Arthur Silva 🔪
Uma semana depois...Soltei a fumaça encarando o morro ali de cima.
Th: Meu irmão, olha como eles são lindos...- Chegou do meu lado todo animadinho mostrando a foto dos filhos.
Realmente, primeiras crianças que não nasceram com cara de joelhos. E sim com traços da família toda. Era nítido como você olhava para essas duas bolinhas e via cada traços dos meninos, ou dos pirralhos.
Silva: São lindões mesmos, pô...- Falei com o celular na mão vendo às fotos, entreguei de volta a ele que me olhou.
Th: Como tá o b.o?- Entrei o baseado a ele que pegou já tragando.
Silva: Normal na medida do possível...- Suspirei - Não deveria tá em casa?
Th: Sim... Só que tá uma correria e eu tava quase pra surta... Está todo mundo na mesma casa e tu já sabe, né?- Concordei - Anna só viver no hospital, Fernanda está ser virando em trinta para cuida de cada um, Amanda tenta ajudar só que sente muita dor. Paiva só viver no quarto e não saí de jeito nem um.- Suspirou cansando - Depois que ficou sabendo que o irmão está em coma, não quer nem comer, pra fala a verdade mesmo... Davi e a Anna e o que estão mais sofrendo com isso...
Não respondi ficando calado.
Silva: E a Daniela?- Perguntei depois de segundos.
Th: Anna que conta para ela hoje, está criando coragem...- Ele passou a mão no cabelo.
Olhei para baixo na rua vendo a Anna com uma mochila nas costa parando na frente da boca falando com os meninos que apontaram para cima. Ela ergeu a cabeça me vendo.
Th: já conversou com ela?- Neguei.
Silva: Não, vou conversar agora...- Falei saindo dali andando até às cadeiras que tinham ali no meio da laje.
Esse tempo tudo mudou por aqui, eu tô na frente do morro por enquanto. Bagulho é puxado, mas já sou acostumado com isso.
Esse tempo está difícil pra que não é da família, magina pra quem são? Th está pilhadão com o que aconteceu como todos estão. A única coisa que anima ele é as fotos que a Amanda manda dos bebês, Sol e o famosinho Ruan. Paiva nunca mais eu vi o rosto e só boatos que ele tá em uma situação foda. Anna está acabada, não vou negar, só viver no hospital e não sai de jeito nem um de lá. Fernanda está se virando ao trintas e dá de ver o cansaço no rosto dela. Amanda está também, tenta ajudar no que dá, só que sente muita dor.
Th tá me ajudando nas coisas aqui do morro, falei pra ele que não precisava. Só que esse está sendo o refúgio dele por enquanto. Então nem faço questão de fala nada.
Anna: Oi...- Sentei na cadeira encarando ela que colocou a mochila no chão e virou a cadeira ficando de frente para mim.
Seus olhos baixos com olheiras profundas, ela estava mais magra, nem tanto, mas está. Cabelo amarrado em um coque e expressão cansada.
Silva: Está bem?- Tirei uma caixa de cigarro do bolso e ela negou.
Anna: Acho que nunca vou fica bem em uma situação dessa...
Silva: Tô ligando...- acendi o cigarro sentindo ela me olha - Anna...
Anna: Quero que você me conte do começo... Como tudo aconteceu, por que eu sou adotada... Tudo, tudo, tudo. Eu querendo te escuta, sabe do seu lado. Deve te um motivo, certo?
Concordei.
Silva: Eu era feliz Aninha... Vivia com meus pais de boa, nada de brigas, discussões. Achava que íamos viver feliz assim pelo resto da minha. Só tinha seis anos quando Teresa descobriu que tava grávida de você, nosso pai meteu o pé sem fala porra nem uma! Abandonou nós, só deixou dinheiro para vivemos alguns meses. Quando mãe completou sete meses, expulsaram nós de casa, o nosso próprio pai expulsou nós de casa para morar com uma vagabunda! - Falei puto - Moramos na rua por dois meses, logo ser nasceu. Tava felizão, mas tá ligando que a felicidade de pobre não dura muito não, né.
Silva: Foi aí que tiraram tu de nós, mal nasceu já tinha te levado. Nesse tempo todo eu achava que tinha sido o hospital, pelo bagulho de nós, mora na rua e os caralhos a quatro. Só que não... Foi a porra de uma denuncia anônima, por alguém que tava lá na hora... Sei lá. Só sei que estavam querendo leva eu junto, Teresa mandou eu fugir, só que eu não queria pô. Mas fiz o que ela mandou. Dois dias depois achei a mãe, tinha acabado de sai do hospital, tava acabada ela. Triste pá porra, não conseguia ver ela naquele estado.
Silva: Foi aí que eu meti o pé pra te procurando, te achei. Era a coisa mais perfeitinha que eu tinha visto, ser estava em um macacão rosa... Com um lacinho na cabeça... Meus olhos brilharam, corri para mãe pra conta que tinha te achando. Ela veio comigo no outro dia, achei que íamos conseguir te leva. Só que não... Eles não deixaram e chamaram a mãe de louca... Ela não desistiu de você, só que não tinha mais o que fazer, Anna. Eu fiquei três meses indo te ver, até que você sumiu. Eu vi um casal te levando... Eles estavam felizes... E eu sabia que você também estaria... Só que não fácil, fazia de tudo para pega você te juro. Não queria te ti deixando assim...
Ela chorava me olhando e ser levantou vindo até mim. Joguei o cigarro no chão pisando e levantei.
Ela me abraçou e eu escondi meu rosto no seu pescoço me permitindo chorar.
Anna: Eu entendo você... Vocês...- Apertei ela que fungava- E cadê nossa mãe?
Ela se afastou e eu mordi o lábio.
Silva: Ela morreu... Morreu quando completei quinze anos...- Ela começou a chorar mais e eu só abracei ela pedindo desculpas.
No final do choro coletivo, mostrei o teste de DNA e ela me perguntou como eu fiz sem te o sangue dela.
Disse que o Ret me ajudou nessa.
Ficamos conversando por mais tempo, levei ela para casa e meti o pé para minha.
Tomei um banho, comi é logo subi pra boca novamente.
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Recomeço - Segunda Temporada.
FanfictionFiz essa canção só para você lembrar atrás de você eu vou até o fim do mundo... eu ainda quero,tudo, tudo...