CAPÍTULO XIX -Alina

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Saí rápido daquele banheiro.

Sem rumo cheguei ao estacionamento, paro procurando o carro.

Bati no vidro na esperança que o senhor Afrânio estivesse no volante ainda. Eu não fazia idéia de quanto tempo tinha passado. Encostei na porta do carro e me abaixei ficando quase sentada no chão. Permaneci ali uns minutos até sentir o toque de alguém.


- Alina onde você estava?... o que aconteceu?... procurei por você em cada canto dessa cafeteria .... – fala preocupado.


- me tira daqui... agora... – sem questionar mais nada ele diz.


- vem comigo – ele me levanta, abre a porta do carro e me acomoda no banco de trás.


Sentada digo: - me tira daqui... rápido senhor Afrânio – meu estado era de profundo desânimo. Tive a impressão de ter deixado meu coração naquele lugar – não me pergunte mais nada, por favor – falei quando vi meu motorista me encarar com, pena, pelo retrovisor, já estávamos indo para a mansão.

Ele assentiu com a cabeça – fique em paz. Eu estou bem – conclui olhando seu reflexo no espelho. Não faço idéia se ele acreditou ou não.


- sim senhorita Lima – respondeu.

- posso pedir pra que não comente nada com os meus pais? –
Respirei e menti – eu só senti um mal estar e fui ao banheiro, coisa de mulher, nada preocupante.


Mesmo não tendo muita intimidade com meu motorista, acho que ele sabia mais ou menos o que se passava comigo na mansão. As minhas restrições diárias impostas pela minha mãe e até mesmo a nossa não união familiar, digamos assim. Nossos funcionários eram discretos mais não cegos e nem surdos.


Já era fim de noite, cheguei á mansão e fui direto para o meu quarto. Tomei um banho tentando relaxar. Meu corpo estava tenso. Levei meus cabelos, me senti suja, eu iria me casar e estava transando descaradamente com um desconhecido em um banheiro publico. Que doideira mais descabida.


Eu estava sem limites. Como deixei isso acontecer? E o pior foi que gostei, na verdade eu amei ficar com ele de novo.


Seu cheiro exalava masculinidade. Seu toque, virilidade... me deixou louca de desejo nele. E sem duvidas eu ficaria com ele pra sempre.


Acordei no sábado a tarde com a minha mãe me chamando e em seguida abrindo as cortinas do meu quarto. A claridade adentrou com tudo, iluminando meu dia até o momento em escuridão.


- precisamos resolver os detalhes do seu noivado, mocinha – ela fala com uma voz que me dá um pouco de nojo.


Os hormônios da puberdade tem me deixado ainda mais impaciente com a minha mãe, posso dizer assim. Ás vezes eu tenho a leve impressão que ela é a mentora de tudo de ruim que acontece na nossa vida. Mas quero deixar esse sentimento guardado, por enquanto eu tenho outros problemas pra resolver.


- que detalhes mamãe? – deusssss não quero saber de detalhe nenhum.


- já resolvi quase tudo com a mãe do seu noivo – e porque não resolveu tudo logo de uma vez? Penso.


- que detalhes? – pergunto. Ela sabe que eu não estou satisfeita em nada com esse casamento, mas eu não preciso demonstrar isso pra ela.


- a escolha do vestido, seus sapatos ou sandálias,... o penteado, maquiagem,... trouxe algumas fotos que a sua futura sogra escolheu – então a minha futura sogra quem esta fazendo o papel de mãe da noiva no lugar da minha mãe. Deve estar sendo um martírio pra minha mãe passar por isso novamente pela terceira vez.

Um desconhecido mudou a minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora