Depois de rodar pelo mundo e fazer um bem-merecido tour por muitos lugares que, eu sempre tive vontade de conhecer, voltei para o casamento da minha irmã e do meu grande amigo.
Quando Ethan me avisou sobre o coma de Lorenzo, eu quis voltar, mas Donna e Mia pediram que eu ficasse onde estava, que elas dariam notícias.
Voltar naquele momento não era opção pois estavam vivenciando momentos turbulentos e o melhor era eu estar longe mesmo.
Depois, Ethan e Donna fizeram uma rápida cerimônia de casamento e eu estava muito longe para voltar.
Donna estava sempre de olho em mim. Ethan não me deixava sair de seu radar, ainda tinha um rastreador em mim e por mais absurdo que pudesse parecer, eu gostava de saber que mesmo a distância eles cuidavam de mim.
Desde que meu pai Kim morreu, esse sentimento tinha diminuído muito.
Eles nunca me deixavam usar o mesmo telefone, nunca me deixavam dizer em que parte do mundo eu estava e nossas ligações eram sempre muito curtas.
Claro que eles sempre sabiam minha localização aproximada, mas eu nunca podia dizer as belezas ou os desafios dos lugares que eu estava.
Mia sempre dizia pra tirar foto e depois mostrar que ia dar no mesmo.
Ethan trabalhava o dinheiro que, eu havia ganho do trabalho com Francesco, em ações pra mim, sempre me mandava alguma coisa e me dizia, como fazer pra trocar as criptomoedas por dinheiro vivo.
Na maioria das vezes, no entanto, eu escolhia um lugar, fazia pequenos bicos e ia conhecendo os lugares, as culturas e vivendo os desafios que se apresentavam.
Já tinha duas semanas, que eu estava com eles na Toscana.
Pensei que eles estariam no complexo, mas por causa do casamento e pelo fato que tinham que preparar o lugar para receber tantos mafiosos de países diferentes, acharam melhor chegar antes.
Ethan era meticuloso e perfeccionista.
Gostava de orientar ele mesmo as colocações das câmeras e descobrir seus pontos cegos. Sabia dizer só de olhar em que ponto cada atirador deveria ficar, como deveria se esconder e o que deveriam observar.
Colocou um sistema que permitia vigiar o céu ao redor da vinícola em busca de drones ou qualquer objeto que sobrevoasse a área. Havia atiradores específicos para esse tipo de ameaça.
Agora ele cuidava de toda parte de sistema da Família Basile e da máfia de forma geral.
Eles simplesmente, se entranharam uns aos outros e pareciam unidos com supercola.
Nessas duas semanas, matei a saudade das minhas irmãs, dos meus amigos e de nossos papos, claro que também fiz novos amigos. Senti falta da maluquinha da Luna, que parecia chegar somente a tempo do casamento, o que era uma pena pois eu tinha me apegado bastante àquela menina.
E qual não foi minha surpresa, ao vê-la entrando toda linda de vermelho na igreja, segurando uma cabeça nas mãos.
A postura, a presença, a alegria e a segurança que ela transmitia, eram evidentes.
Eu percebi que seus olhos estavam diferentes. Luna poucas vezes deixava que alguém percebesse suas fragilidades, mas em nosso rápido relacionamento, isso foi ficando evidente.
Ficávamos juntos na Argentina e fui percebendo que ela evitava ao máximo ter relações sexuais comigo. Embora ela gostasse de mim, da minha presença de nossas conversas eu sentia que as poucas vezes que tivemos relações, ela saia rapidamente da cama e ficava horas no banheiro.
Ela fugia de qualquer tipo de tentativa, de falar a respeito disso. As coisas ficaram piores quando estávamos no bunker e éramos obrigados a ficar juntos, o tempo todo.
Cheguei as vias de perguntar a ela, se era por causa da minha cor, eu era negro e nem todos nesse mundo, tinham suas mentes livres de preconceito.
Quando Luna percebeu que essa era minha linha de pensamento, ela me pediu perdão e disse não tinha nada a ver com a cor da minha pele e que ela simplesmente não conseguia gostar de sexo. Nem comigo, nem com ninguém que ela tinha tentado, por causa de coisas de seu passado.
Pediu que não perguntasse mais sobre aquilo e decidiu que não estávamos mais juntos e seriamos apenas amigos. E assim foi.
Luna e seus irmãos eram pessoas incríveis e eu adorava estar com eles. Lorenzo é o irmão que eu sempre quis ter. Um cara super descolado, pra cima que parecia não ter medo de nada e vê-lo casando-se com Pietra, essa ruiva que deu muito trabalho a ele, era incrível.
_ Ora, ora se não é meu chocolate favorito.
_ Luna.
_ Que saudade. – Ela falou, se agarrando em minha cintura.
_ Parece que cresceu alguns centímetros. – falei querendo brincar com ela.
_ É o salto. Ele me deixa poderosa.
_ Poderosa você sempre foi. Só parece ter amplificado esses poderes.
_ É bem assim que me sinto. Vai descer com quem para a recepção?
_ Com quem me der carona. Eu subi com os noivos.
_ Legal, desce com a gente. O Mad acabou de chegar. Somos os próximos.
_ Beleza.
Ela segurou na minha mão e saiu me puxando para a SUV que estava parada, na porta da capela.
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Mulheres Poderosas IV - Luna
RomanceEla tem um jeito doce e descontraído, está sempre com um sorriso no rosto, mas carrega marcas em seu coração. Luna viveu uma vida de aparência. Mostrava uma felicidade irreal aos seus irmãos enquanto era obrigada a conviver com monstros... O peso d...