CAPÍTULO XXI - Pedro

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Fui direto pra a minha cobertura. Tentei fazer tudo o que a Marcela falou no final da nossa conversa.
Meu estado era de total abandono comigo e eu não poderia continuar assim.

Essa situação não me levaria a lugar nenhum. Preciso reagir, mas cadê a força que não tenho. Cansado estou de lutar contra esse sentimento novo que insiste em me dominar por completo.

...
Fiz a minha rotina de sábado pela manhã. Confesso que parei no mesmo lugar que vi a Alina pela primeira vez naquela manha de sábado, na esperança de vê-la novamente. Mas nada dela aparecer, nem ela e nem a sua amiga. Cheguei a pensar em contratar um detetive pra ir atrás de alguma informação concreta sobre ela, mas descartei essa idéia por enquanto. Até mesmo pensei que meus seguranças poderiam fazer isso, mas também preferi não fazer nada desse jeito no momento.

Não me reconheço mais, tudo que eu achava que era importante não faz mais nenhum sentido para mim nessa vida sem aquela mulher perto de mim. Eu estava virando um fanático possessivo numa mulher que encontrei duas vezes na vida.

A noite chegou e lá estava eu no mesmo barzinho de sábado passado, e claro na esperança de encontrá-la novamente.

Eu praticamente abri o bar e só saí de lá quando o ultimo cliente encerrou a conta. Quero dizer, os últimos clientes. Sabe quem foram? Meus seguranças. Sim, meus seguranças ficaram por ultimo me aguardando para ir embora, e cansados de esperar por mim, e também vendo a minha situação decidiram levantar daquela mesa e pagar a conta na esperança que eu levanta-se logo daquela mesa próximo a mesa de sinuca que eu estava sozinho á algum tempo só colocando álcool para dentro do meu estômago.

Não faço idéia se eu estava bêbado ou não nessa hora. Provavelmente sim, mas quem se importa.

O garçom veio ao meu encontro e me informou que já o bar já tinham passado da hora de fechar.
E mais uma vez nada dela aparecer.

Lembro que o meu amigo Álvaro estava no bar. Ele chegou logo após a minha chegada.

O Álvaro também não estava bem, mas a decepção dele era outra. Nas poucas palavras que trocamos nessa noite, ele confessou que estava desempregado e não sabia como iria pagar as contas daqui pra frente. Ele estava concluindo a faculdade de Direito financiada pelo governo que ele não conseguiu fazer quando era mais novo.
Ele aparenta ter uns quarenta anos mais ou menos. A intenção dele era mudar de cargo dentro da própria empresa após a conclusão do curso superior. Mais seus planos foram por água abaixo quando a empresa em que trabalha perdeu alguns milhões na bolsa de valores durante a semana. E como conseqüência muitos funcionários foram parar na rua para total desespero quase geral dos empregadores. E pra piorar a sua situação a sua mãe estava doente e todo fundo de reserva financeiro que ele tinha acabou sendo direcionado para o pagamento do tratamento dela.

Disse a ele que tudo iria se resolver, mas não ofereci ajuda, e eu poderia, claro que eu poderia ajudá-lo. Agora que cheguei ao meu carro que consigo pensar direito no que eu poderia fazer por ele. Eu não ofereci ajuda nenhuma. Não posso acreditar nisso. Espero encontrá-lo em breve e assim oferecer ajuda no que ele precisar para ter uma vida digna.

Fui pra minha cobertura para tentar descansar dessa rotina maluca de não dormir, que eu tinha adquirido durante a semana.

Minha intenção também nesse descanso era não deixar meus pais perceberem nada de anormal comigo, além do que eu já havia demonstrado durante a semana na empresa, já que passaria o domingo com eles na mansão.

...
Passei um domingo agradável na companhia da minha família, mais tudo me tirava o foco das conversas familiares aleatórias e cheias de sorrisos da parte deles, é claro que eu dava um sorriso discreto de vez enquanto, pra não demonstrar minha frustração amorosa para eles. Mas meu humor estava péssimo. Tudo me fazia voltar ás lembranças que eu tinha vivido com a Alina.

Eu não consegui nem jogar uma partida com eles. Fiquei olhando-os jogar tentando transparecer normalidade.

A última coisa que eu queria era terminar meu domingo cheio de questionamentos.

- Pedro, já te chamei várias vezes. Está surdo meu filho? – mamãe me chama.

Nesse momento eu estava na parte de fora da mansão onde tem um jardim suspenso com muitas bromélias, orquídeas e margaridas e em baixo lindas almofadas decorativas faziam destaque em cima de poltronas imensas de descanso. Era um lugar ótimo pra pensar na vida e namorar é claro, por diversas vezes eu vi meus pais ali sentados abraçados e apaixonados. Essa visão deles me fazia desejar um amor igual. Mas eu não queria largar a minha vida libertina, pelo menos era o que eu queria. Agora eu não sei de mais nada.

- sim mamãe – respondo.

- Seu pai te chama no escritório – ela avisa.

- já vou me juntar a eles – eu sabia que provavelmente meu irmão e minha prima já estariam lá dentro com o meu pai resolvendo assuntos da semana que vem. Minha mãe não suportava quando trazíamos trabalho pra casa, mas esses dias eram necessários e ela entendeu perfeitamente. Que mãe maravilhosa eu tenho.

- não quero te questionar nada. Só quero dizer que me importo com você. Queria que você nesse momento fosse um bebezinho pra eu o acolher em meus braços e não deixar ninguém te machucar – ela diz

- eu já sou em homem mamãe – estufei o peito pra dizer essa frase. Ate parece que isso faz alguma diferença para a dona Adela.

- e continua sendo o meu filho amado. O bebe da mamãe. Quero te mimar como nos velhos tempos – não falei que eu tinha uma mãe maravilhosa.

- eu aceito seu mimo mamãe, sempre e sempre – falei.

- vai pro escritório. Eu vou preparar aquele leite quente que você ama com canela e chocolate no ponto certo. Já já levo pra você tomar – esses dias eu estava preferindo uma bebida bem mais forte, mas é claro que vou aceitar esse mimo da minha mãe. Talvez seja o que eu estou precisando nesse momento.

- obrigado mamãe – nos abraçamos por um tempo e depois eu segui para o escritório do meu pai.

  Chego ao escritório e o meu pai nos informa que teremos que viajar para a Arábia Saudita amanhã para acertar os últimos detalhes contratuais exigidos pelos nossos novos sócios. 
...

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Um desconhecido mudou a minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora