41_ Apaixonados.

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O abraço apertado de Mason foi como um toque. Sabe aquele empurrãozinho de que precisamos as vezes para perceber algo? Para nos tocarmos de algo? Para nos dar a certeza? Aquele abraço foi isso. Foi o empurrãozinho que eu precisava para perceber que meus sentimentos eram reais. Que aquilo que eu estava sentindo era real.

Na minha cabeça de leitora compulsiva, a paixão sempre foi uma fantasia. Eu sonhava com isso, mas não cria que poderia sentir de verdade. Ainda mais eu, que nada dava certo na vida. Que nada do que eu queria acontecia. Que todos os sonhos pareciam realidades totalmente distantes e impossíveis.

Mas, aquele abraço fez o meu coração me dar um sacode e praticamente gritar que aquilo estava acontecendo. Que eu estava apaixonada.

De repente, uma timidez enorme me tomou. Uma vergonha repentina. Soltei-me de Mason e o encarei. Meu Deus, ele era tão bonito... Balancei a cabeça tentando parar de pensar besteira e olhei nos olhos confusos dele.

ㅡ Ta tudo be... ㅡ Talvez eu tivesse a mania de ser a precipitada da relação, mas eu o calei com um beijo. Beijei-o por conta de uma necessidade imensa que nasceu dentro de mim. Era um beijo apaixonado. Eu estava apaixonada.

Quando lhe soltei, Mason abriu os olhos devagar e me observou por uns instantes. Longos instantes. Instantes em que desejei tem superpoderes para poder ler sua mente e saber o que estava pensando.

ㅡ Sim. ㅡ Respondi tirando-o de seus devaneios. ㅡ Ta tudo bem. ㅡ Sorri finalmente.

Mason sorriu também, quase uma risada. Quando nos demos conta, ambos estávamos rindo sem nem saber o motivo. Aquilo era confortável.

A noite se seguiu. Nós dançamos, comemos, dançamos, beijamos, dançamos, rimos e aproveitamos a noite que idealizei na minha cabeça. É claro que foi muito melhor do que eu sempre imaginei.

Quando o baile terminou, era meia noite.

ㅡ Não vai sair correndo e deixar o sapatinho para trás? ㅡ Mason perguntou enquanto caminhávamos lado a lado na direção de seu carro.

ㅡ Já saí correndo no dia em que te conheci.  ㅡ Ele riu de novo. ㅡ Você tem luta amanhã? ㅡ Perguntei assim que chegamos ao carro.

ㅡ Não, só na semana que vem. ㅡ Ele respondeu entrando no carro. Entrei logo depois.

ㅡ No fim de semana da minha peça? ㅡ Ele não me olhou com surpresa alguma. ㅡ Ah, qualé? Você não está surpreso por eu ter conseguido a vaga? Eu passei na audição! ㅡ Sorri comemorando.

ㅡ Eu sei que você passou, Ari. Não estou surpreso. ㅡ Ele riu ligando o carro. ㅡ Não se esqueça de que você está na minha casa, o que significa que eu te ouço ensaiar todas as noites. Você é boa nisso, sabia que iria passar.

Seu voto de confiança em mim me fez sorrir.

Mason deu partida no carro e logo estávamos passando novamente pelas ruas de Manhattan.

ㅡ Mas, não se preocupe. Vou na sua peça.  Minha lista vai ser na terça-feira, porque é feriado. No fim de semana estarei livre. Mesmo que seja para ver você fazendo um casal com o Leonard. ㅡ Virou o volante para virar a curva.

ㅡ Sobre isso... ㅡ Me ajeitei no banco do carro. ㅡ Eu estava errada, vai, sim, ter um beijo na peça. No fim dela, na verdade.

Mason mordeu o lábio inferior parecendo incomodado, mas depois de alguns segundos, olhou para mim.

ㅡ São ossos do ofício, eu acho. Quem mandou eu me apaixonar por uma atriz. ㅡ E assim ele sorriu.

