Mulheres Poderosas IV - Luna

Epílogo

Donnatella– 25 anos depois.

_ Porra Lorena, que merda é essa que você está fazendo, desce daí caramba.

Ouço Ana Clara, filha de Pietra, gritando para minha sobrinha Lorena, filha de Luna, que está pendurada no muro do complexo, pegando um dos drones que ficou preso no alambrado.

Lorena é uma mistura de Enrico e Luna. Pegou dos dois as partes mais loucas e avoadas que foi possível. Já seu irmão mais novo Henry é um doce de pessoa, definitivamente não nasceu para a máfia. Ele é mais um geek, diria que está mais pra filho de Ethan do que de Enrico, mas está tudo bem.

Lorena acabou de completar 24 anos. É uma mulher deslumbrante e linda, que sabe o poder e a força que tem.

Juntamente com Ana Clara, estão os trigêmeos Desiré, Domênica e Dimitri de 25 anos, filhos de Mia e Francesco.

A suposição de Helena na festa de lançamento há 25 anos atrás, estava correta e deu nisso.

Nem preciso dizer que Francesco quase enlouqueceu a si mesmo, a Mia e a todos nós, durante os sete meses e meio de gravidez e Mia por sua vez, como no dia de seu casamento, mais uma vez tentou fugir, antes do parto.

As vezes ele ainda surta, mas Dom Fernan, arma suas viagens e tudo volta a ficar tranquilo por uns tempos.

Eu optei por não ser mãe, nunca quis trazer alguém pra esse mundo louco, nada contra quem quer.

Além do mais eu sou a tia perfeita, a madrinha mais legal, a treinadora fodástica, a dançarina incrível e isso meio que me torna a preferida de todos.

Houve uma época que havia crianças demais no complexo. Todas pequenas, barulhentas, choronas, remelentas e chatas. Poucas vezes eram fofas e educadas, até terem idade para serem treinadas.

Viraram homens e mulheres incríveis e notáveis.

No começo, pensei em deixar Ethan livre, pra viver essa "dádiva", mas ele me entendeu totalmente, concordou com minhas justificativas e abriu mão da paternidade para ficarmos juntos.

Pietra e Lorenzo, também não quiseram ter filhos. Dom Fernan, quase teve uma sincope, pois queria demais que sua caçula lhe desse netos.

Mas eles queriam viver em função um do outro e viajar mais..., mas em um de nossos trabalhos, numa missão na fronteira com a Suíça, encontramos sete meninas.

Todas traficadas do Brasil, na América Latina.

Elas estavam sendo mantidas como escravas sexuais e foram vendidas por um cartel mexicano, aqui na Itália.

Claro que interferimos. O estado das garotas era crítico, assustador, doloroso de se olhar.

Além de estarem em nossa área de atuação, ainda estavam fazendo tráfico humano, esse tipo de transação que, proibimos terminantemente, em nossos territórios.

Não somos hipócritas e a prostituição faz parte dos muitos filamentos de nossos mercados, mas todas as garotas são maiores de idade, todas estão porque querem, são bem pagas, bem protegidas e não fazem nada que não querem, pra nós funciona bem assim, pra elas muito mais, pois são fiéis a boca que as alimenta e as mantém segura.

Lorenzo conseguiu devolver cinco dessas garotas. Deu um jeito e as levou de volta para suas famílias no Brasil, dando a elas todo suporte que foi possível, tanto física quanto emocionalmente.

Entretanto, duas irmãs, foram tiradas de um orfanato e não tinham para onde voltar.

Lorenzo e Pietra então, decidiram adotar as duas. Ana Clara e Ana Julia.