CAPÍTULO XVI - Alina

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Acordei bem na segunda-feira.

Consegui dormir um pouco melhor. O despertador toca.

- bom dia, como se sente? – Fe pergunta ainda descabelada e sonolenta do meu lado na cama.

- bom dia minha Best friend, me sinto bem, consegui dormir melhor essa noite – falo ainda deitada.

- vamos, já esta quase na hora de sairmos pra escola. O Artur já deve esta esperando pra nos levar – ela fala indo pro banheiro.

Eu deito novamente bufando mas me levanto no mesmo segundo e bem rápido também vou pro banheiro. Sim! Fazemos muita coisa juntas e isso inclui também a nossa higiene matinal quando dormimos juntas na casa da outra.

Trocamos de roupa, fomos pro café da manhã e seguimos para a escola.

Minha vida semanal se resumia a escola e alguns curso que eu gostava. Meus pai queriam que eu dominasse alguns idiomas e eu gostava muito de desenho e arte, então também me dividia nos cursos de artes plásticas para amadores.

Meus pais não me colocavam em nenhum curso profissional, acredito que eles estavam me preparando para ser uma boa esposa submissa. Eles não queriam uma mulher profissional independente. Infelizmente se eu me tornasse independente eu poderia assustar alguns partidos que quisessem fazer um acordo pré-nupcial com eles. Que loucura, em pleno século XXI, eu me submetia a isso. Mas no momento eu não tinha escolha.

Chegamos á escola. Alguns colegas curiosos que estavam comigo no barzinho sábado vem me perguntar sobre a minha saída repentina com um desconhecido.

Fê ao meu lado só me olha. Ela não falaria nada do que contei a ela sem a minha permissão. 

Eu desconversei e falei que era um amigo antigo que precisava de uma ajuda. Eles não acreditaram muito, mas não insistiram mais no assunto.

- se saiu bem – fernandinha fala. Nesse momento estamos um pouco distante deles.

Eu sei que ninguém ali fazia parte da vida pessoal dos meus pais e por isso nada que eu falasse ali chegaria aos ouvidos deles, mas eu não queria correr risco algum.

- não da pra sair por aí dizendo o que fiz, você sabe que faço o estilo mais reservada – Me exibir nunca foi a minha prioridade.

- sei disso, e concordo com você – conclui

- vamos á aula gente – amandinha grita logo atrás da gente no meio de todos, e todos adentramos a sala de aula. O professor já nos aguarda com um sorriso e o slide no ponto da ultima aula.

Estamos quase chegando no fim do ano. Esse ano foi um desafio pra mim, a final eu sabia que meus pais iriam colocar seus planos em pratica logo, logo, já que provavelmente eles não me deixariam entrar na faculdade. Os planos deles não incluía me ver formada.

Eu fico me perguntando quem vai assumir o legado da empresa. Eles não prepararam nenhuma das minhas irmãs e nem a mim para assumir nada na sua ausência.

Também não vejo eles treinando ninguém. São sempre só eles, claro que alguns advogados, secretários ... administradores os auxiliam, mais nada muito concreto para relação a uma possível sucessão. Será que eles acham que viverão para sempre?
Me pergunto. Do jeito que eles são egoístas e egocêntricos, eu não duvido nada deles terem esse pensamento narcisista.

A semana foi sem agitação, tudo sereno e calmo seguia nos meus dias. Consegui ver meu pai na quarta-feira passada quando cheguei do curso. Seu rosto era cansado, me pareceu um pouco abatido. Mas não questionei isso.

Trocamos algumas palavras e foi maravilhoso ver o seu sorriso quando informei que minhas notas anuais continuam excelentes e já conseguia fazer algumas traduções em árabe e mandarim. Minha mãe não esboçava muita reação quando eu contava os meu avanços semanais, mas meu pai diferente dela sempre me dava um sorriso e um abraço gostoso.

Conversei bastante com a fernandinha no colégio e também por mensagens no whatsapp. Não nos desgrudávamos nenhum segundo mesmo estando distantes.

