ㅡ Ei, ei! ㅡ O segui pelo corredor. Notei que o mesmo olhou rapidamente para a porta do meu quarto que estava aberta e percebeu a decoração de Natal. ㅡ Pra que isso tudo?
ㅡ Você não está em casa, Arizona. Não conhece as pessoas que moram aqui. Não é porque você tem boas intenções que o resto do mundo também tem. Não pode sair deixando qualquer pessoa entrar aqui, ainda mais quando estiver sozinha. ㅡ Ele explicou como se estivesse na frente de uma criança de oito anos.
ㅡ Nossa, mas a Amelka é tão perigosa assim? ㅡ Coloquei as mãos na cintura.
ㅡ Não, a Amelka não é perigosa, mas você não tinha como saber disso.
ㅡ Então, por que tratou ela daquele jeito? Ela só veio fazer um favor e... ㅡ Ele me interrompeu após respirar fundo.
ㅡ Eu só fiquei nervoso por ter visto que deixou alguém não conhecia entrar. Só isso. Depois eu peço desculpas para ela, não se preocupe. Mas, por favor, não deixe desconhecidos entrar aqui. Muitos menos se eu não estiver em casa, tudo bem? ㅡ Arqueou as duas sobrancelhas e eu assenti me sentindo um pouco culpada. Ok, ele estava certo. Eu não conheço ninguém aqui e deixar que alguém entre num apartamento que nem é meu é totalmente irresponsável.
Ta bom que ele não precisava ter falado daquele jeito com a garota, mas também não sei o motivo dele estar desse jeito. Pode ter tido uma manhã ruim, ou algo do tipo. Enfim, isso não importa. Só preciso prestar mais atenção no que faço.
ㅡ Tudo bem, vá se arrumar. ㅡ Disse como se estivesse se rendendo. Parece que ele me viu pensativa e pensou que eu estava triste com a situação. Então, estava tentando ser legal? ㅡ Vou te levar para conhecer o centro de Nova Iorque.
ㅡ Sério? ㅡ Abri um sorriso na hora, mas me lembrei de com quem eu estava falando. ㅡ Digo, não é mais do que a sua obrigação. ㅡ Cruzei os braços.
Mason sorriu ladino, como se quisesse rir da minha tentativa de ser ignorante.
Ele virou para a porta de seu quarto, mas depois voltou, passando por mim com una careta, e voltando à cozinha.
O segui com meu olhar. O mesmo passou pela bancada e procurou por algo na geladeira, logo notou a comida que eu tinha feito para ele ontem, que estava sobre a bancada.
ㅡ O que é isso? ㅡ Apontou para o prato tampado.
ㅡ O que fiz para o jantar ontem. Não sabia se você ia pedir algo, então fiz a mais. ㅡ Respondi tocando a ombreira da porta do meu quarto.
Mason abriu a tampa, puxou o prato para si e se sentou no banquinho alto. O mesmo começou a comer e eu entrei no quarto para me arrumar.
Minutos depois estávamos na sala, já arrumados para sair. Devo admitir que mesmo com o jeito de velho rabugento, Mason ainda me parecia muito bonito. Não tinha como não notar. Até sua atitude de ignorância parecia deixa-lo mais bonito.
Me perguntava se ele se comportava dessa forma por causa de alguma coisa. Se foi criado assim, se sofreu por algo, se gosta de manter as pessoas longe...
ㅡ Onde vamos primeiro? ㅡ Perguntei como uma bela turista empolgada. Mason estava dirigindo e eu estava ao seu lado batucando o pé no assoalho.
ㅡ Pret A Manger. ㅡ Respondeu se referindo a uma cafeteria.
ㅡ Ué, por que? Você ainda está com fome? Comeu tudo o que estava no prato. ㅡ Fiz uma careta.
ㅡ É, mas você não. ㅡ Disse sem tirar os olhos da estrada. O que permitiu que minha expressão de surpresa tomasse conta do meu rosto.
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Sobrevivendo ao meu Clichê I
RomansaPRIMEIRO LIVRO DA SÉRIE MONTGOMERY E se você tivesse a oportunidade de entrar num livro de romance e conhecer sua própria autora? E se essa autora fosse uma garota super indecisa que estaria ali para escrever o SEU romance? E se, como num passe de...