CAPÍTULO XXXIX - Alina

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Meu pai coloca o braço para trás e estende as mãos para que eu pegue.

- segure a minha mão Alina - sua mão estava gelada como a minha. Ele também estava nervoso como eu.

- sua mão esta gelada igual a minha papai - calor humano, era o que nos faltava nessa hora.

- vamos aquecer as nossas mãos juntos - ele disse

- sempre.

- vou descer as escadas, se você cair eu te seguro. Eu sempre vou te segurar minha filha - meus olhos enchem um pouco de água, nessa hora eu me emociona.

Finalmente chegamos ao ultimo degrau.

Deussss... cheguei ate aqui. Meu pai puxa a minha mão para que eu me coloque ao seu lado, para que me vejam.

Nessa hora eu travo e não consigo sair do lugar de jeito nenhum. Meu pai percebe e aperta a minha mão e me conduz para que eu me posicione ao seu lado.

Nesse exato momento eu elevo o meu olhar e meu coração erra uma batida, batendo descompassado.

Olho a minha frente e não vejo mais nada e nem ninguém só consigo ver o homem que me comprou. Não pode ser verdade, é ele mesmo? Ou será que é algum outro que está aqui nessa sala?

Ouço aquela voz que já conheço.

- Alina - Pedro diz alto e bastante surpreso no meio da sala. E nessa hora eu não vi mais nada. Assim que ele falou eu cai desmaiada nos braços do meu pai.

...

Consigo perceber  sussurros a minha volta.

Não quero abrir os olhos, mas não posso permanecer com eles fechados por muito tempo.

Tento mexer meu corpo e percebo que estou deitada no sofá do escritório.

Abro os olhos e confirmo estou no escritório de meu pai. Todos estão aqui dentro inclusive alguns empregados ajudando.

Minha cabeça descansa no colo de Sabrina.

- precisamos chamar um medico - Suzana diz segurando um copo de água que um dos empregados entrega a ela.

Minhas irmãs estão em alvoroço. Mamãe meio sem entende e papai pensativo, não consigo decifrar os gestos de ninguém.

Minha cabeça gira como se eu estivesse de ressaca alcoólica.

- ela acordou - dona Adela nota que eu abri os olhos.  Meu Deus eu tenho uma sogra, e ela é a mãe de Pedro?

- graças a Deus - ouço papai dizer.

Tento me levantar. Minha cabeça ainda dói e eu penso em como enfrentar tudo isso.

Me bate um desespero sem fim que me faz agonizar o peito.

- Fica deitada irmã - Suzana manda.

- deve ter sido uma queda de pressão - ouço a minha mãe se manifestar, mas ela está distante de mim, do outro lado da sala.

- ela deve estar nervosa, coitadinha - dona Adela fala.

Eu ainda estou meio sem entender nada. Minha cabeça parece que se dividiu em dez, e ainda não assimilou nada do que aconteceu.

Pensei ter visto o Pedro na minha frente naquela sala antes de desmaiar.

- eu vou levá-la agora mesmo - ouço a voz dele ao fundo da sala.

É real, é ele mesmo. Meu corpo reage na mesma hora dando sinais de quem esteve dentro de mim.

Eu reconheceria aquela voz em qualquer lugar que eu ouvisse.

Um desconhecido mudou a minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora