Assim que estou no chão, embaixo da mesa, Javier explode de raiva, gritando por mim e para que seus homens fechassem as saídas.
Mal sabe ele, que eu jamais sairia daqui sem levá-lo comigo hoje, pelo menos parte dele.
Quando desci as escadas, percebi que embaixo dela havia um vão. Tiro meu vestido branco, quebro a taça que peguei dentro dele, verifico se há alguma ponta melhor pra usar e me preparo para sair.
Não quero que eles me notem ainda e sei que, mesmo na escuridão, nossos olhos depois de habituados, conseguem ver alguma coisa, ainda mais porque algumas janelas permitem a entrada da luz da lua.
Rastejo rapidamente para a sala de onde vi as escadas e aproveito essa fraca iluminação pra me esconder nas sombras. Felizmente percebo que há um homem próximo as escadas, guardando-a para que eu não suba, continuo abaixada no chão e aproveito o agito de todos na sala de jantar me procurando e corto com o vidro da taça seus tornozelos. Ele grita de dor e rapidamente cai. Eu aproveito e passo a lasca da taça em seu pescoço finalizando-o.
Penso em pegar sua arma, mas os outros estão vindo a seu encontro, então me escondo no vão da escada, seminua e espero.
Não demora muito, um outro homem vem verificar o ponto onde estou, minha pele clara e meus cabelos me denunciam e antes que ele possa dar o alarde, pulo em seu pescoço e enfio algumas vezes a ponta quebrada da taça.
Ele cai sobre mim. Eu o puxo para debaixo da escada, tiro suas armas, seu colete e visto em mim. Tiro também sua camiseta regata, já suja de sangue e amarro no cabelo, preciso ficar menos exposta possível.
Verifico a arma e as munições, deixo a arma engatilhada e me sinto pronta.
Agora, armada e de colete, saio do meu esconderijo e vou de encontro com meus novos melhores amigos.
Assim que saio, vejo um dos homens de Javier, no topo da escada. Miro e atiro na cabeça. A arma do meu colega morto, é uma .50, então o estrago é bem feio. Azar o dele que minha mira é excelente.
Escuto Javier do outro lado da sala, gritando com alguém no rádio sobre arrumar o gerador. Conhecendo Ethan, sei que ele providenciou a obstrução desse item também.
Não sei o que Ethan fez, nem quanto tempo de escuridão tenho a meu favor, mas sei que preciso fazer as coisas virarem a meu favor então, vou aonde sei que eles estão.
Me coloco, próxima de um enorme relógio antigo, miro e atiro. Mais um caído. Rapidamente saio do lugar e ouço tiros e tiros que detonam o velho relógio de madeira. Lascas do relógio caem sobre mim, sei que algo atingiu minha coxa direita, pois agora arde. Não me permito sofrer com a dor, se minhas contas estiverem certas há pelo menos mais cinco homens aqui.
Me arrasto novamente para debaixo da mesa e em seguida, para traz de uma imensa cortina que se encontra fechada. Quando me preparo para dar um próximo passo, dois homens se posicionam um em cada lado da janela, eles estão com as costas na parede. Um deles abre uma fresta da janela e observa o tiroteio do lado de fora, o outro está em alerta, me procurando. Não vejo, nem ouço mais Javier, mas sei que ele não deve estar longe.
Penso em como sair daqui, qualquer movimento ambos me verão. Se eu atirar em um, o outro, se for ágil, terá tempo suficiente pra me acertar. Opto por arriscar, afinal o tempo era precioso e ele estava passando rapidamente.
Atiro no homem que está olhando pra dentro, pulo e atiro no que estava olhando pra fora. Esse último a bala pega no braço, mas eu não o espero recuperar e dou outro tiro em sua cabeça.
Agora faltam três... possivelmente.
Assim que me abaixo novamente, a luz retorna. Estou abaixada ao lado de uma imensa cristaleira. E posso ver Javier, confortavelmente sentado, na cabeceira da mesa, segurando os cabelos de alguém e com um sorriso diabólico nos lábios.
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Mulheres Poderosas IV - Luna
RomanceEla tem um jeito doce e descontraído, está sempre com um sorriso no rosto, mas carrega marcas em seu coração. Luna viveu uma vida de aparência. Mostrava uma felicidade irreal aos seus irmãos enquanto era obrigada a conviver com monstros... O peso d...