Um desconhecido mudou a minha vida

CAPÍTULO I - Alina

Relatos de uma noite intensa de amor com um desconhecido.

Eu estava bem naquele dia, nada poderia me abalar ou tirar a minha paz. Seria um dia como outro qualquer se não fosse por um detalhe, ou melhor, o detalhe que mudou completamente a minha vida.

Encontrei alguns amigos no final de semana, passeamos de dia e fomos curtir um pouco a cidade a noitinha, o dia estava perfeito e a noite prometia altos momentos, parecia que eu estava prevendo os acontecimentos.

Paramos em um barzinho muito frequentado, estava lotado, a música era boa e agradável, na maioria das vezes tocava MPB, nada do meu tempo, mais eu curtia esses ritmos também. Conversa vai, conversa vem, todos estávamos muito animados, alguns amigos bebiam, eu preferia comer, nunca fui de beber álcool, e também a minha idade no momento não me ajuda muito, já que tenho ainda dezessete anos.

Percebo olhares sobre mim, sinto-me queimar por dentro, eu estava aparentemente apresentável em um vestido curtinho florido e nos pés um salto Anabela com tiras amarradas pelo meu calcanhar, não pude deixar de procurar o responsável por esses olhares. Logo ao fundo eu noto alguns jogadores em uma mesa de sinuca, pude avistar dentre alguns homens um rapaz lindo que segurava o taco aguardando a sua vez de jogar, fiquei impressionada, fiz uma inspeção geral sobre ele, mas confesso que estava meio escuro para apreciar direito. No entanto, aquele olhar encontrou o meu.

Deus, que olhar era esse, me sinto incendiar por dentro, o mundo parou, que loucura está acontecendo, não pode ser verdade, não é possível, eu estava perdida e ao mesmo tempo me sentia maravilhada com toda essa sensação vivida em apenas um olhar.

Ele piscou e deu um sorriso, talvez por me ver fixar os olhar diretamente para ele, o convite veio logo a seguir, em forma de um gesto com as mãos no ouvido ele pediu meu telefone, eu assenti de onde estava, e foi a liberdade que ele teve para chegar ao meu lado.

Todas na minha mesa estavam distraídos conversando, bebendo e comendo, mas eu tinha a impressão que tudo estava parado e só existia eu e meu admirador não mais secreto, risos. Ele chegou até mim. Sentou-se ao meu lado. Meu coração deu uma leva parada quando o vi de perto. Nossa como ele era lindo.

- Oi

- Oi - respondi.

- Meu nome é Pedro Franco.

- O meu é Alina Lima. - Estendi a mão mostrando educação. O toque foi sensível e convidativo, ele beijou meus dedos e voltou o olhar novamente para mim.

- Eu não pude deixar de perceber quando você entrou aqui no bar, não sei o por quê mais fiquei impressionado com seu jeito e a forma como sorria enquanto conversava com os seus amigos. Não sou muito de rodeios e quando eu quero algo vou direto ao ponto. - nessa hora eu confesso que me assustei um pouco, a intensidade está a mil por segundo, me senti quente. - Pedi seu telefone, porém a verdade é que eu quero muito mais que o seu número, quero provar seu beijo. - e sem que eu pudesse raciocinar direito, ele segurou na minha nuca e colou os nossos lábios.

Tudo parou, que delícia de beijo. Meus amigos fingiram que não viram nada, acredito que não quiseram me constranger, eu não era costumada a ficar com rapazes nessas nossas saídas, aliás até hoje só havia beijado uma vez, confesso que gosto mais de estudar do que sair por aí ficando com deus e o mundo como meus amigos e amigas faziam.

- Vamos sair daqui, quero privacidade com você. - Como recusar um convite desses. Tudo cheirava a sedução, eu jamais imaginaria que seria atraída por um sedutor no primeiro olhar. Eu ainda não sabia bem o que estava sentido, mas era quase palpável de tão real. Sem pensar muito eu disse:
- Vamos - peguei a minha bolsa que estava atrás da cadeira, me despedi dos meus amigos sem dar detalhes de onde eu iria, na verdade eles já sabiam que eu sairia dali acompanhada. Pedro foi guardar o taco e voltou.

- Me dá a sua mão - e assim ele me acompanhou até o seu carro. Eu estava mesmo fazendo isso? Saindo com um homem que eu tinha acabado de conhecer? Sim. Eu estava. Que loucura. Suas mãos estavam suando, será que ele estava nervoso, pergunto-me em pensamento.

- Entre.- disse após abrir a porta do carro.

- Pra onde vamos? - perguntei, sentido um frio na barriga e uma emoção sem explicação, o quê que estava acontecendo comigo?

- Você se incomoda se eu te levar para o meu apartamento? Como te falei, quero privacidade com você. - ele ligou o carro e saimos do estacionamento. Pensei. Agora lascou tudo pro meu lado, mas o que eu poderia perder. Eu havia amado o beijo. Uma pontinha de loucura estava lá, em meus pensamentos.

- Não, não me importo.

- Então vamos.
Chegamos uns vinte minutos depois, viemos em silêncio dentro do carro, acho que ele era mais de agir do quê falar, passava os olhos em mim, suas mãos vinham na minha coxaa quando não estavam na marcha do carro. Que sensação boa de incêndio, já no caminho o fósforo estava sendo riscado aos poucos. O prenúncio do quê viria a seguir. Ele parou o carro, estacionou, deu a volta e abriu a porta do carona, me estendeu as mãos, saí do carro de mãos dadas com ele.

Estava tão nervosa que não reparei muito o local em que estávamos, parecia ser um apartamento de pessoas de poder aquisitivo alto, não dei muita importância, estava mais preocupada com o meu acompanhante.

Passamos pela portaria e fomos em direção aos elevadores. Entramos em um, ele apertou a cobertura, subimos calados e ainda de mãos dadas. A porta abriu direto na sala do seu apartamento.

Meu coração foi na boca, a decoração era simplesmente linda.

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