, eu não conseguia acreditar no quão invasiva e desrespeitosa ela foi. Expondo a nudez de meu primo e lhe roubando as sementes dessa forma.

            "Me diz aonde ela está." Pedi.

            "Seu avô já está cuidando disso. Acalme-se. Vá para a aula. Ela não ficará impune."

             "Espero mesmo que não!" Eu disse.

              Sem ter outra opção, fomos para a sala de aula. Eu ainda estava muito brava. Imaginando mil e uma punições diferentes.

            "É tio Drogo... As vezes eu sou má." Pensei.

           Meu humor continuou péssimo nas próximas aulas. Somente quando chegou a de combate, foi que eu pude extravasar um pouco da raiva que eu estava sentindo. Tomás também parecia mais calmo.

          Tomei um banho mais demorado. Pensando em toda a situação. E lamentando não ter interferido como ele pediu. Eu não conseguia me perdoar. Estava me odiando.

           Eu não conseguiria dormir, então apenas sentei na cama e abracei as pernas. Tomás sentou-se ao meu lado. Apoiei a cabeça em seu ombro. E assim esperamos por notícias.

         
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            Acordei com batidas na porta. Havia dormido sentada na mesma posição. Junto com Tomás. Ele também acordou e se levantou para abrir a porta. Eu me aproximei também.

          _ O nosso avô disse que estavam preocupados.

          Kevin estava de cabeça baixa. Constrangido.

           Tomás o abraçou.

           _ Até que enfim apareceu.

           Eu não consegui encará-lo. Me sentia muito culpada.

Is It Love? CristinaOnde histórias criam vida. Descubra agora