Depois de subir a bendita escada escoltada, visto a porcaria do vestido branco.
Percebo que é uma réplica perfeita, do vestido que usei no meu aniversário de dezoito anos.
Se o negócio dele era me assustar antes, agora ele com certeza estava conseguindo.
Mas eu não estava com medo de ser violentada por ele novamente, isso eu sabia na minha alma que não iria acontecer, eu estava com medo do nível de loucura que comecei a perceber nele, desde que cheguei aqui.
A loucura dele era do tipo, nível hard. Louco de pedra. Não fosse o bastante o grau de insanidade, ele ainda é um louco com poder, dinheiro e se acha intocável, o pior tipo.
Passei a mão no fio embaixo da pulseira que Enrico havia me dado, em um de seus retornos de suas muitas viagens.
Desde que ganhei, eu a usava e nunca tirava, era uma companhia e uma certeza de tê-lo sempre perto. E sabendo que o fio estava ali, embaixo dela, me sentia ainda mais confiante, sei lá por quê.
Fui pegar minhas botas para calcar, mas os seguranças não permitiram. Fiquei descalça enquanto descíamos para a enorme sala, onde Javier estava nos esperando.
Ele veio até mim e sorriu, como se fosse um namorado, que vai levar a garota pra sair pela primeira vez.
Me estendeu a mão e como eu não peguei, segurou meu cotovelo me guiando até o outro cômodo.
Uma sala de jantar, onde havia uma grande mesa posta, com uma grande variedade de comida.
Percebi que ele, tentava replicar o mesmo momento, daquele terrível dia.
A luz ambiente diminuiu, a música era baixa e suave e as iguarias culinárias eram as mesmas.
Ele puxa a cadeira pra mim, como fez da primeira vez, mas ao invés de sentar-se à minha frente, senta-se na cabeceira da mesa.
Bem próximo a mim, aliás próximo demais para o meu gosto.
Aquela ceninha estava me dando náusea.
Eu sabia que tinha que ganhar tempo, mas tudo tinha um limite.
_ Posso saber, por que você se deu ao trabalho, de preparar essa palhaçada toda? – questiono ironicamente.
_ Não é uma palhaçada Luna. Tentei recriar um dia importante pra mim, pra nós e gostaria muito que você colaborasse e não fizesse desfeita disso. – Fala num tom baixo, porém mordaz.
_ Sério Javier... um dia importante... você por acaso comeu merda? Eu quero esquecer a porra daquele dia e nunca mais lembrar que passei por ele. Só um doido para ficar revivendo isso o tempo todo. – Grito, quase saindo do corpo, de tanta raiva.
_ Eu sou o único que grita, na porra dessa casa. – Ele fala baixo, com os olhos cheios de ódio, esticando o braço e segurando meu queixo, apertando com força. _ Não quero perder a paciência com você Luna. Quero fazer nosso relacionamento dar certo, mas você precisa se esforçar mais para entender. Precisa começar a me respeitar e apreender qual será o seu lugar nessa relação, para podermos prosperar.
Definitivamente ele estava louco.
Ele realmente falava como se fossemos ter alguma coisa, tipo daqui para o futuro e além.
Eu fiquei estática, se eu achava que eu tinha problemas, ele com certeza precisava não de um terapeuta, mas sim de um psiquiatra, ou talvez do hospício inteiro.
De repente, eu queria saber ao certo, até onde a loucura dele era capaz de ir e afastando meu rosto de sua mão, abaixando a voz, perguntei.
_ E quanto ao quarto? Preparou um igual também? Depois que terminar comigo mais tarde, vai me distribuir para os seus guardas provarem e se fartarem também?
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Mulheres Poderosas IV - Luna
RomanceEla tem um jeito doce e descontraído, está sempre com um sorriso no rosto, mas carrega marcas em seu coração. Luna viveu uma vida de aparência. Mostrava uma felicidade irreal aos seus irmãos enquanto era obrigada a conviver com monstros... O peso d...