Miçangas coloridas.

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Estou andando pelo corredor ao lado de Taehyung que está segurando alguns livros que pegou da biblioteca, caminhando em direção a saída. Alguns minutos atrás, eu estava terminando algumas coisas do projeto --- que está quase perto de ser finalizado---, e acabamos nos encontrando por acaso.

-- Sabia que eu tenho um cachorro? Ele se chama Yeontan.

-- Coitado dele. Ter você como dono deve ser terrível. Aliás, acho que você é o cachorro na verdade. Coleira já tem.

Aponto para a sua tatuagem na garganta e percebo o seu rolar de olhos, o que me faz soltar uma pequena risada. Quando chegamos no estacionamento, ele fica agachado com um dos joelhos no chão para abrir a mochila.

-- Diz isso porque tem inveja de mim. Sabe que fico gostoso com as minhas tatuagens. E você só tem uma porque é me. dro. So.

-- Quem te disse isso?

Dou um passo pra frente e o meu umbigo fica perto da sua cabeça. Não tem muitos carros, ainda está de manhã.

-- Os meus olhos. Se esqueceu? Eu ja te vi nú. Sem roupa. Sem nada, como veio ao mundo. Sem nadica de peça alguma. Peladão.

-- Mas aposto que nunca viu isso aqui.

Ele ergue o olhar para cima, e acaba engolindo em seco. Toco a barra da minha calça, e abaixo um pouco até o meu V da cintura ficar a mostra. Para deixar ainda mais visível para ele que está imóvel me olhando de baixo, subo um pouco a minha camisa, e mostro a minha mais nova tatuagem no canto do V marcado do meu abdômen definido pois não faz muito tempo que fiz alguns exercícios no quarto.

-- Está em latim. Sabe traduzir?

Ele meio que fica alheio a tudo, quase salivando enquanto olha para mim.

-- "Si cito vivimus, iuvenes moriemur." - engole em seco. -- "Se vivermos com pressa, jovens morreremos."

Passo a língua nos lábios.

-- Hum-hum. Quer tocar? Eu deixo um pouquinho. Só pra você sentir.

Seu rosto está a centímetros do meu abdômen, e ele parece tentado a fazer o contato na minha pele se aprofundar. Até pisca os cílios algumas vezes desejando passar os dedos ali. Mas como eu já imaginava, não faz nada. Sua mão direita vai subindo... subindo... subindo... E quando está bem perto de tocar, ele dá um tapa para que ela volte ao lugar, pega a mochila e põe nas costas ao ficar de pé, rapidamente.

-- Quem sabe mais tarde?

Com um sorriso na boca, eu ajeito a minha roupa fingindo não me importar.

-- Mais tarde não vai dar, eu tenho um compromisso sério.

-- Ah sim. A festa da Olívia, não é? Você vai? Eu vou.

Cruzo os braços ao redor do peito, e mexo a minha cabeça para tirar uma mecha rebelde do meu cabelo, dos olhos. Está crescendo cada vez mais, e quando ele ergue uma mão para tirar a mecha dali, me lembro do seu tic de organização.

-- Claro que vai. Do jeito que é cachaceiro.

-- Olha quem fala! Da outra vez você quase vomitou nos meus pés.

Mexo os ombros.

-- Era isso ou na sua roupa.

-- Que tal em nenhum dos dois? Aliás, posso te dar uma carona se quiser. Sabe? A bunda de um esquentadinho lindo esquentando a garupa da minha moto super linda e cheia de peças caras que eu acabei de-

-- Eu não vou sair com você se for na sua moto ridícula que quase me matou.

Ele pisca os cílios e os olhos brilham, deixando um sorriso esperançoso adornar os lábios.

 ̶,̶R̶e̶s̶p̶o̶s̶t̶a̶s̶ ̶C̶o̶n̶t̶é̶m̶ ̶P̶e̶r̶g̶u̶n̶t̶a̶s̶.̶ Onde histórias criam vida. Descubra agora