Um desconhecido mudou a minha vida

CAPÍTULO XX - Pedro

Eu ainda estava dentro daquele banheiro, sem entender nada.
Mais uma vez me sinto abandonado por ela. Me sinto e fui abandonado literalmente.

- Não acredito nisso – bradei – de novo abandonado pela mesma mulher.

Soquei a porta – isso doeu – Esbravejei alguns palavrões.
Que se fod@ se alguém ouvir. Eu quero gritar essa angustia que rasga a minha alma nesse momento.

Eu já tinha levantado a calça e fechado o zíper. Meu rosto que estava vermelho de tesão, agora estava vermelho de raiva. Reparei quando vi meu reflexo no espelho, então eu só lavei o rosto e as mãos.

Em seguida saí do banheiro. Não me preocupei em me recompor colocando o blusão dentro da calça.

Adentrei a cafeteria. Avistei meu irmão e minha prima sentados já saboreando seu café. Tortas doces, salgadas e alguns croassants com morangos e caldas doces variadas também estavam na mesa.  

Sentei sem falar nada e chamei o garçom. Meu irmão e minha prima pararam de comer na hora e me olharam sem entender.

- sim senhor – o garçom.

- quero a bebida mais forte que você tem ai – falei.

- temos um café expresso bem amargo. Safra de grãos desse café é uma das melhores que temos, pode ser senhor?

- quero álcool ... whisky ... vodca... run... – minha prima me corta na minha lista de bebidas.

- ham – minha prima falou com cara de espanto.

- estamos em uma cafeteria irmão – meu irmão me lembra.

- verdade senhor. Bebidas alcoólicas somente são vendidas á noite, na parte da hamburgueria temos cervejas artesanais e alguns drinks para acompanhar um lanche mais informal, mais somente no horário da noite – conclui.

- podemos vir á noite irmão. Eu sempre venho aqui me divertir um pouco nos fins de semana. Tem muita gatinha – Meu irmão fala isso parecendo se lembrar das suas aventuras amorosas. Como se ele já estivesse tido muitas.

Não seria nada mal aceitar seu convite, já faz um tempo que a minha vida de boemia se resumia só aquele bar com jogos de sinuca terminando em uma noite de sexo com alguma mulher em qualquer hotel, eu realmente gostava dessas noitadas de calmarias que eu estava vivendo, nem as minhas boates eu frequentava mais a um bom tempo, pensando em boates, preciso visitar uma o quanto antes para resolver uns problemas com a equipe contratada para trabalhar na administração do local. Estava tentando me livrar um pouco dessa agitação noturna das boates, mas eu sabia que de vez enquanto eu teria que ir na boate. Parei meu devaneio, nem sei porque esse assunto de boate me veio a mente agora.

Olhei pra cara dele – não – respondi seco.

- você esta parecendo um lunático – João diz me analisando. Ele me conhece como ninguém. Somos amigos além de sermos irmãos.

- me respeita garoto – falo um pouco irritado olhando pra ele. Ele desvia o olhar pra minha prima.

- eu topo João – minha prima se anima. Tentando cortar o clima carregado que estava por minha culpa.

Eles estavam sorrindo e se divertindo comendo quando cheguei á mesa.

- você do meu lado vai me queimar com as minhas paqueras, prima – João diz sorrindo.

Massageei a minha têmpora nesse momento. Eu queria fugir dali. O garçom ainda estava em pé ao meu lado aguardando os meus pedidos.

- não quero nada – falei para o garçom dispensando-o, peguei um morango na mesa. Levei direto á boca, estava ácido como meu humor.