Aquele dia passou tão rápido que eu nem percebi. Mason me acompanhou em todos os lugares que eu queria visitar. Com sorte, conseguimos ver a estátua da liberdade sem muitas pessoas, graças a Mason, que sabia dos horários de pico.
Contudo, a noite logo chegou. E, depois de um dia discutindo com ele a cada dois minutos, tudo o que eu não queria era ter que acompanha-lo em sua luta. Naquele momento, enquanto aguardava na sala, desejava ficar e ver um bom filme enquanto comia pipocas, mas...
Meus pensamentos se dispersaram quando Mason apareceu na sala vestindo seu uniforme de luta. Aquelas roupas com uma faixa amarrada na cintura, a dele era preta. O mesmo também carregava uma daquelas bolsas enormes de treino.
ㅡ Eu preciso ir mesmo? ㅡ Me coloquei de pé.
ㅡ Sabe a resposta. ㅡ Ele foi até a cozinha e pegou uma garrafa de água na geladeira.
ㅡ E essas lutas costumam demorar muito? ㅡ Minha careta era evidente de que eu não queria ir.
ㅡ As vezes sim, as vezes não. Depende de quanto tempo leva cada luta, se alguém se machuca, se vai para o hospital... ㅡ Ele disse aquilo com toda naturalidade enquanto destrancava a porta do apartamento.
ㅡ As pessoas vão para o hospital depois dessas lutas? ㅡ Arregalei os olhos e o segui para o corredor.
ㅡ Se se machucam, sim. ㅡ Respondeu com sua falta de preocupação, como sempre.
ㅡ Ah, não me diga? ㅡ Balancei a cabeça.
Nós seguimos para fora do prédio. Ao pisarmos na escada que dava para a calçada, meus olhos brilharam junto com os piscas-piscas que iluminavam a rua. Parecia que mais pessoas haviam colocado enfeites em suas casas, o que deixou a rua tão bonita e natalina que eu não pude deixar de sorrir.
ㅡ Que? ㅡ Mason, que já estava na calçada, me encarou com aquela cara de rabugento dele.
ㅡ Nada, não posso admirar o clima natalino do seu bairro? ㅡ Cruzei os braços descendo os degraus. Mason olhou em volta, como se nem tivesse notado que tudo estava enfeitado. Após notar, sua expressão continuou a mesma. Ele até deu de ombros, para falar a verdade. ㅡ Me diz uma coisa... ㅡ Entrei em seu carro logo depois dele. ㅡ Você tem sentimentos? ㅡ O encarei.
ㅡ Que? ㅡ Mason franziu o cenho completamente confuso.
ㅡ É que você as vezes parece até que é feito de pedra. Não parece ficar feliz em momento algum com nada. ㅡ Encostei as costas na poltrona do carro.
ㅡ Vai ver é verdade. ㅡ Foi tudo o que ele disse antes de dar partida no carro e sair do Brooklyn.
Durante o caminho, nossa conversa seguiu naquele mesmo clima: eu empolgada com tudo que via enquanto falava pra caramba, e ele como se fosse um boneco de maneira que só me respondia quando queria implicar comigo.
ㅡ Nossa, mas já tem quantos dias que estamos dentro desse carro? Que lugar longe é esse? ㅡ Resmunguei. Na verdade, deviam fazer uns quinze ou vinte minutos que estávamos no carro, mas eu estava louca para sair dele logo. Eu não estava tão empolgada com a ideia de ver uma luta, mas ainda era Nova Iorque, certo? E Nova Iorque fica ainda mais linda a noite.
ㅡ Já estamos chegando, coisa chata. ㅡ Ele resmungou também, o que me fez lhe dar língua.
Não deu nem três minutos e Mason parou na frente do que me parecia ser uma arena ou algo do tipo. Muitos carros estavam parados em frente, havia música tocando e uma multidão conversava e ria nas portas.
Mason saiu do carro sem dizer nada, o que eu já estava acostumando. Fiz uma careta e saí também. De cara já pude ver um bando de garotas olhando para nós e cochichando entre si.
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Sobrevivendo ao meu Clichê I
RomancePRIMEIRO LIVRO DA SÉRIE MONTGOMERY E se você tivesse a oportunidade de entrar num livro de romance e conhecer sua própria autora? E se essa autora fosse uma garota super indecisa que estaria ali para escrever o SEU romance? E se, como num passe de...