21_ Ponte do Brooklyn

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ㅡ O que quer fazer hoje? ㅡ Mason perguntou após passarmos alguns minutos no carro. 

ㅡ Quero comer alguma coisa. Estou morrendo de fome. ㅡ Segurei  bolsa no meu colo. Agora sei que preciso levar algo para comer, roupas mais confortáveis e talvez uma muda de roupa extra, já que o Leonard precisou ensaiar uma cena hoje em que leva um balde d'água na cabeça, e eu não quero correr o risco de acontecer comigo e acabar tendo que ir para casa com a roupa encharcada. 

ㅡ E como foi? 

ㅡ Como foi o que? 

ㅡ A aula de natação. 

Encarei Mason sentindo vontade de lhe dar outro tapa, mas me contive e encarei a vista da janela. 

ㅡ Foi ótimo. Eu aprendi tanto... ㅡ Suspirei. ㅡ Mas, só o fato de eu estar dentro de um teatro já é o suficiente para me deixar bem. Mesmo sendo um teatro bem simples, é muito aconchegante e bonito. 

ㅡ Já está tendo que interpretar algo? 

 ㅡ Não, por enquanto estou apenas aprendendo o básico do teatro, como cenário, palco e tudo mais. Eu não entendo nada disso, foi bem difícil. ㅡ Continuei encarando as ruas. ㅡ Mas, um dia eu pego o jeito. ㅡ Me toquei de que era com o Mason que eu estava falando e o olhei com uma careta. ㅡ Mas, por que você está tão interessado? Você nem liga. 

ㅡ Só estou curioso, não posso perguntar? Quando eu sou rude, você reclama. ㅡ Ele deixou apenas uma mão no volante e mexeu na marcha do carro. 

ㅡ Agora parece você. ㅡ Sorri para ele. Mason me encarou sério, mas não conseguiu esconder o sorriso que escapou pelo canto de seus lábios. O bocó ainda virou o rosto para o outro lado para que eu não visse. 

Ri dele balançando a cabeça e notei que ele havia parado o carro em frente a uma lanchonete. Uma diferente da outra que fomos da última vez. 

ㅡ Tenta não arrumar confusão dentro dessa, se não, não vamos ter mais onde comer. ㅡ Ele desligou o carro. 

ㅡ Ah, deixa de ser exagerado! O tanto de lanchonete que tem nessa cidade. ㅡ Saímos do carro juntos e entramos na lanchonete. Diferente da outra, que era mais moderna, essa já era mais fofa. Haviam mesas e cadeira do lado de fora enquanto uma cerca de madeira repleta de flores a cobria. O lugar era tão cheio de flores e plantas que me senti num jardim. ㅡ Não podemos sentar aqui? ㅡ Perguntei apontando para a mesas do lado de fora. 

ㅡ Não, lá dentro é melhor. ㅡ E ele entrou ignorando a careta que fiz para ele. 

Nós dois fizemos nossos pedidos e comemos. Não preciso narrar com detalhes a nossa discussão sobre o que era melhor, salgado ou doce, pois vamos parecer muito imaturos. Mas, aconteceu. 

Quando saímos da lanchonete já estava escurecendo lá fora, o que significa que um pôr de sol lindo enfeitava o céu, o deixando num laranja bem vivo. Passando pela ponte do Brooklyn, a vista do sol beijando o mar era a coisa mais perfeita. Não resisti a tirar uma foto. 

ㅡ Quer parar? ㅡ Mason perguntou me fazendo olhar para ele. Assenti na mesma hora. 

Mason saiu da ponte com o carro, o estacionou e me acompanhou a pé até o meio da ponte novamente pela parte dos pedestres. Nos encostamos na grade proteção e observamos aquela vista tão perfeita que nem parecia real. 

Estava um pouco frio naquele dia, o que significa que o calor fraco do sol naquele momento estava perfeito. Olhei para cima vendo alguns pássaros voarem, perto de nós passavam crianças correndo com seus pais logo atrás, casais também se escoravam na grade para assistir ao entardecer e muitas pessoas gravavam e tiravam fotos. 

Sobrevivendo ao meu Clichê IOnde histórias criam vida. Descubra agora