Capítulo 60 - Luna

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Agora somos apenas eu e meu assustador passado.

E por incrível que pareça, eu não estou com medo, não estou apavorada, não vou entrar numa crise de pânico ou ansiedade...

Por mais difícil que seja acreditar, até para mim mesma, neste momento, eu me sinto segura, firme e convicta.

Tenho plena certeza de que, Javier jamais me estuprará novamente, nem ele nem ninguém.

Eu sei que tudo termina hoje, meu passado eu enterrarei definitivamente hoje, não me pergunte como.

Ele pode ser mais forte fisicamente, mas ainda manca e isso não deixa de ser uma vantagem.

Eu posso não ter certeza se sairei daqui com vida, mas eu tenho certeza de que Javier, só sairá daqui morto.

E eu farei isso acontecer, não importa para mim o que aconteça depois.

Com essa certeza em minha mente e em meu coração, decido então, ganhar tempo e pensar nas minhas opções.

(*****)

O quarto é enorme, como um quarto de hotel.

Tem uma grande cama, uma mini geladeira, uma pequena mesa com duas cadeiras, um closet e um banheiro.

Vou até o closet, encontro uma camiseta e uma calça de moletom que havia lá e vou para o banheiro.

Javier veio ao meu encalço, segurando os meus braços.

_ O que pensa que está fazendo Luna.

_ Eu estou indo tomar banho. Pelo jeito, ficaremos aqui por muito tempo e não vou ficar com sangue, de nenhum de seus amigos pervertidos no meu corpo.

Entro no chuveiro rapidamente e me lavo, tirando toda o sangue e a sujeira que tinham grudado em mim durante a pequena batalha travada na parte de baixo.

Javier continua parado na porta do banheiro, com a clara intensão de entrar no chuveiro também. Apesar de odiar a ideia e principalmente seu toque, eu preciso manter a mente aberta. Preciso manter a calma e lembrar que, o fato dele ter que tirar a roupa pra entrar no chuveiro, o deixará mais vulnerável e suscetível.

Ele não vai entrar no chuveiro armado... isso seria um ponto a ser considerado.

Me viro de costas, assim que percebo que ele começou a se despir e logo que ele entra dentro do box, me viro e tento sair, mas ele me segura.

_ Fique. – diz num misto de ordem e súplica.

_ É uma ordem? – Pergunto olhando em seus olhos, sem desviar ou piscar. _Achei que fosse querer fazer as coisas diferentes agora.

_ É um pedido. – Fala quase num sussurro.

_ Então terei que recusar. Não sei se sabe, mas estava nua até agora, meus ossos estão congelados e você me sentou numa mesa farta, mas não me permitiu provar nada. Estou faminta. Acho que deveríamos tomar banho, nos trocar, comer algo e nos preparar para seja lá, o que estiver acontecendo lá fora.

_ Seus amigos vieram por você Luna, mas não vão levá-la. Sei que está tentando ganhar tempo, mas nada que faça mudará o que irá acontecer hoje. Eu não estou com o detonador, achei que já soubesse disse. Nada que eles façam, abrirá essa porta. Nem você e nem ninguém conseguirá pegá-lo ou pará-lo. Assim que eles conseguirem abrir essa porta, todos nós explodiremos. A boa notícia é que estamos preparados pra esperar por bastante tempo. A má notícia é que um grupo de mercenários chegará em br3eve. Se eles não morrerem com a explosão, morrem pela mão dos meus homens e com sorte, conseguiremos sair daqui ilesos. Talvez... talvez eu e você consigamos escapar caso exploda..., mas não sem alguns ferimentos. Entretanto, essa é uma probabilidade pequena e arriscada, minha cara.

Mulheres Poderosas IV - LunaOnde histórias criam vida. Descubra agora