70% dos presentes naquela plateia gritaram e aplaudiram quando Mason conseguiu vencer o rapaz.
Ele puxou o ar e ajeitou sua faixa na cintura. Seus olhos passaram por mim rapidamente antes dele sair do tatame e, consequentemente, da minha vista.
Percebi que Amelka que estava muito quieta e olhei para ela. A mesma tinha as mãos cobrindo os olhos, porém seus dedos estavam afastados propositalmente, permitindo que ela visse tudo. Seus olhos estavam arregalados.
ㅡ Que foi? ㅡ A questionei.
ㅡ Pensei que tivesse dito que entre você e Mason não rolava nada. ㅡ Ela tirou as mãos do rosto e arqueou uma sobrancelha.
ㅡ E não rola. ㅡ Fiz uma careta.
ㅡ Como não? O cara te mandou um beijinho e Mason mandou ele pro hospital! Eu não sei da onde você vem, mas aqui isso se chama: ciúmes. ㅡ Gesticulou com as mãos como se mostrasse algo.
ㅡ Ciúmes? ㅡ Eu literalmente caí na gargalhada ali mesmo. ㅡ Primeiro que Mason não me conhece nem a quatro dias, segundo que ele não parece o tipo de cara que sente ciúmes. Digo, não parece o tipo de cara que sente alguma coisa. Ele parece até feito de pedra. Dúvido que sinta ciúmes por alguém, muito menos por mim que só fez discutir com ele desde que o conheceu. ㅡ Argumentei com toda a minha certeza. Mason com ciúmes de mim era a última alternativa para aquele chute. ㅡ Sem contar que é uma luta, é a obrigação dele tentar vencer o oponente.
ㅡ É... ㅡ O olhar de empolgação de Amelka se foi e ela voltou a recostar as costas na cadeira. ㅡ Talvez você esteja certa. Talvez tenha sido apenas por orgulho. Os caras tem muito isso.
ㅡ Pois é. ㅡ Concordei com ela.
Houve mais uma luta e logo os que haviam ganhado naquela noite se puseram de volta no palanque. Mason ainda tinha seu cabelo molhado pelo suor quando se pôs junto dos outros lutadores com as mãos unidas atrás do corpo.
O homem que apresentava falou sobre as próximas lutas, local e horário e terminou o evento. As pessoas foram se levantando para sair e Amelka e eu fizemos o mesmo. No meio da muvuca e falação, finalmente conseguimos sair da arena, parando na frente do carro de Mason.
ㅡ Ai, só de pensar que amanhã vou ter que acordar cedo... ㅡ Ela se encostou na porta do carro e encarou os céus como se pedisse socorro.
ㅡ Mas, amanhã é domingo. Você trabalha? ㅡ Perguntei e ela assentiu com uma expressão cansada.
ㅡ Eu sei que amo meu trabalho e que esse sempre foi o meu sonho, mas acordar cinco da manhã em pleno domingo deveria ser crime. ㅡ Ela resmungou.
ㅡ Cinco da manhã? ㅡ Arregalei meus olhos. ㅡ Força, viu. ㅡ Toquei o ombro dela. Já eram quase onde da noite, quem sabe que horas ela iria dormir naquele dia? E acordar cinco? Coitada.
ㅡ Que isso... É aqui a porta pro paraíso? ㅡ Três rapazes passavam por nós, mas um resolveu parar para mexer com a gente, o que fez os outros dois pararem também.
ㅡ Não, pro carro. ㅡ Respondi. Amelka riu.
ㅡ Ah, ela é bravinha. Eu gosto disso. ㅡ Seu sorriso de aparelho recém tirado foi mirado em mim e seus olhos me fitaram dos pés a cabeça.
ㅡ Cara... ㅡ Um dos rapazes que estava com ele se achegou para mais perto do mesmo. ㅡ Ela é a namorada do Mason Ogden, quer mesmo fazer isso? ㅡ O sorriso do garoto foi se desmanchando a medida que seu amigo falava.
ㅡ Foi mal. ㅡ Ele disse tão baixo que eu mal escutei, logo depois saiu junto de seus amigos como um cachorro com o rabo entre as pernas.
ㅡ Namorada? É sério? ㅡ Coloquei as mãos na cintura.
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Sobrevivendo ao meu Clichê I
RomancePRIMEIRO LIVRO DA SÉRIE MONTGOMERY E se você tivesse a oportunidade de entrar num livro de romance e conhecer sua própria autora? E se essa autora fosse uma garota super indecisa que estaria ali para escrever o SEU romance? E se, como num passe de...