( Narrado por Mason )
Ta, aquele não era o meu objetivo. No início achei engraçado o fato dela estar brava, já que vivia sorrindo e de bom humor o tempo todo, mas depois de um tempo começou a me incomodar. Eu só queria que ela extravasasse sua raiva. Não pensei que acabaríamos nos beijando.
Quando ela me puxou para ela e me beijou, me assustei. Afinal, por mais que eu estivesse querendo aquilo tinha um tempo, eu não imaginei que ela o faria.
Arizona puxou minha nunca e celou nossos lábios num beijo intenso. O que me fez crer que ela também estava querendo aquilo.
Naquele momento ignorei tudo, na verdade, esqueci tudo. Parecia que tudo havia sumido e só aquilo importava. Só ela importava. Me concentrei mais no beijo e nem percebi quando rolei o meu corpo fazendo com que ela ficasse por cima de mim. Seus joelhos tocaram o chão a minha volta e ela continuou segurando o meu rosto sem descolar nossos lábios.
Meus braços rodearam seu corpo, minhas mãos pararam em suas costas, e assim a puxei mais para mim.
O beijo rolou por um tempo, até que Arizona se separou de mim apoiando as mãos no chão em volta da minha cabeça. Seus olhos estavam arregalados e suas bochechas coradas. Ela estava muito vermelha.
ㅡ Me... Me desculpa, eu... ㅡ Ela se levantou e saiu do quarto meio envergonhada. Pensei em ir atrás dela, mas não consegui me levantar daquele chão. Passei as mãos no rosto tentando assimilar o que havia acontecido. Arizona simplesmente acabou com todo o meu autocontrole em menos de um minuto.
Ergui o meu tronco me sentando no tatame. Puxei os meus cabelos para trás tentando respirar fundo. Já que até o ar eu perdi.
Por um momento, fiquei sem saber o que fazer. O que aconteceria agora? O que eu faria?
Encarei o meu celular em cima da cama e o peguei. Saí do quarto e não vi nenhum sinal da Arizona, que provavelmente estava em seu quarto. Passei direto pelo corredor e saí do apartamento para ir até o teto. Após subir as escadas, liguei para meu pai.
Pai- Mason? Tudo bem?
Mason- Oi, pai. Sim, mais ou menos. Eu acho...
Pai- O que aconteceu? Por que parece tão confuso? Tem a ver com a Arizona?
Pude sentir que ele estava sorrindo devido ao tom de sua voz ao dizer Arizona.
Mason- Não quero nenhuma piada, eu realmente não sei o que fazer.
Pai- Por que? O que houve de tão terrível para Mason Ogden não saber o que fazer?
Mason- Eu e a Arizona nos beijamos.
Pai- Isso é ótimo! Digo... Que horror, Mason. Você foi contratado só para cuidar dela.
Mason- Não faz isso, pai.
Me escorei no parapeito observando os prédios que haviam em volta.
Pai- Tá bom. Isso é ótimo, Mason! A quanto tempo venho torcendo para você se apaixonar...
Mason- Por que? Sabe que fico muito bem sozinho.
Pai- Você sabe se virar sozinho, Mason. É diferente. Eu sabia que se um dia se apaixonasse, talvez pararia com essa mania de querer estar sempre solitário. E eu gosto muito da Arizona, por mais que ela nem deva se lembrar mais de mim.
Mason- Mas, pai, o senhor não está entendendo. Sabe que a Arizona só está comigo durante esse tempo, quando tudo acabar, ela vai voltar pro Brasil, pra vida dela, para os estudos dela, para a família dela, para os amigos dela... E eu tenho a minha vida aqui. Isso não daria certo de qualquer forma.
Pai- E por que, não?
Mason- Eu acabei de citar os motivos.
Pai- Mas, Mason, se a garota também te beijou, ela deve sentir algo por você, não? Você não pode decidir isso com seus motivos sem dizer nada a ela. E se ela tiver sentimentos por você e decidir que quer fazer isso dar certo? Não olhe só para o seu umbigo e seus motivos. Bem... Ela também te beijou, certo? Retribuiu o beijo?
