A tarefa de invadir a fazenda, na minha opinião era sem dúvida a parte fácil.
Por incrível que pareça, Fanny era uma atiradora excelente.
Acertou todos os seus alvos sem erros, bem no centro da cabeça.
Ela não tremia, não falava e não piscava... sem dúvidas alguma estava sentindo a adrenalina do momento. A mesma que, sentíamos sempre que estávamos em missão e pelo olhar tenho quase certeza que estava apreciando, mais do que deveria.
Em contrapartida, encontramos alguma dificuldade com os cachorros, não tenho ideia do que as meninas tiveram que fazer pra entrar, mas nós tivemos que atirar nos cachorros. Dois tiros certeiros e eles também caíram no chão.
Eu odiava maltratar animais, ainda mais porque sabia que eles não tinham culpa dos seus comportamentos, uma vez que eram adestrados para aquilo.
Infelizmente também, eu não poderia correr o risco de me ferir e acabar ferrando tudo e todos.
Optei pelo caminho mais fácil. Eliminar os bichinhos.
Esse foi o único momento desde que saímos do ponto de partida, que vi algum sinal de emoção no rosto de Fanny.
Depois disso, ela realmente incorporou sua função na missão e agora está montando a pequena bomba no avião, enquanto dou cobertura a ela.
_ Estamos prontas... – ela diz enquanto se afasta com um pavio que parece ser maior que nós duas.
_ Dinamite vai nos dar a visibilidade que não queríamos. – Digo suspirando.
_ Infelizmente sim. Não tínhamos nada melhor no carro. Mas pense pelo lado bom. Eles estão em vinte e seis. Parte deles terá que sair e vir atrás de nós. Ela ficará bem.
_ Você pode ou não ter razão, teremos que pagar pra ver. Avise os meninos que estamos prontas.
Ela mandou uma mensagem para Ethan dizendo que a bomba estava armada.
Ethan sabia que ficaríamos expostas a partir daquele momento e ele teria que avisar Dara, Donna e Pietra, antes de explodirmos o avião.
Assim que Fanny recebeu o sinal, nos afastamos, esticamos o pavio no máximo e acendemos. O fio do pavio deveria ter uns três metros, mas estava queimando rápido e a explosão seria significativa.
Puxei Fanny e começamos a correr com mais velocidade para o fundo da casa.
A explosão veio intensa e clareou o céu de uma maneira lindamente espetacular.
Estávamos todas expostas e agora de nada adiantaria o silenciador.
Três homens corriam em direção ao avião, mirei e acertei dois deles, um conseguiu se livrar da bala, se jogando no chão antes que eu pudesse acertá-lo.
_ Merda. – Reclamo.
_ Você precisa ir... eu me livro dele.
_ Não você está muito exposta e o tiroteio na frente está comendo solto.
_ Isso quer dizer apenas que as meninas estão presas e que Luna está sozinha com dez homens. Você precisa entrar na casa ou ajudá-las na frente. Me ajude apenas subir no telhado.
_ Ele tinha homens no telhado.
_ Derrubei dois no blecaute, os outros não tem sinais... estou deduzindo que Pietra e Donna eliminaram eles.
_ Você não tem experiencia... é perigoso ficar sozinha e exposta. Além do que você é toda cheinha e delicada, tenho medo de que caia.
_ Vou deixar essa passar, porque sei que verdadeiramente não está me julgando por conta do meu peso. Mas só pra que fique claro, meu peso e minha delicadeza não me impedem de fazer nada. Também sei que é perigoso ficar aqui debatendo. Viemos numa missão e vamos terminar ela. Agora, me ajude a subir e vá ser útil em outro lugar.
Eu não tive a intenção de ser preconceituosa, mas ela tinha razão, ela podia ser e fazer qualquer coisa, mesmo não estando dentro dos padrões impostos pela sociedade.
Então, nos colocamos novamente em ação.
Tinha uma escada que levaria ao telhado, mas ela dava na frente da casa e não queríamos surpresas desnecessárias. Ajudei Fanny a subir em uma arvore e de lá ela se jogou no telhado.
O pequeno barulho das telhas foi encoberto pela saraivada de tiros que rolava na frente da casa. Fanny pegou seu rifle e armou, abaixou e seguiu no telhado pra frente da casa.
Eu, rodeie a parte dos fundos da casa, entrei na varanda e antes de dar mais um passo, um tiro passa raspando meu ombro e sinto o ardor queimar.
Caio de costas no chão, por causa do impacto da munição, do lado de fora da varanda. Antes que meu atirador possa vir terminar o serviço, me arrasto para baixo dos pequenos degraus que há na varanda.
Não é o melhor lugar do mundo, mas não tinha nada mais perto. Além do que, ali eu poderei ouvi-lo caso ele decida vir conferir se estou morta realmente.
Não demora muito e ouço passos sobre as tabuas da varanda. Quem caminha, tenta ser leve e silencioso, mas a madeira velha não colabora e o chão de madeira geme.
Eu não penso, assim que ele está em cima de mim, no segundo degrau da escanda, disparo três tiros em sua direção, de baixo para cima e ele cai.
Ainda estou com o silenciador, então só é ouvido o impacto da queda e não os tiros. Saio do meu esconderijo, olho ao redor, vou até meu colega que caiu de cara no chão e dou um tiro em sua nuca.
Agora eu sei que ele está morto, não dá pra fazer nada mais ou menos nessa nossa linha.
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Mulheres Poderosas IV - Luna
RomanceEla tem um jeito doce e descontraído, está sempre com um sorriso no rosto, mas carrega marcas em seu coração. Luna viveu uma vida de aparência. Mostrava uma felicidade irreal aos seus irmãos enquanto era obrigada a conviver com monstros... O peso d...