Mulheres Poderosas IV - Luna

Prólogo

I'm , I'm a Porsche with no brakes

I'm invincible, yeah, I win every single game

I'm so powerful, I don't need batteries to play

I'm so confident; yeah, I'm unstoppable today

Unstoppable – Sia

Sou incontrolável, sou um Porsche sem freios

Sou invencível, sim, eu ganho todos os jogos

Sou tão poderosa, não preciso de baterias para jogar

Sou tão confiante, sim, estou incontrolável hoje

Quando saí daqui pensei... o que são seis meses?

O tempo passa tão rápido quando você está bem, feliz e fazendo o que gosta.

Claro que eu sabia que seria difícil, mas seis meses vão passar num sopro.

Mas eu também tinha consciência de que o tempo, pode simplesmente parar, justamente quando você precisa que ele voasse.

Houve tempos, em que um dia, uma noite, muitas vezes uma hora, eram muito difíceis de passar.

Mas hoje fazem exatamente duzentos e sessenta e três dias, que não vejo meus irmãos, minhas cunhadas, meus amigos... minha nova família.

Foram oito meses. Praticamente nove meses.

Quase uma gestação.

E eu poderia dizer que foi realmente isso. Saí uma menina e voltei uma mulher.

Mas nem tudo são flores nessa minha nova caminhada.

Eu ainda tenho tropeçado bastante, há tanto sobre mim que as pessoas ainda não sabem, há tanto que eu gostaria de mostrar mais ainda tenho medo.

Sim, medo.

Eu jamais admiti que tenho medo, pois achava que o medo me tornaria fraca, propicia a ser uma vítima novamente... então nada de medo pra mim.

Eu sempre me considerei forte. Mas o que eu achava que era força, era apenas eu, sendo uma criança mimada, fazendo birra para contrariar o pensamento alheio.

Eu me vitimizei durante tanto tempo que nem sei...

Sim eu sofri muito e sim passei por coisas que ninguém deveria passar, mas permanecer naquela dor, me vitimizar, era dar ao meu algoz forças renovadas pra que ele fizesse o mesmo novamente, dia após dia, semana após semana...

Embora ninguém soubesse minha realidade, pois por fora eu estava sempre sorrindo, por dentro era um sofrimento constante.

Não estou dizendo que não deveria sentir toda a dor que vivi, mas pra mim hoje, agora, com a percepção que eu tenho, sei que não quero ser mais vítima.

Quero levantar minha cabeça e seguir, quero verdadeiramente ser forte, me sentir forte mesmo sabendo das minhas falhas e fraquezas, mesmo tendo medo.

O medo na dosagem certa é bom, só não podemos deixá-lo comandar nossas vidas.

E até ontem, ele comandou a minha, mas agora... não mais.

Não vou mais me trancar ou fugir das pessoas, dos meus irmãos, dos meus amores, agora decidi que quero viver.

Agora sim, agora eu vou testar a minha força.

Agora sei que, posso seguir sozinha ou acompanhada, como eu preferir, como eu escolher.

Ninguém vai mais escolher ou decidir por mim...

Eu agora, sou responsável pelas minhas escolhas.

Meus irmãos sempre me deram essa liberdade, ou eu sempre briguei com eles por ela.

Mas o fato é que, sempre precisei esconder uma lágrima, atrás de um sorriso e agora eu me sentia livre.

E assim que deveria continuar... mesmo que houvesse pedras no meu caminho, bastava ultrapassá-las e continuar na caminhada.

(*****)

Havia acabado de chegar para o grande casório da máfia.

Finalmente os Basile haviam sido fisgados.

Não um, mas dois de uma vez, numa única celebração.

Muitos chefes, de diversos países, foram gentilmente convidados como forma de aparar as arestas, de criar pactos, de manterem a boa e velha camaradagem.

E eu retornei com o presente nas minhas mãos.

O presente que, colocava a pedra que, faltava na dinastia Basile.

O presente que, não deixaria dúvidas a nenhum dos capôs e a nenhuma das máfias que aqui estavam, as consequências de invadir nosso território.

Como diria Dom Fernan, um presente que impõe respeito, que manda o recado, que acerta o alvo.

E esse presente, era de cair o queixo, ou melhor dizendo, a cabeça literalmente.

Esqueça tudo que você sabe até agora sobre mim...

Agora vocês estão prestes a conhecer a nova Luna.

A mulher 2.0, que pode continuar bem parecida por fora, mas por dentro tem uma nova chama, que arde e quer incendiar tudo ao seu redor, sem perder a sua essência.