Capítulo 65 - Luna

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Merda.

Que dor horrível.

Pensar doía.

Mexer doía.

Abrir os olhos então, nem se fala...

Tentei abrir os olhos, mas a dor e a luz eram muito fortes, então desisti por um momento.

Relaxei um pouco e tentei novamente, mesmo doendo muito e com a luz muito forte, consegui olhar um pouco ao meu redor.

Esperei e me acostumei com a forte luz nos olhos.

Minha visão era parcial, parecia que meu olho estava parcialmente tampado, ou talvez inchado, não conseguia definir.

Rapidamente, me veio um flash das últimas horas.

A queda do Javier, literalmente aos meus pés.

Ele ajoelhado na minha frente. Seus olhos mostrando que, ele tinha consciência de que mais uma vez, ele cairia pelas minhas mãos.

Sua linda decapitação... a expressão do seu rosto, seu olhar no meu...

A minha certeza de dever cumprido.

A explosão, a escuridão... e eu... agora acordada.

Porra!!!!!!

Eu não morri!!!!!!

Sorri com dificuldade, mas... feliz. Eu tinha sobrevivido a merda toda.

Tentei chamar alguém, mas tinha algo na minha boca.

Levantei a mão para retirar aquele troço, mas meu braço estava preso, por um peso.

Levantei o outro e estava cheio de tubinhos e agulhas enfiados.

Gemi.

Me mexer doía muitooooo.

Braços e pernas pareciam pesar uma tonelada, a cabeça então, nem se fala.

Sobrevivi, mas deveria estar num remendo só e pra piorar, estava sozinha.

Me senti triste por um momento, mas não me permiti ser dominada por aquele sentimento.

Se eu estava entubada é porque estava num hospital, pois ali não parecia em nada com nossa casa.

Com certeza, não estava em nenhuma parte do complexo e provavelmente, nenhum deles poderiam estar aqui. Não com a cidade de Roma cheia de mafiosos, sim minha memória estava excelente.

Foda-se.

Sobrevivi.

Logo estarei com os outros, eles já tinham dado inúmeras provas de seu amor por mim. Logo estaríamos juntos e rindo disso... bem... isso acontecerá...assim que conseguir sair daqui.

Tentei mexer a cabeça, mas parecia que eu estava, com algo preso no pescoço.

Tentei movimentar as pernas, mas nenhuma respondeu, além de pesadas pareciam um forno de tão quentes.

Tentei mexer novamente a mão presa, mas fui interrompida.

_ Luna... você acordou. Graças a Deus.

Era Enrico.

Eu só sorri.

Depois, chorei.

E sorri novamente.

Mesmo com todos os riscos, ele estava ali.

_ Ei... não chora. Está tudo bem. Você está bem. Eles colocaram um colar cervical em você pra evitar movimentação e também aliviar um pouco a dor. Suas pernas estão temporariamente paralisadas, mas apenas parte de uma está engessada. Você está no soro, mas acho que isso já percebeu. – Ele para, olha novamente pra mim e arruma algo em meus cabelos, depois continua. _ Mas seu quadro geral é bom. Logo, logo vamos para a casa e como prometi, não vou deixar você sair do meu lado. Até coloquei uns moveis melhores lá embaixo. Uma boa cama, um novo sofá e a parte de cima, quando estiver melhor, você escolhe o que quer colocar naqueles cômodos e no resto da casa. – Olhei pra ele com cara de assustada. Mas no fundo estava feliz. Afinal eu sabia o que eu queria, agora. _ Não me olha assim, Lu. Eu disse que quando você voltasse, te levaria para a casa, casaríamos e não deixaria você sair mais do meu lado. Agora relaxa, vou chamar a Bailey.

Mulheres Poderosas IV - LunaOnde histórias criam vida. Descubra agora