Revelar ser...

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Ontem eu visitei a minha avó, que está passando um tempo na casa dos meus pais. Ela não sabia, mas o clima em casa está péssimo. Todos tentaram fazê-la não perceber, mas o vazio nas expressões da minha irmã a fez acreditar que algo estava errado. A minha ideia era ficar lá a noite, inventar qualquer coisa caso ela perguntasse o motivo de eu não dormir em casa, e voltar para o dormitório. Era um plano perfeito, e que não exigia muito de mim. Era perfeito.

Mas deu tudo errado!

Tive que dormir no meu quarto, sabendo que sou o provedor de qualquer discussão de família que possa vir. Aquele estado de silêncio que reinou na sala de estar, enquanto todos assistiam um programa besta de domingo na Tv, me fez querer enfiar o meu rosto debaixo da vasilha de pipoca que a Yuna segurava sentada no chão.

" Está morando fora, querido?"

Eu estava deitado de qualquer jeito no sofá, alheio a tudo que estava acontecendo a minha volta. O Liul estava sentado na poltrona, ao lado da minha mãe, que rua de qualquer coisa boba que minha avó contava ao meu lado. Na hora, eu não soube o que fazer, o que me restou foi esperar que alguém tipo o cachorro do vizinho batesse na porta e pedisse um punhado de açúcar. Qualquer coisa que cortasse aquele clima.

Todos olharam para mim, esperando uma atitude minha. Aposto que até o Liul estava esperando isso. Mas não aconteceu, assim como eles, as palavras faltaram em emu vocabulário, e por alguns segundos, eu esqueci que todos esperam uma atitude minha, quando eu só quero ficar quieto e em paz.

Por isso minha mãe ligou para a secretária do Hospital, avisando que eu faltarei dois dias por conta de assuntos pessoais que eu nem sabia que estava acontecendo, ou que precisaria saber. Consequências dessa ligação: Ela ficou sabendo que eu não saio muito do quarto, e falto as consultas e aulas vocacionais. Agora, ele está brava ao ponto de se parecer com um touro de rodeio, mas tendo que esconder or conta de minha avó, que não está sabendo de nada que aconteceu nos últimos meses.

É o que me faltava!

Minha mãe acordou bem cedo para ir ao supermercado, quase de madrugada. Acordou a Yuna, que acordou o Liul, que me acordou, avisando que minha mãe deixou claro que era para eu ajudar a Yuna a limpar a casa, antes que a minha avó acordasse.
E assim ele foi trabalhar, avisando que faria de tudo para votar na hora do almoço.

" Não seja você. Só por hoje. Pela sua mãe"

Esse foi o 'bom dia' que recebi.

Ele fechou a porta do meu quarto, e com ele, foi o meu sono. Eu não queria estar aqui por esses motivos, a culpa é minha, eu tenho que viver com isso, sabendo disso.

De pijama azul e cabelos em pé, eu apareci na cozinha, enquanto a Yuna lavava as louças. Eu enchi o meu copo de água da torneira, isso a assustou, e ela acabou jogando algo em mim. Para melhorar o meu dia, tive que limpar a maior parte da casa, porque de acordo com a chata da minha irmã, as unhas dela estava bonitas demais para serem borradas com sabão em pó. Ou seja, sobrou para mim. Então eu a ameacei e tudo ocorreu bem.

Quando terminei tudo, os raios de sol estavam raiando mais forte. Minha mãe chegou com as compras, a Yuna a ajudou, enquanto eu fui tomar um banho aproveitando que o sono tinha ido embora, junto com a minha coragem de manhã. Mas ao contrário do que a minha achou, a minha avó dormiu a manhã inteira depois de ter chegado de uma viagem longa de avião.

Estou cortando uma saca de batatas na pia, enquanto a Yuna esta passando pano no chao da sala, cantando uma musica da PEACH PRC, achando que está arrasando.

-- FOREVER DRUNK! FOREVER DRUNK!

Ela esta berrando essa única frase há mais de vinte minutos.

-- Para! Por favor, eu já não aguento mais ouvir FOREVER DRUNK! FOREVER DRUNK!

 ̶,̶R̶e̶s̶p̶o̶s̶t̶a̶s̶ ̶C̶o̶n̶t̶é̶m̶ ̶P̶e̶r̶g̶u̶n̶t̶a̶s̶.̶ Onde histórias criam vida. Descubra agora