Mostrar ser...

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Hoje é um daqueles dias que eu preciso, necessito, me olhar no espelho para ter certeza de que estou vivo e que tudo isso não é mais uma peça da minha imaginação fértil.

Tudo bem, eu posso conviver com o fato de que bem tudo precisa ser dito, ou expressado, eu sei disso. Todavia, é difícil para uma pessoa agir assim sempre. Não posso fugir do que sou, ou do que sinto, eu sei disso. A única parte de que eu não entendo é: como eu vou fazer isso?

Lembro de quando eu era criança e precisei viajar para Los Angeles, onde mora a minha avó paterna. Na época, eu não entendi bem o que era ter que pensar em quem sou, na verdade, a minha única preocupação era jogar videogame a tarde inteira, ou nadar na piscina do hotel da minha avó. Bons tempos...

Eu realmente penso assim. Mas é difícil tentar mostrar um lado meu que é mais fácil, porque sempre que eu tento ser mais legal, alguma merda acontece, e a culpa vem toda pra cima de mim. Eu tento as vezes, mas canso também. É chato ter que fingir algo, porque alguém não está gostando do que faço, isso acontece com o Liul. Na cabeça dele, eu sou um imaturo idelinquente ué não pensa nas coisas que faço, e acabo estragando tudo.

De fato, parcialmente ele não está errado, mas tanbém está. Ele pensa que se eu atacar a minha mãe, irei conseguir chegar até o meu pai.

De fato, isso é um fato. Mas eu não faço isso, eu não sou assim, não sou como ele pensa que sou. Ele me odeia, mas nem sempre foi assim, faz um tempo já, infelizmente.

Péssimos tempos...

Mas por agora, eu quero poder levantar todos os dias, e declarar uma procura de paz. Eu posso estar andando muito com o Yonngi, e também com a Giulia, que mais se parecem hippies de placentas diferentes, ou talvez seja o fato de que estou cansado de tentar mudar a opinião errada que outras pessoas tem sobre mim.

Cautelosos tempos...

Me levantei da cama ansiando que um raio caía sobre a minha cabeça, mas nem chovendo está.

Estou sentindo uma dor muito forte de cabeça, como se um martelo estivesse perfurando por dentro. É silencioso, e doloroso. Não consegui dormir muito bem ontem a noite, na verdade, não durmo bem há dias. Porém ontem em específico, parece que a insônia me acusou sem sentido, porque eu consegui tirar um cochilo de vinte minutos, em seguida, não preguei mais os olhos.

Me rastejei até o banheiro do meu quarto, que felizmente, fora consertado de todos os últimos pavilhões, ou seja, o meu que é o penúltimo, conseguiu ter algum reconhecimento, depois de tantas  vezes que eu fui até a direção para reclamar.

Agora já não preciso tomar banho naquele banheiro imundo, coletivo. Pelo mesmo por algum tempo, já que...

-- Merda!__toquei o registro do chuveiro, mas não saiu água alguma.

É o que me faltava, o dia mal começou, e a minha má sorte de cada dia me visualiza.

Peguei a minha toalha e roupas, e segui até o quinto dos infernos. Passei pela catraca, e estranhei o silêncio do corredor extenso. Aqui costuma ser bastante barulhento, as vezes eu tampo os meus ouvidos com algodão, porque não gosto muito de tantas energias no mesmo lugar. Lugares fechados, e várias pessoas amontoadas me deixam ansioso, coisa que tento controlar.

O lugar está vazio, o segurança está sentado em uma cadeira branca de plástico ao lado da porta, quase babando a farda vermelha, por estar coxilando. Se hoje fosse final de mês, ou começo, e eu estivesse o meu celular aqui, tiraria um adoro somente para guardar de lembranças, pois o segurança é um cara legal, comparado aos outros que tratam certos pacientes como lixos.

Deixei as minhas coisas no banco grande e extenso no centro do banheiro, e me olhei no espelho pequeno que tem pregado no lado de fora em cada porta das cabines.

 ̶,̶R̶e̶s̶p̶o̶s̶t̶a̶s̶ ̶C̶o̶n̶t̶é̶m̶ ̶P̶e̶r̶g̶u̶n̶t̶a̶s̶.̶ Onde histórias criam vida. Descubra agora