58_ MONTGOMERY, FIM DA HISTÓRIA!

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( Narrado por Arizona )

Não pensei que encontraríamos um local cheio de pessoas em pleno Natal, mas, ao caminho da casa de Mason, acabamos encontrando. O local tinha uma pista de gelo onde as pessoas estavam patinando. Tudo ali estava tão brilhante e natalino que Mason parou o carro sem nem precisar perguntar se eu queria dar uma passada por ali.

Ao descermos do carro e andarmos por entre as árvores de natal e as pessoas, estranhamente, vestidas de duendes, eu não conseguia parar de sorrir. Aquela havia sido uma noite e tanto e acho que eu não pararia de sorrir por um bom tempo.

Não dava nem para acreditar que eu tinha mesmo protagonizado em uma peça de teatro, em pleno Natal, na famosa New York City. Não dava para acreditar que tudo havia dado certo. Não dava para acreditar que eu não havia errado uma fala sequer e que havia sido aplaudida de pé ao lado de pessoas que eu gostava. Não dava para acreditar em como o sorriso de Mason no meio da plateia fez o meu coração acelerar tanto. Por um momento, me esqueci até de onde estava, quando os olhos dele encontraram os meus naquele auditório.

Antes de Mason, eu nunca havia beijado ninguém. O que não é novidade, já que a minha vida amorosa era através dos livros que eu lia. Então... Não tinha um fundamento, mas agora, depois de ter beijado Leonard na peça, vi o quão diferente era um beijo com sentimento e um sem. É claro que o beijo entre mim e Leonard havia sido técnico, mas mesmo assim é interessante notar o quão um sentimento torna tudo tão especial.

Olhar para ele, ali, num lugar que ele evitaria pelo fato de ter muitas pessoas, mas estar sorrindo e se esforçando por mim, me fazia sentir mais do que especial. Fazia o meu sentimento por ele crescer ainda mais. E... Agora essa era a minha meta: fazê-lo sentir-se como eu me sentia quando olhava para ele. Quero que ele também sinta seu amor por mim aumentar a medida que me esforço por ele.

Sorri sentindo uma das melhores sensações que já senti. Eu me sentia em paz. Me sentia feliz. Sentia que nada mais estava faltando e que tudo parecia perfeito.

ㅡ Sobre a semana que vem... ㅡ Mason começou a falar quando paramos na frente da pista de gelo. ㅡ Onde gostaria de passar o ano novo?

ㅡ Hm... ㅡ Mordi o lábio inferior sem saber o que responder. ㅡ Você me pegou nessa. Mas... Acho que gostaria de voltar ao Brasil. Passar com o meu pai.

ㅡ Ah... Suas... Suas férias já vão ter terminado também, né? ㅡ Ele soltou uma risada sem graça. Na verdade, eu nem havia me tocado disso. Dezembro havia passado tão rápido e agora, que tudo havia se resolvido, eu não precisava ficar mais em Nova Iorque, e muito menos com um segurança. ㅡ Em Janeiro você já precisa estar no Brasil para a faculdade e tudo mais. Eu tinha me esquecido. ㅡ Mason pareceu desanimado em dizer aquilo.

Por um momento, me senti confusa. Eu já não me via mais longe de Nova Iorque. Eu havia descoberto muito sobre mim ali e também aprendido muito. Eu...

ㅡ Eu preciso mesmo voltar? ㅡ Perguntei, desanimada.

ㅡ Ué, é a sua vida. Sua casa, seus estudos, sua família. ㅡ Ele colocou as mãos nos bolsos da calça e encarou seus pés que pisavam na neve.

ㅡ Mas... ㅡ Olhei em volta. ㅡ Eu não quero ir embora, eu... ㅡ Mason me olhou. ㅡ Eu não me vejo longe daqui, Mason. Longe de você. Eu só queria passar a virada de ano com meu pai, não voltar definitivamente. Eu não quero voltar. Quero ficar aqui.

ㅡ Mas, Arizona... ㅡ O interrompi.

ㅡ Eu sei que a gente começou a namorar essa semana e seria muito errado já morarmos juntos, pelo menos para mim, que gosto de fazer tudo certo no tempo certo. Mas, falo de eu trabalhar aqui! Eu posso alugar um apartamento, posso arrumar um trabalho e assim teria uma renda fixa, além do teatro. Eu teria um vida independente, como sempre quis. E... Estaria aqui. Estaria com você. O que você acha? ㅡ Estava com medo de estar dando um passo maior que minha perna. Estava com medo de estar sendo precipitada, mas eu não me imaginava mais longe de Nova Iorque. É claro que Mason era um forte motivo por eu querer ficar, mas, principalmente, era pelo fato de que ali eu teria a oportunidade de viver minha vida. Viver de mim e do meu trabalho. Eu teria a vida independente que eu sempre sonhei quando morei no orfanato. ㅡ Posso tentar uma faculdade daqui... ㅡ Falei comigo mesma e olhei para Mason. ㅡ Mason! Fala alguma coisa!

Sobrevivendo ao meu Clichê IOnde histórias criam vida. Descubra agora