Mulheres Poderosas IV - Luna

Capítulo 51 - Luna

E a tão prometida e agitada noite, enfim começa.

A apresentação do "Projeto Renaissance" já está rolando e parece estar sendo um sucesso.

Ethan colocou câmeras em cada local daquele lugar e parece que eles estão num big brother. Até mesmo nos banheiros tem microcâmeras e todos sabem que isso vai além de invasão de privacidade.

Desrespeitoso sim, mas necessário em nossa atual circunstância.

Estávamos vendo através de um sistema de câmeras, Francesco desfilar com Mia por quase 30 minutos antes de subir ao palco e apresentar o projeto.

Depois se juntou a ela e a exibiu pelo salão. Por fim, se juntaram aos outros na mesa principal e ficaram lá, por um tempo fazendo alianças e fechando negócios.

Mia está aguardando nosso sinal para sair da festa, Francesco já a mandou ir duas vezes, parece muito preocupado com sua saúde... tenho medo de quando ele descobrir nossa p

Vou para meu posto, todos nós vamos. Estamos todos prontos e posicionados.

Parei num hotel em Roma, que havia locado a uma semana, entrei disfarçada pela entrada de serviços e agora estou saindo como euzinha mesma. Cabelos coloridos e ao vento, que é realmente pra chamar atenção.

Coloquei um traje todo preto, coloquei colete a prova de balas e por cima pus uma blusa de moletom com capuz.

Meu coturno não combina nada com o moletom que estou vestindo e a noite está fresca, fazendo com que o moletom seja muito pesado para o clima, mas era o que tínhamos pra hoje.

O moletom por ser mais largo, cobre parte das armas escondidas no meu corpo e o coturno é presente do meu irmão, muito especial, ajudou ele algumas vezes, sei que vai me ajudar, caso eu precise.

Desço para a rua e caminho alguns metros.

O hotel que escolhi fica próximo ao local onde está ocorrendo o evento da Basile Company, por isso sigo a pé.

Sei que Donna está em algum lugar acima de mim e Pietra me segue de alguma forma pelo chão. Mas o que nos interessa realmente, é saber se alguém, além delas, me segue.

Assim que chego no quarteirão que está acontecendo o evento, Ethan me informa que tem uma van preta suspeita, estacionada lá, há pelo menos duas horas antes do início do evento.

Ele diz que já enviou drones e um tal carrinho, para checar se há risco de bomba, mas está limpo. Em contrapartida, há calor de pelo menos cinco corpos dentro dela.

Consigo visualizar a van de onde estou e meu sangue gela. Sei que estou preparada para o embate, mas também estou com medo.

É estranho, não sei explicar, mas me sinto assim.

Ethan diz que Fanny e Dara estão com o SUV nas proximidades. Yanka diz que Mia está deixando a festa num Corvette preto pela saída dos fundos, ela diz também que tem o sinal de Donna e Pietra e ambas já estão na minha cobertura.

Ethan diz que posso ficar tranquila, que estão todas prontas para me dar suporte.

Isso me deixa mais segura, mas o medo ainda existe, ainda que lá no fundo.

É engraçado que todo serviço que faço é cheio de tensão e superperigoso, mas nunca tenho medo. Sei que o meu treinamento, me capacitou para começar e terminar um trabalho e sei que se der merda, o pior que pode acontecer, é eu morrer.

Nesses casos, morrer é melhor que ser torturada, mesmo assim não tenho medo, só o friozinho na barriga, mas hoje especificamente... tudo está sendo diferente.

Não tem a menor necessidade de tantas pessoas envolvidas para pegar um cara.

Eu sozinha, daria conta dele e de todos os que estão na van, mas tenho medo de travar e as meninas todas, querem ter a chance de se vingar dele, por mim e por elas.

A sensação de ser isca não é algo que me agrada, mas se quero a cabeça desse filho da puta, não tem outro jeito.

Então vou de encontro ao meu de destino, rumo ao meu objetivo.

Saio da sombra onde tenho ficado até agora e finjo que estou olhando ao redor.

Ethan diz que tem dois me seguindo desde o hotel e que dois da van desceram e se posicionaram, cada um numa esquina do quarteirão.

Coloco o capuz do moletom, fingindo que estou tentando me esconder, não posso chegar muito perto do local do evento. Sei que a rua toda está cheia de segurança e a maioria deles me conhece, isso chamaria a atenção de ambos os lados, mas de uma forma ruim.

Yanka está na festa e nos informa que, será impossível qualquer movimento sem que os seguranças de Francesco tenham ciência do que está ocorrendo.

"_Espero que tenha certeza do que está fazendo maninha, pois só tem um jeito disso dar certo..., agora... se quer desistir e tentar num outro momento, todos vamos entender e te apoiar, mas se decidir continuar, saiba que não vou te perder, nunca mais deixo minha família me escapar, só preciso que você aguente firme Luna.

Ethan me diz essas palavras, mas não espera minha resposta, ele me conhece o suficiente e sabe como sou.

Ele pede pra Yanka abrir uma brecha nos fundos de dois minutos... isso quer dizer apenas uma coisa..., terei que deixar Javier me pegar.

"_ Lu... sei que não tem como falar sem que eles te ouçam, mas se quiser terminamos isso aqui, só precisa nos dar um sinal. – Fala Donna."

"_ Só um sinal, uma palavra e essa van não sai dessa rua, se você não quiser Luna. – Pietra reafirma".

Não falo nada, nem posso. Mas prossigo com o inevitável.

Sei que, se isso ocorre aqui, essa publicidade será péssima para Francesco. Depois ele terá que explicar todos nós, caso alguém seja pego ou fotografado.

Melhor encarar meu destino de frente.

Me encaminho para a entrada dos fundos, onde o Corvette de Mia está parado, mas não tenho certeza se ela está lá dentro ou não. Os vidros são escuros e estão fechados, mesmo assim mantenho meu passo firme.

Enquanto me aproximo, percebo que três seguranças, que estão do lado de fora, entram e por um momento, deixam um vão na porta.

Quando atravesso a rua indo na direção da porta entreaberta, sinto as rodas de um carro cantarem no chão e alguém me puxar pelas costas.

Essa é a hora da verdade, sinto novamente aquele pavor insuportável... e sei que..., ele finalmente me pegou.