Um desconhecido mudou a minha vida

CAPÍTULO X - Pedro

Relatos do primeiro encontro - aos olhos do Pedro

A definição de comer com os olhos estava atualizada com sucesso.

Eu literalmente analisei ela como um predador querendo devorar a sua presa.

E por todo esse tempo que esqueci completamente quem eu era e o que viria a acontecer na minha vida daqui a exatos trinta dias.

Preciso aproveitar esses dias pra caçar um pouco - vamos pensar assim - já que em alguns dias eu estariei preso a uma mulher que por enquanto nem faço questão de saber quem pode ser.

O quê poderia acontecer demais? Eu vi essa menina mulher - ainda não sei nada sobre ela, mas a minha a única certeza é que nada importa nesse momento.

Eu a quero na minha cama.

No mesmo instante ela correspondeu ao meu pedido, e foi a liberdade que tive de me aproximar.

Sentei na cadeira que sua amiga estava, sem nem mesmo pedir licença - que ignorância a minha - quem se importa, espero que ela não perceba.

- Oi - saudei primeiro.

- Oi - respondeu olhando em meus olhos - que visão era essa na minha frente, bem ao meu lado - senti seu cheiro doce e foi a gota da água que estava faltando.

Quase não consegui dizer meu nome direito.

- Meu nome é Pedro Franco - não tinha problemas em dizer meu sobre nome a alguém, mesmo que ligassem meu nome a empresa, logo descartavam essa possibilidade me vendo como um homem qualquer em um lugar qualquer.

- prazer o meu é Alina Lima. - Estendeu as mãos. Nosso toque foi elétrico no meu corpo. Beijei seus dedos com leveza e olhei novamente em seus olhos.

- Eu não pude deixar de perceber quando você entrou aqui no bar, não sei o por quê mais fiquei impressionado com seu jeito e a forma como sorria enquanto conversava com os seus amigos. Não sou muito de rodeios e quando eu quero algo vou direto ao ponto. Pedi seu numero de telefone, porém a verdade é que eu quero muito mais que o seu número, quero provar seu beijo - falei pausadamente para ela não perceber que eu estava um pouco nervoso.

Foi tudo tão rápido que sem pensar muito eu colei os nossos lábios e ela correspondeu no mesmo instante.

Seu beijo era doce e convidativo, sem ser muito invasivo eu também toquei a sua nuca sentindo ainda mais a sua pele.

Ela não se soltou muito, será que estava envergonhada?

Eu já havia beijado muitas bocas nessa minha vida e nada me fazia lembrar a sensação que senti no momento que a beijei.

Calmaria, seus lábios eram calmos e ingênuos. Era isso mesmo? Eu estava reparando no beijo de uma mulher? Desde quando eu reparava alguma coisa em alguma mulher. Claro que elas me atraiam, mas eu não me importava com detalhes como o tipo de beijo, cor de pele, olhos, roupas, .... estando limpa e cheirosa, eu traçava. Eu freqüentava lugares com mulheres muito bonitas e apresentáveis.

Se os amigos repararam, não demonstraram surpresa com o nosso beijo.

- Vamos sair daqui, quero privacidade com você - fiz o convite achando que ela não iria aceitar e para a minha surpresa ela disse: - Vamos - sem nem piscar, sem muito esforço.

Fui entregar o taco que ainda estava na minha mão. Me despedi do Álvaro e dos outros companheiro de jogo. Ainda ouvi o Álvaro falar: - agora eu entendi o motivo do seu jeito estranho - dei um sorriso de canto pra ele, paguei as minhas doses de bebida consumida e passei discretamente por meus seguranças e sussurrei que estava indo direto para a cobertura.

Notei que eles me olharam sem entender nada, já que eu não levava mulher nenhuma pro meu apartamento. Como bons profissionais eles já tinham percebido que eu iria acompanhado.

Cheguei perto dela, queria senti seu toque de novo. Eu suava e as minhas mãos não estavam diferente.

- Me dá a sua mão - eu disse, buscando mais um pouquinho do seu toque.

Seguimos em silencio, direto para o meu carro.

- Entre - eu disse após abrir a porta do carro.

- Pra onde vamos? - me pergunta.

- Você se incomoda se eu te levar para o meu apartamento? Como te falei, quero privacidade com você - onde eu estava com a cabeça? Eu não estava me reconhecendo.

Liguei o carro e segui rumo á cobertura. Meus seguranças nos seguiam

- Não, não me importo - ela respondeu tranquilamente, pelo menos foi o que ela demonstrou.

- Então vamos.- eu tinha pressa, muita pressa. Na minha vida não faltava mulheres. Eu as tinha a hora que eu queria. Eu não era do tipo desreipeitoso com elas, mas eu as usava. Era recíproco eu as dava prazer e elas também me davam, sem compromisso, sempre.

Eu alisava a sua coxaa furtivamente intercalando entre alisar suas pernas e passar a marcha do carro.

Alina estava receptiva ao meu toque. Quando conseguia olhar em seu rosto eu percebia que ela estava começando a incendiar. Suas bochechas estavam ainda mais lindas vermelhas.

Minha cobertura não era muito distante. Viemos calados todo trajeto.

Não cabiam palavras nesse momento, não havia o quê dizer, só mesmo aguardar o decorrer da noite.

Chegamos.

Refiz a gentileza de abrir a porta do carro pra ela. Estendi as minhas mãos novamente a tocando e entrando no prédio.

O porteiro me olhou surpreso, e eu já sabia que era por causa da Alina ao meu lado.

Nessa hora a Alina provavelmente já percebeu que não sou um homem comum. O prédio é o mais luxuoso de Miami, é perceptível só de olhar por fora, imagina vendo por dentro.

Passo a digital no botão do elevador. Ele abre. Adentramos calados e de mãos dadas. Aperto o botão da cobertura.

Alina nesse momento demonstrou uma pontinha de nervosismo.

Seus olhos brilharam quando a porta se abre diretamente na minha sala.

Eu não costumo fechar as cortinas, prefiro sempre ver a luzes do Sol de dia e as luzes da cidade a noite. Muitos transatlânticos paravam próximo a praia a noite trazendo ainda mais beleza e luxo a vista.

A decoração era luxuosa e clean. Sou um homem pragmático e não curto muito os tons coloridos. Prefiro algo mais discreto.

A conduzi ao sofá.

- fique a vontade - eu disse, e pra quebrar um pouco a tensão ofereci uma bebida e liguei o som ambiente.

Alina negou a bebida e eu não resisti mais.