Não me dei conta quando já estávamos entrando na Ponte do Brooklyn. Estava sorrindo me lembrando de tudo naquela noite quando olhei pela janela e vi uns poucos flocos de neve caindo.

Rapidamente me inclinei para a janela curiosa, o que despertou curiosidade em Mason também.

ㅡ O que foi? ㅡ Ele perguntou, mas só quanto estiquei minha mão e senti uns flocos caírem nela que olhei para ele com um sorriso maior que o meu rosto. Ok, isso pareceu assustador, mas foi isso que senti abrindo um sorriso tão feliz.

ㅡ Está nevando! Nevando! ㅡ Voltei a encarar a janela.

ㅡ Ah, que susto! ㅡ Ouvi-lo rir, mas continuei focada na neve que caía. Aquilo era tão bonito... Tão natalino... Tão perfeito. Só aí me lembrei de que era assim que acabava a noite de baile do livro que eu lia. Ah, como eu queria me lembrar do nome dele.

E foi assim que segui durante todo o caminho de volta a casa de Mason, olhando a neve pela janela com um sorriso... Feliz.

Atualmente...

ㅡ Ah, mas a culpa não é minha. Eu também te avisei de que não sabia dançar. ㅡ Tentei me defender enquanto Mason reclamava que eu havia pisado em seu pé na hora da dança.

ㅡ Ainda bem que você não estava de salto, se não... Já eram os meus dedinhos. ㅡ Ele resmungou.

ㅡ Ah, deixa de ser chato! ㅡ Lhe dei um empurrão no braço que quase o fez derrubar o chocolate quente da caneca. ㅡ Desculpa! ㅡ Tentei me desculpar, mas o fato de eu estar rindo não ajudava.

ㅡ Desculpa, né? ㅡ Em questão de segundos, Mason deixou sua caneca sobre a minha escrivaninha ao lado da minha, já que eu já tinha terminado. Ele praticamente pulou em mim e eu comecei a rir descontroladamente.

ㅡ Não... Mason! ... Desculpa! ㅡ Pedi, mas no meio de cada palavra tinha uma risada de longos segundos. Não sei se pensei que ele me faria cócegas e já estava sofrendo antecipadamente, mas eu não conseguia parar de rir, e ele estava rindo da minha risada.

Quando finalmente consegui respirar, percebi que ele não estava fazendo nada, só estava em cima de mim. Seus olhos observaram meu rosto por um tempo, eles passearam por minha testa, sobrancelhas, olhos, nariz, bochechas, até que chegou aos meus lábios. Ali... Ele parou. Seus olhos pararam ali e minhas bochechas começaram a corar loucamente.

Minha respiração começou a ficar ofegante, parecia até que eu tinha desaprendido a respirar.

Os olhos de Mason demonstravam o quanto ele tinha interesse no que estava olhando e isso fazia o meu coração acelerar muito, mas, dessa vez, não quis ser apressada, então, apenas respirei. Quando me dei conta, Mason se aproximou devagar e ele mesmo selou seus lábios nos meus.

Aquele foi um beijo delicado, calmo e que parecia ter um único objetivo: demonstrar o que sentimos naquela noite. Demonstrar um ao outro que estávamos apaixonados.

Quando Mason separou os lábios dos meus, ele apenas sorriu enquanto mexia numas mechas do meu cabelo. Contudo, uma mensagem fez a tela do meu celular acender ao lado do meu travesseiro. O olhar de Mason mudou no mesmo instante que seus olhos olharam na direção.

Confusa com sua reação estranha, olhei para o lado para ver do que se tratava.

Número desconhecido: Oi, Arizona! Boa noite. Espero não estar incomodando, peguei o seu número no grupo do pessoal. O que acha de sairmos amanhã?

•••
Continua...

Sobrevivendo ao meu Clichê IOnde histórias criam vida. Descubra agora