"Sou consolidado ao mais amplo estado de criatividade pessoal."
Foi o que eu disse, antes de deixar claro para os meus amigos o estado em que me encontro agora: Ansioso, e um pouco aflito, ao mesmo tempo que decidido a apreciar as sensações e os momentos, mesmo que sejam muito intensos.
Olhando da janela do carro, vejo Taehyung correr até mim. Os cabelos ondulados batendo e pulando na testa, enquanto o sorriso simplifica ainda mais a sua áurea radiante.
Estico o meu braço para abrir a porta do passageiro.
-- Está atrasado. - digo, quando o mesmo fica sentado no banco.-- O filme começa às oitos, já são sete e quarenta e cinco.
-- Foi mal! Eu demorei porque fui fazer uma tatuagem nova. E você não foi muito educado por mensagens também. Mereceu esse atraso.
-- Só disse que se você demorasse muito, enfiaria o meu punho inteiro na sua garganta até sangrar. Só isso. Besteira.
Ele pisca os cílios várias vezes, deslizando a mão até a porta do carro.
-- Você vai fazer isso? - pergunta com receio. -- Eu só demorei um pouquinho. E você também é culpado. Eu disse que pegaria o carro do Namjoon, mas você com seu orgulho besta, disse que já estava acertado com o do Liul. Me fez parecer idiota pro meu primo.
-- Não é orgulho, apenas não gosto de usar nada dos outros.
-- O carro é do Liul.
-- Quer barraco?
Ele abre um sorriso, e nega com a cabeça.
-- Não, só... Vamos logo, ok? Ainda temos que comprar comida. Chega de briga.
Aperto os olhos, olhando-o de cima a baixo. Ele devolve o olhar, meio perdido. Dou de ombros.
-- Não estou brigando. Esse é o meu normal. Desacostumou?
-- Parou.
Estalo a língua na boca, ele solta uma risada olhando para frente, para o rádio. Vejo os seus dedos apertarem no botão em busca de uma boa música e quando consegue, põe um dos braços no topo do banco que estou sentado.
-- Põe o cinto. - digo para ele, que está olhando para a janela.
-- O que?
Estico o meu braço até o cinto dele, mas o meu acaba atrapalhando na hora de virar um pouco o meu tronco. Com um dos braços, alcanço o começo do cinto puxando até ficar certo na cintura e tronco dele. Quando faço isso, fico mais perto do seu corpo, Taehyung vira o rosto para olhar para mim sem entender. Os nossos rostos ficam próximos, meu nariz quase toca o seu.
Essa troca de olhar é intensa demais para mim, e ele parece concordar já que engole em seco enquanto segundos se passam em silêncio.
Ao passar o cinto por seu corpo, prenso a segurança.
-- O cinto. Estava falando do seu cinto. - aponto, ele desce o olhar para o próprio tronco.
Depois de alguns segundos, ele pigarreia, voltando a realidade. Dou partida no carro em direção a cidade, enquanto a música ambiente deixa o clima menos... Alguma coisa que eu não sei.
Não falamos nada durante a metade do caminho, não que eu esteja desconfortável com isso, mas não é de fato a melhor situação da minha vida.
Apesar dele permanecer quieto, conheço a sua hiperatividade, isso deve estar o matando por dentro, esse meu silêncio.
Quando chegamos no destino correto, ele aponta para a esquerda, onde há uma trave de metal e vários carros enfileirados esperando o lanche. Fizemos os pedidos, pegamos os nossos lanches, e agora estaciono o carro na última vaga, o mais longe da tela, mas também até que pode ser considerada a melhor, já que estamos mais afastados e eventualmente, mais a sós.
VOCÊ ESTÁ LENDO
̶,̶R̶e̶s̶p̶o̶s̶t̶a̶s̶ ̶C̶o̶n̶t̶é̶m̶ ̶P̶e̶r̶g̶u̶n̶t̶a̶s̶.̶
أدب الهواةOlá leitores do meu Diário, aqui a quem vos fala sou eu, Jeon Jeongguk. Um Jovem que cresceu tendo um péssimo relacionamento com o meu pai biológico, que me deixou com minha mãe quando eu tinha apenas cinco anos de idade. Tendo dificuldades de conví...