Uma vez ou outra eu lembrava do ocorrido no fim de semana. Meu corpo sempre dava sinais, Sempre vinha um frio na barriga e uma ardência gostosa na minha pelve mostrando que alguém esteve dentro de mim. Lembrava das posições que fiz e da sua língua me chupando.

Pensamentos pervertidos pairavam sobre mim e eu me sentia fraca pra lutar contra o que havia acontecido. Queria não pensar e ao mesmo tempo pensar e relembrar. Eu estava perdida em meus sentimentos.

Foi o descuido mais proveitoso de toda a minha vida.
....

Minhas irmãs me mandaram mensagens de apoio durante a semana. Sempre fomos apegadas e elas me tratavam com muito zelo e carinho e da minha parte não era diferente. Nossa união refletia tanto amor. Em nada lembrava o desamor que recebemos dos nossos pais. 

A sexta-feira chegou e com ela a proposta de um café delicioso se aproximava após o curso. Toda sexta-feira meu motorista me levava assim que eu saia do curso para tomar café em uma cafeteria que eu amava, na maioria das vezes eu o chamava para me acompanhar para não me sentisse sozinha. Eu tinha um contato legal com meu motorista, gostava das suas conversas, ele já era um senhor de idade e tinha filhos um pouco mais velhos que eu. Percebo que ele não é um homem simples, deixa eu explicar melhor, tem horas que percebo que ele não é só meu motorista e sim muito mais que isso.

Chegamos e o telefone do senhor Afrânio toca, ele atende e faz sinal pra eu prosseguir pra cafeteria que ele vai me acompanhar em seguida. Então eu saio do carro e entro pela porta de vidro já sentindo o cheirinho do café e das guloseimas do lugar. A cafeteria era grande e tinha também um restaurante e uma lanchonete que funcionavam sempre a noite e adentravam a madrugada. Era um local bem freqüentado.

Sento e logo o garçom aparece. Ele já sabe o que vou pedir. Freqüento esse local a um bom tempo e sou sempre atendida pelo mesmo garçom.

- já sei o que vai querer Alina: um frapê de café acompanhado de panquecas com kitkat e bastante Nutella – ele diz sorrindo.

- amo essas doses altas de açúcar que recebo toda vez que venho aqui – suspiro só de pensar – Estou morrendo de fome, trás uma garrafinha de água também, por favor – estou sempre estou morrendo de fome, mais esse cheiro aguça ainda mais a minha vontade de comer.

- novidade se você não estivesse com fome Alina – ele fala me olhando, com um sorriso de canto e volta a anotar o pedido.
Segundos depois ....

- não é possível – falo assustada.

- quê? – o garçom questiona sem entender.

Respira Alina não pira. Respira.

- me desculpa, não é nada com você, me lembrei de algo que esqueci de fazer antes de vir aqui – minto.

- então vai querer o de sempre, vou entregar seu pedido, já volto com tudo pronto.

- obrigada – agradeço e ele se retira da mesa.

É ele mesmo entrando na cafeteria acompanhado de um rapaz que parece ser bem jovem e uma mulher muito bonita e bem arrumada.

Pude notar rapidamente que ele vestia terno e gravata. Ele estava ainda mais lindo, estilo homem de negócios.

Nossos olhares se encontram de novo. Não creio, de novo não, não pode ser. Meu coração palpita e eu me sinto mole igual uma gelatina.

Desvio o olhar e levanto rápido tentando fugir indo na direção do banheiro. Ele percebe que eu levantei e vem logo atrás de mim eu aperto os passos em sentido contrario ao que ele está, mas ele chega ate mim e logo me pega pelo braço.

- Alina

- Pedro – falo baixo, é só o que consigo dizer.

Sinto seu cheiro e sua respiração bem próximos e sem reação nenhuma me deixo conduzir, acho que eu iria pra qualquer lugar com ele de novo e eu confirmaria isso logo a seguir.

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Um desconhecido mudou a minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora