Pietra e Lorenzo, assim como Francesco e Mia, saíram em lua-de-mel, separados e com destinos desconhecidos.
Novamente, somente Dom Fernan sabia a localização, nem mesmo os noivos tiveram opção de escolha. Não que eles se importassem com isso, tenho certeza que não.
Dom Fernan organizou uma reforma rápida em quatro alas do complexo, incluindo o lugar onde eu morava.
Havia duas grandes moradias na ala leste, ambas dividiam a piscina de borda infinita e mais duas, contando com a minha, na ala oeste. Agora ambas tinham a mesma configuração e a mesma organização, incluindo uma piscina como a outra.
Pietra e Lorenzo, assim como Francesco e Mia, ficariam nas alas de trás, que tinham costas para a praia particular. Ethan e Donna e Eu, ficaríamos nas alas da frente, com vista para os imensos jardins.
Luna agora estava morando na casa de Helena e Fernan.
Eu adoraria que ela viesse morar comigo, mas não queria forçar a barra.
A semana passou rapidamente, não sei se era porque estávamos todos ocupados com a organizações das novas alas, ou se ela estava realmente me evitando, mas não vi Luna naquela semana.
Entretanto, percebi que Trinity se aproximava de mim sempre que era possível, mesmo que eu não desse abertura para esse tipo de acontecimento.
Trinity era uma negra, pequena, curvilínea, belíssima. Com seu corpo malhado e seios avantajados, era uma mulher impossível não olhar uma segunda vez.
E sim, eu já tinha olhado, porque toda a vez que Luna me dava um gelo e me deixava em stand by eu ficava nesse vácuo, nesse limbo, sem saber se esperava ou partia pra outra.
E por mais que eu quisesse partir pra outra e eu realmente queria, ainda não tinha conseguido, o que sentia por Luna parecia cada vez mais forte, mais intenso e começava a me preocupar com isso.
_ Donatti. Como vai? – Trinity chegou me cumprimentando e me chamando pelo meu sobrenome, que apenas os soldados fora do complexo e os "outros" usavam.
_ Estou bem Trinity. E como disse antes, aqui no complexo, pode usar meu primeiro nome. O que precisa?
_ Ahhh sim, claro. Enrico é um lindo nome. E só vim ver se precisa de ajuda pra alguma coisa.
Fazia dias que ela chegava com a mesma conversa cansativa.
Falando bobeiras ou agindo como uma colegial que quer ser admirada pelo cara principal do time. Eu realmente não tinha mais paciência para isso.
_ Trinity. Já deve ter percebido que detesto rodeio e que sou bem objetivo, então por que você não age da mesma forma comigo e me diz exatamente o que você quer?
_ Uouuu... e que não quero parecer vulgar ou atirada, mas você é um belo espécime e está sozinho. Eu também estou sozinha, então pensei em juntarmos e fazermos algo legal.
_ E de onde você tirou a ideia de que estou sozinho? – quis saber.
_ Bem a única garota solteira, que já vi próxima a você é a Luna e ela garante que vocês não têm nada e que eu deveria investir porque você é um ótimo partido... então aqui estou.
Eu não sabia se ficava com raiva da Luna ou se eu ia lá e dizia umas verdades na cara dela. O fato dela ter vivido momentos ruins, não dava a ela o direito de se meter no sentimento alheio.
Eu estava muito, muito puto.
Ela não me queria, já tinha definitivamente me colocado pra escanteio e já tinha inclusive escolhido uma sucessora pra ela.
Mas ela não me conhecia... esse era um jogo que dois podiam jogar.
_ Eu vou ser sincero contigo Trinity. Não estou em busca de romance ou casamento, se for isso que espera de mim, melhor tirar seu time de campo, não vai acontecer. Você é linda, talentosa e tem muito a crescer na família. Mas eu não estou me candidatando a ser seu trampolim. Não estou te julgando, nem nada similar a isso. Admiro as pessoas que sabem o que querem e correm atrás. Estou apenas colocando as cartas na mesa, pra que fique bem claro que se quer ajuda pra subir aqui, é melhor pedir, do que dormir comigo.
_ Você realmente manda a letra. E se está sendo sincero também vou ser. Não quero ficar aqui. Dom Basile, o filho, disse que tem um lugar pra mim na Sicília e é pra lá que quero ir. Conheço o ambiente e nossos parceiros, sei que vou me destacar lá por conta própria, sem a necessidade de ir pra cama com ninguém. Aqui pelo que vi já tem muitas mulheres em destaque e eu admiro e adoro cada uma delas, afinal elas abriram esse espaço na família, mas quero ter meu próprio sol. O que quero com você, enquanto estou aqui, se quiser claro, são boas fodas e alguns orgasmos. Sei que estou liberada pra me divertir, desde que meu trabalho esteja feito.
Gostei da atitude da garota.
Uma mulher que sabia o que queria e pegava sem problemas, temos muitas crescendo aqui. E eu as admirava cada dia mais.
Infelizmente, Luna estava impregnada em mim e eu não sairia com ela, nem com qualquer outra, sem antes resolver minhas pendências com Luna.
Eu tinha que ouvir dela que, o que tínhamos estava encerrado e aí sim, eu partiria pra outra, sem sequer olhar pra trás e eu sabia que aquela merda ia doer muito mais que as torturas que já me afligiram.
Peguei o número de Trinity e disse que assim que possível, marcaríamos algo fora do complexo, afinal ninguém ali precisava saber o que acontecia na minha vida.
E eu nunca mais daria a ninguém a chance de me descartar assim, publicamente.
Sim, sem duvidas eu estava com o coração e com o orgulho ferido.
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Mulheres Poderosas IV - Luna
RomanceEla tem um jeito doce e descontraído, está sempre com um sorriso no rosto, mas carrega marcas em seu coração. Luna viveu uma vida de aparência. Mostrava uma felicidade irreal aos seus irmãos enquanto era obrigada a conviver com monstros... O peso d...