35_ Dê o seu melhor.

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Meus dedos não paravam de tamborilar na capa de meu celular enquanto o carro se dirigia ao teatro. Eu estava nervosa. Faziam 15 minutos que eu repetia e repetia minhas falas em minha cabeça. O medo de esquece-las e ir mal na audição estava muito maior que minha confiança de que eu era boa naquilo.

Enquanto encarava a pista a nossa frente de maneira frenética, senti a mão de Mason tocar a minha que não parava de tremer.

Olhei na sua direção e o vi segurando o volante com a outra mão sem tirar os olhos na estrada. Com sua mão sobre a minha, respirei fundo e parei de tremer tanto.

ㅡ Eu só quero fazer a audição e acabar com isso logo. ㅡ Disse apertando os olhos.

ㅡ Você precisa ficar tranquila. Encare isso de outra maneira. ㅡ Ele parou o carro, devido ao engarrafamento.

ㅡ Qual? ㅡ Seus olhos focaram em mim.

ㅡ Não é o seu sonho? ㅡ Concordei com a cabeça. ㅡ Então, ao invés de ver como uma audição difícil, veja como a oportunidade de realizar o seu sonho. Você está em Nova Iorque e vai fazer uma audição para uma peça, não é isso que sempre quis? ㅡ Assenti novamente. ㅡ Veja dessa forma. Fique feliz com isso.

Eu queria ver daquela forma, afinal era verdade. Mas, não era fácil me tranquilizar.

ㅡ Ok... ㅡ Respirei fundo fechando os olhos. ㅡ Eu estou em Nova Iorque e vou fazer uma audição para uma peça de teatro. ㅡ Acabei sorrindo involuntariamente no final da frase. Realmente era algo bom a se pensar. Para quem não conseguia nem um emprego em Atlanta, fazer uma audição em Nova Iorque era tudo o que eu desejava nos meus dias normais. ㅡ Acho que está funcionando. ㅡ Disse com um sorriso após perceber que meu estômago já não doía mais de nervoso. ㅡ Obrigada.

Ele sorriu, mas os carros começaram a andar e ele precisou fazer o mesmo, o que significa que ele soltou minha mão.

Senti falta do seu toque no mesmo instante.

ㅡ Er... O que você costuma fazer enquanto eu estou no teatro? ㅡ Perguntei curiosa, com intuito de me distrair um pouco.

ㅡ Não tenho nada certo. As vezes fico resolvendo coisas chatas, tipo, pagando contas, levando meu carro na manutenção, comprando coisas que me ajudam no treino, corto o cabelo, coisas bem aleatórias. Mas, na maioria das vezes volto para casa. ㅡ Ele explicou virando a rua, já nos permitindo ver o teatro. Um frio tomou o meu estômago só de vê-lo.

O carro de Mason parou em frente ao teatro. Meus olhos encararam o edifício de dentro do carro enquanto eu sentia o frio na barriga.

ㅡ Você vai se sair bem, Arizona. ㅡ As palavras de Mason me fizeram olha-lo. ㅡ Só fica tranquila e faz o que gosta. Mais tarde vamos sair, ok?

Assenti olhando em seus olhos. Mason me deu um sorriso e tocou minha bochecha com a palma de sua mão antes de me dar um beijo.

Ainda era estranho para mim. Eu gostava dele, meu coração parecia pulsar mais forte só de olhar para ele. Mas ainda era estranho ter essa liberdade de poder beija-lo. Digo... De poder beijar alguém. Geralmente eu só leio sobre outras pessoas se beijando. Nunca sou eu quem beija alguém.

Sentir a palma da mão dele tocar na minha bochecha fazia uma onda de choque percorrer o meu corpo. Sentir os lábios dele tocarem os meus me fazia esquecer de tudo o que estava em volta. Era como uma pausa. Uma pausa do mundo lá fora. Um escape. Um porto.

ㅡ Boa sorte. Às 18h venho te buscar. ㅡ Assenti evitando contato visual, já que sabia que meu rosto estava completamente corado.

Saí do carro e entrei no teatro sem enrolação. Estava torcendo para ser a primeira a fazer a audição, como eu queria acabar logo com isso e ficar tranquila!

Sobrevivendo ao meu Clichê IOnde histórias criam vida. Descubra agora