Mason- Ela quem me beijou, pai.
Pai- ENTÃO!
Seu grito me fez afastar o celular da orelha.
Pai- Desculpa. Mas, então, Mason. Não decida as coisas por você mesmo sem dizer nada a ela.
Mason- Eu não sei se quero falar disso com ela. O que eu diria?
Pai- Ora, que a ama e que quer se casar na semana que vem.
Mason- Pai...
Pai- Ta bom, exagerei. Mas, olha... Sei que você cresceu vendo os meus relacionamentos. Vendo que nem sempre as pessoas correspondem aos nossos sentimentos e que nem sempre o amor é a coisa mais bonita de se viver, mas o mundo é ruim, Mason. As pessoas são ruins. Todos os dias coisas ruins acontecem e ainda vão acontecer muitas. Talvez o amor seja aquele porto seguro que precisamos nos refugiar as vezes para fugir desse mundo e de suas maldades. Talvez a Arizona seja o porto que você precisa para fugir um pouco de tudo. Se eu fosse você... Não deixaria esse porto escapar.
As palavras de meu pai me calaram por um momento. Por muito tempo eu só enxerguei o lado ruim de tudo. Meus dias sempre foram cinzas e sem motivação. De fato, o mundo é ruim. E... Talvez o meu pai esteja certo. E alguns dias comigo, Arizona conseguiu me fazer sorrir mais, me fez decorar o apartamento, me fez comprar uma rosa e até ver filmes bobos que eu jamais veria sozinho. Talvez ela seja mesmo o meu porto. O lugar que eu preciso para me refugiar as vezes e esquecer das maldades lá de fora.
Mason- Acha que é o momento certo para isso? Sabe que a situação é um pouco... Complicada.
Pai- É, eu sei. O pai dela não mandou mais notícias?
Mason- Ele falou comigo tem duas noites. Disse que ainda estão o cobrando.
Pai- Tome cuidado, filho. Qualquer coisa pode vir com ela para minha casa, se as coisas se complicarem aí em Nova Iorque.
Mason- Aí já está nevando?
Pai- Sim, bastante.
Mason- A Arizona ia adorar.
Pai- Se virem, me avise que eu enfeito tudo de Natal para ela.
Sorri ouvindo meu pai. Nós conversamos mais pouco, mas ele precisou desligar. Coloquei o celular no bolso e apoiei meus braços no parapeito. Respirei fundo me sentindo tenso com todo aquela situação... Precisava do meu porto.
Desci novamente para o meu apartamento. Quando entrei, Arizona estava andando em círculos na sala com o roteiro de sua peça em mãos.
ㅡ Está conseguindo ensaiar agora? ㅡ Perguntei tentando parecer o mais casual possível enquanto fechava a porta atrás de mim.
ㅡ Sim, eu... Não estou mais com raiva. ㅡ Ela respondeu olhando para mim. Nós dois nos encaramos por um tempo, sabendo que algo precisava ser dito.
ㅡ Sobre o que aconteceu... ㅡ Falamos juntos.
ㅡ Pode falar... ㅡ Fingi ser cavalheiro, quando na verdade só não queria dizer primeiro.
ㅡ Eu... ㅡ Ela engoliu em seco. Eu queria ouvir o que tinha a dizer e torcia para que não fosse um aquilo foi um erro. Senti o medo dentro de mim de ouvir essas palavras e acabei falando em sua frente.
ㅡ Eu quero isso, Arizona. ㅡ Falei de uma vez a surpreendendo. ㅡ Eu... Eu quero você. Sinto que você era o que faltava para mim.
•••
Continua...
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Sobrevivendo ao meu Clichê I
RomansaPRIMEIRO LIVRO DA SÉRIE MONTGOMERY E se você tivesse a oportunidade de entrar num livro de romance e conhecer sua própria autora? E se essa autora fosse uma garota super indecisa que estaria ali para escrever o SEU romance? E se, como num passe de...