Conquista dupla.

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São quatro e alguma coisa da manhã, estou abrindo a porta do carro para Yuna entrar junto das amigas patricinhaas dela. Depois que consegui dormir um pouco ao lado de Taehyung, ela me ligou como eu pedi, e disse que já estava pronta para ir embora porque: " A festa não estava tão boa assim como ela imaginava que estaria, e que precisava urgentemente deixar isso bem claro no Twitter."

-- Está vendo? Eu me comportei. Sou ou não sou uma boa menina? - ela diz sentada no banco da frente do carro de aplicativo. -- Está orgulhoso? Eu só bebi refrigerante de laranja como prometi.

-- Não fez mais que a sua obrigação. Ainda é de menor, aceite isso.

Ela rola os olhos para cima, enquanto eu tapeio os meus bolsos a procura da minha carteira. As amigas delas estão olhando para mim como sempre fazem de relance, Yuna bufa quando olha pro retrovisor e vê.

-- Então...

-- Está zerado, não é? Nunca aprende. - diz quando percebe que esqueci a minha carteira. -- Não esquenta. Eu pago pelo celular. Mas vai ficar me devendo essa. Quero que você me leve para fazer compras no shopping semana que vem.

-- Mas eu não te convidei e tenho coisas mais importantes para fazer.

-- Tipo: beijar loirinhos sardentos?

Arregalo os olhos, surpreso. O motorista está olhando para nós dois a espera de alguma resposta para poder continuar com o seu trabalho.

Olho bravo e sussurro pra Yuna:

-- Por que você não toma conta da sua vida?

-- Estou fazendo exatamente isso. Torcendo para que você encontre logo uma pessoa para que eu possa viver em paz dentro daquela casa. Papai acha que eu falto aula pra ficar namorando. E Mamãe não para de pegar no meu pé, alegando que vou ficar mal falado pelas vizinhas fofoqueiras dessa maldita cidade. Não aguento mais isso, sinceramente.

Inspiro profundamente, ela empina o nariz sem olhar para mim, fazendo manha. Olho para o motorista.

-- Deixe cada uma em casa. Se ficar caro, pode deixar que eu pago depois pelo celular. É só dizer quanto custou a viagem quando terminar.

-- Sem problemas.

Desvio a minha atenção para Yuna.

-- O que mais você quer que eu faça? Já não é o suficiente o que eu consigo?

-- Arranje um emprego e me tire daquela casa.

-- Não acha que é você quem tem que fazer isso sozinha?

-- Não.

-- Quer trocar de lugar comigo? Eu fico em casa fingindo que sou um bom moço samaritano e você no Saves, pra sentir como é a minha vida um pouquinho.

-- Não, obrigada. Prefiro comer fandangos com gasolina. Valeu.

Mesmo que negue, ela sabe se cuidar sozinha. Sobreviver pelo menos.

Ele dá partida, quando eu bato de leve no carro com a mão. Yuna fica olhando para mim da janela com as mãos na porta, enquanto assisto o carro ir se afastando aos poucos. Olhar pra ela assim, me quebra de um jeito tão doloroso. Ela acha que se eu começar a namorar, mamãe e Liul vão deixá-la mais livre, porque estarão muito mais preocupados comigo e meu relacionamento. Todavia, isso não vai acontecer, não importa o que eu faça. Ela sempre será a mais nova da família.

Respiro fundo. Ainda não clareou, mas a maioria das pessoas estão indo embora.

-- Quer carona? - Lisa pergunta com as mãos no volante. Jennie está com a cabeça deitada no banco do passageiro, enquanto Giulia está deitada no asssento traseiro, bêbada. -- Nós vamos dormir em um hotel hoje. Mudar a rotina, mas eu posso te deixar no dormitório primeiro se quiser.

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