Capítulo 67 - Luna

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Acordo com o barulho do chuveiro ao longe.

Olho ao meu redor e imediatamente reconheço o local, onde passei muitos, dos meus melhores momentos sexuais e outros também.

Me sinto feliz, completa, inteira e um pouco apreensiva, por assim dizer.

Achei que fossem me deixar na clínica, especialmente depois do desmaio de Enrico.

Uma coisa é certa, precisamos conversar seriamente e precisa ser logo, penso... mas, perco totalmente a compostura, quando ele sai do banheiro, enrolado numa pequena toalha.

_ Eiiiii... nada como estar em casa. Pode ficar à vontade, se quiser tirar a toalha... – digo brincando, mas ele está se aproximando sério e me avaliando.

_ Como você está. – Pergunta. _ Alguma dor fora do normal?

_ Toda a dor que sinto, não é normal, mas estou bem. Você que parece... sei lá, diferente. – Digo tentando encontrar o que há de errado. _ Céus... já sei, tirou a barba. -Digo num grito e num movimento brusco que me faz gemer e tremer de dor.

_ Merda Lu... fica calma. Precisa se manter mais cautelosa e ser mais cuidadosa, principalmente nesses primeiros dias. – Fala sentando-se ao meu lado e me checando.

_ Eu sei... é que nunca te vi sem barba.

_ Ficou tão ruim assim? Foi um acidente, quando vi tinha dado uma raspado feia, acabei tendo que tirar toda ela.

_ Eu particularmente, amei. A sensação da pele lisa no meu corpo deve ser divina. – Digo levantando a mão sem soro e acariciando seu rosto.

_ Podemos fazer esse experimento quaisquer dia desses, mas não hoje, não agora com você nessas condições.

Antes mesmo que pudéssemos continuar a conversa, alguém bate na porta e Enrico rapidamente corre pra por uma calça e ir abrir.

Em instantes o quarto fica apertado com tantas pessoas nele.

Helena, muito prática, coloca todos pra sala e organiza a entrada deles de dois em dois. Mad, Bailey e Irina são os primeiros. Além de virem me ver, me medicam, trazem comida pra mim e para Enrico e Helena me auxilia, colocando a bandeja com o caldo na minha frente.

Depois passam Fanny e Luigi, que chora ao me ver e diz que sente muito não poder ter feito mais.

Dara e Diego são os próximos, apenas se fingem de durões e saem antes que as lágrimas escorram.

Takeo e Yanka vem e me abraçam sem dizer nada.

Donna e Pietra entram juntas e começam um falatório, contando os detalhes do dia "D", que Helena rapidamente corta, as tirando do quarto.

Francesco e Mia entram trazendo a cabeça empalhada de Javier.

Sem dúvidas, esse momento pra mim é épico. Eu finalmente tinha os três homens mais detestados da minha vida, mortos e os três foram mortos por mim, pelas minhas mãos.

Sim, eu me sentia vingada.

Lorenzo e Ethan estavam com as piores carinhas possíveis.

Ambos se culpando porque, mais uma vez, segundo eles, tinham chegado atrasados para me ajudar. Mal sabe eles que, foi o amor deles que me trouxe e me manteve firme, até chegar aqui.

Helena percebendo a situação triste e tensa, tratou logo de finalizar a visita.

Meu padrinho entrou na sala e segurou minhas mãos, enquanto Helena terminava de me alimentar e obrigava Enrico a terminar também.

Por fim, eles apenas me abraçaram e Dom Fernan disse.

_ Agora é só viver e ser feliz menina Luna. Enterre o passado com seus mortos e deixe tudo lá pra trás. Daqui pra frente a sua única obrigação será usar todo tempo que for possível, para ser feliz.

Dizendo isso, eles se foram.

Ficamos apenas Enrico e eu novamente.

Estava feliz e exausta, mas nosso dia pelo jeito não acabaria tão cedo.

_ Lu... eu sei que está tarde e você está cansada, ainda mais com todo esse agito, mas gostaria de conversar algo contigo, antes que mais alguém apareça.

No mesmo instante meu corpo tencionou e antes que ele pudesse continuar disparo.

_ Fico sem você, mas não fico sem meu filho. Mato você ou qualquer um que tentar tocar nele.

Enrico me olha assustado, tenso e depois começa a sorrir.

Primeiro um sorriso pequeno, depois o sorriso cresce, se tornando um riso até virar uma gargalhada chorosa.

Então do nada, ele se desmancha em lágrimas... minha vez de ficar assustada.

Ele segura meu rosto e beija meus lábios de forma terna e suave, mas intensa. Quando finalizamos o beijo, ele diz.

_ Pensei que você não quisesse ter o bebê. Pensei em pedir pra me dar para que eu o criasse, mesmo que fosse longe daqui.

_ Não queria que eu fizesse um aborto?

_ Nunca Lu. Jamais pediria isso, mas não posso te forçar a fazer algo que não queira.

_ Mas você disse, quando começamos que, não planejava trazer filhos pra esse mundo.

_ E não planejava mesmo... assim como não planejava me apaixonar. Mas eu não tenho controlo sobre nada disso. E eu já amo esse bebê tanto quanto, ou até mais do que, amo a mãe dele.

Puxei Enrico pra mim e me acomodei em seus braços da maneira menos dolorida, que me foi possível.

Eu estava completa.

Essa era sem dúvida alguma, minha maior realização.

Eu tinha uma família total e completa. E estava construindo outra dentro dela.

Eu me amava. Amava Enrico. Amava meu bebê. Amava meus irmãos e todos a minha volta.

E em troca eu era amada por todos eles.

Eu não poderia estar mais feliz, mais viva, mais realizada ou mais completa e mais dolorida.

Mulheres Poderosas IV - LunaOnde histórias criam vida. Descubra agora