CAPÍTULO LIV Alina

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Seguimos para o meu curso.

Hoje eu tranquei de vez o curso simples de artes plásticas que fazia. Os professores eram bons, mas a administração do conteúdo passado era precária para os meus sonhados avanços.

Estava em busca de alho mais avançado, mas meus pais não me permitiam. Fui criada para ser vendida ao noivo e não para estudar e ter uma profissão. Chega me arrepio toda só de pensar sobre isso.

Conversei com o Pedro durante o caminho. Disse meu desejo de entrar em um curso completo que me abriria novos horizontes profissionais.

Fui ousada em pedir isso a ele? Será que não estou pedindo demais?

- eu quero fazer outro, completo e profissional - contei tudo que o curso anterior oferecia e depois disse que o outro me possibilitava até o suporte para montar uma galeria de artes.

- se é o que quer. Tudo bem, mas vou analisar tudo primeiro. Me manda e resolvo isso para você o quanto antes - e claro, ele concordou... então vou poder fazer o curso que eu sempre sonhei.

Deixamos para visitar a mansão no dia seguinte com o engenheiro e a arquiteta nos acompanhando.

Eu terei uma mansaooooo.... Um lugar só da minha nova família. Não me contenho de satisfação.

Seguimos direto para a mansão dos pais dele. Pois é, Adela me convenceu a ficar lá durante esse período. Ela gosta de casa cheia, barulho, risadas altas. E eu? Estou aprendendo que também gosto disso. Tem sido tão bom ficar no meio deles.

Confesso que por enquanto eu não preciso da ajuda dela, mas precisarei quando o bebê nascer.

Com tudo que quero fazer, não poderei dispensar nenhuma ajuda.

Jantamos em meio a conversas e mais conversas, nossa como eles falam, sobre praticamente tudo,  sobre as empresas, bebês, família, ... chacotas e mais chacotas da parte do João e da Marcela para com o Pedro... coitado do meu marido, por um momento eu fiquei com pena dele, eu queria gargalhar em diversos momentos da conversa.

Como pode um homem desse porte e com um cargo tão importante ser tão amoroso e amigo dentro de casa?

Vou sentir falta deles quando nos mudarmos.

- eu preciso conversar com a senhora –  Adela estava na cozinha resolvendo algumas coisas com as empregadas.

- sim minha menina, mas me chame de Adela – ela vira na minha direção e sorri.

Coloco a mão no balcão ao centro e pego uma maçã que apreciei assim que entrei na cozinha. Estou satisfeita com a janta, mas ainda tem espaço para essa maçã apetitosa.

- é sobre a cerimônia - mordo a maçã e termino de engoli ao mastigar.

- sim. O que deseja? Pensei que não fosse querer minha ajuda.

- claro que quero. O senhora essencial a organização dessa cerimônia.

- Pedro e você querem algo simples e eu não sei fazer nada simples.

- pare com isso e me ouça. Adela, eu preciso muito de você. Não sei nada sobre isso. E ainda por cima temos pouco tempo.

O sorriso largo se mostra em sua face.

- eu gostaria que a senhora terminasse de organizar tudo. Por enquanto eu prefiro não manter contato com a minha mãe. Espero que você entenda – não pretendo ter contato com ela antes da data do casamento.

Também acho que ela não ficaria nenhum pouco chateada por Adela assumir a organização da cerimônia. Tenho impressão que minha mãe não tem sentimento nenhum por nada e nem por ninguém. Termino de comer a minha doce maçã.

Um desconhecido mudou a minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora