Capítulo XXII - PEDRO

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Eu tinha esperança que conseguiria fazer uma boa viagem e retornaria para Miami um pouco melhor no fim de semana.


– Fim de semana – falo alto arrumando a minha mala, já que não deixei a minha secretaria arrumar para mim. Eu ainda estava dentro do meu quarto na minha cobertura quando me lembro, nesse momento, do contrato de noivado que é no próximo sábado.


Lembro em seguida que minha mãe me ligou, na semana passada, querendo saber se eu desejava me inteirar dos preparativos do noivado. Tive que me controlar pra não fazer nenhuma ignorância com ela. Ela não merecia meu desamor de nenhuma maneira.


Então disse a ela que ela poderia escolher tudo que eu confiava inteiramente no seu bom gosto. Minha mãe é uma mulher muito elegante e habilidosa para preparar os eventos familiares, da empresa e de alguns eventos de caridade que promovíamos em nome da nossa empresa durante o ano.


Então conclui que ela se sairia bem organizando tudo. Na verdade isso foi só um motivo para eu não adentrar nesses preparativos. Alem da minha completa falta de paciência.


Eu a senti mais empolgada que o normal com esses preparativos. Sua voz ao telefone demonstrava satisfação ao que estava fazendo. Ela com toda certeza estava aproveitando esse momento como se fosse único na vida dela. Ela estava apreciando o momento mãe do noivo. Essa palavra “noivo” me dava arrepios.


- Mais que merd@ de pensamento Pedro... – falo alto sozinho ainda tentando arrumar a minha mala.
Á hora estava chegando. Faltavam apenas poucos dias para a minha prisão sem grades. Cheguei a tentar imaginar a minha vida depois desse arranjo com uma mulher no meu pé. Mulher não! Criança! Ela ainda vai fazer dezoito anos!

Desisto de pensar sobre isso.
Se eu tivesse a oportunidade de ter algo concreto com a Alina, não teria contrato nenhum que me fizesse noivar com outra pessoa. Mesmo que isso acarretasse a perda e milhões nos meus cofres. A Alina com toda certeza vale cada centavo que eu perderia com esse rompimento. Eu perderia tudo por ela com gosto.


Mas que merd@ de pensamento é esse de novo. Perder a minha fortuna por uma mulher?
Todo tipo de loucura pairava na minha mente. Preciso controlar isso antes de viajar.


Meus futuros sócios não podem perceber o meu desequilíbrio sentimental. Ainda bem que meu irmão e minha prima irão me acompanhar com mais dois secretários e tradutores, já que não falamos o idioma deles. É sempre prazeroso ter a companhia do João e da Marcela.  


Meu telefone toca. Olho no visor. É a marcela ligando. Atendo na viva voz, já que ainda estou arrumando a minha pequena mala.


- Pedro, cadê você? Senhor CEO bem sucedido e lindo que eu mais amo nessa vida – ela fala com bom humor.


- já esta bêbada agora de manhã Marcela? Não são nem dez horas da manhã e você já esta de porre – falei desdenhando-a.


- JÁ vi que seu humor é o mesmo da semana passada.


- o que você quer, estou terminando de arrumar a minha mala.


- você não paga a secretaria para fazer isso não?


- não interessa a quem eu pago ou não.


- você é um gros.....


- não complete a frase ou você vai se arrepender de ter dito isso pra mim quando eu chegar ai – corto ela. Eu sei que estou sendo grosso com ela.


- tudo bem, eu te entendo... – ela respira, parece que se lembrou da nossa ultima conversa - eu não creio que você ainda nem saiu de casa. Eu e o João já estamos aqui no aeroporto te aguardando. O jato já esta pronto pra decolagem – ouço meu irmão também reclamar ao fundo da ligação.


- então aguardem mais. Vou demorar um pouco.


- você vai nos deixar esperando aqui mais tempo Pedro? Afff..... – bufa.


- por que vocês não me ligaram pra dizer que já estavam saindo?


- Pedro, ontem nós decidimos tudo sobre essa viagem em conjunto com o titio, inclusive a hora que embarcaríamos hoje. Esqueceu?


- não, eu não esqueci – mentira, esqueci sim. Lembrava que era pela manhã, mas não lembrava o horário. E não me importei de fazer contato com eles pra confirmar.

Minha secretaria sempre me lembra, mas eu havia dispensado os seus serviços. Como pude dispensar os serviços da minha secretaria?


- vou te lembrar também que o nosso horário pra esses dias esta todo cronometrado, sem margem para atrasos – ela diz. Parece que ela que virou a CEO da minha empresa. E ainda bem que tenho ela pra não me deixar perder o total controle.


- eu não esqueci Marcela. Já estou terminando aqui – falo.


- ok. Não demora. Te amo – ela diz e desliga.


- Que porr@ eu tenho na cabeça agora – esbravejei assim que desliguei a ligação. Sempre fui certo em meus compromissos e horários.


O poderoso CEO tomando bronca da prima a essa hora da manhã em plena segunda-feira.


Eu não me atraso e não tolero atrasos. Como fui deixar isso acontecer. Ainda bem que eles fecham comigo, porque se eles quisessem me prejudicar com toda certeza ligariam para o papai e ele já teria vindo aqui pessoalmente ver o que estava acontecendo comigo. Já que não tenho esse tipo de irresponsabilidade com os meus compromissos.


Puta’ que pariu só tem vento na minha mente.


Alguns minutos depois, consigo chegar ao aeroporto.


Entro no jato, todos me olham e cumprimentam com um: - bom dia Senhor Franco - E meu irmão diz: - ate que enfim – em tom sarcástico já que eles já estavam bem acomodados no Jato só me aguardando para iniciar a viagem.


- avisei ao tio-pai que já decolamos – minha prima nos informa.


Desembarcamos um pouco cansados. Quase não abri a minha boca dentro do avião. Minha prima e meu irmão pareciam duas maritacas falantes. Nada de álcool foi servido a bordo, ordens do senhor Alessandro Franco. Papai se aposentou, me passou a cadeira da presidência, mas ainda comanda tudo pelos bastidores, digamos assim. Não se trata de não confiança em mim, mas sim um pouco mais de zelo e apoio no meu trabalho e tudo referente a nossa organização. Seu medo era que eu não conseguisse me controlar e já chegasse em Dubai no grau alcoólico para a primeira reunião que seria logo após o desembarque.


Saímos já arrumados do Jatinho, não havia tempo pra descanso. Nosso viagem não era de férias e sim de muito trabalho.


Meus futuros sócios árabes, falo isso porque ainda não assinamos a nossa fusão, preferiram fazer todas as reuniões em Dubai nos Emirados Árabes. Não estranhei eles exigirem esse local, já que Dubai foi construída para ser um pólo comercial e turístico suntuoso de riqueza incomparável dos sheiks sauditas.


Entrei na limousine com o pensamento que eu preciso fazer desses dias de trabalho uma válvula de escape para me desligar um pouco da minha vida pessoal em Miami. Não estava sendo nada fácil essas duas ultimas semana.

*** Curtam e comentem se assim desejarem.
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Um desconhecido mudou a minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora