Capítulo 5 - Luna

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O voo para a Toscana foi longo e cansativo.

Eu tive alguns problemas com meu último trabalho e por isso estávamos meio que atrasados.

Tecnicamente, não estávamos atrasados, mas chegaríamos em cima da hora.

Felizmente o casamento não começaria sem nós, afinal eu era a menina das alianças e meu padrinho tinha que levar Pietra ao altar.

Francesco quis fazer desse casamento um grande evento, era de praxe convidar vários capôs importantes para eventos especiais, mas não máfias de diferentes países, isso era meio que um suicídio.

Ainda assim, os principais chefes do mundo foram convidados.

Foi elaborado um acordo de cavalheiros e se ninguém o quebrasse, todos sairiam dali inteiros. Tanto eles como nós.

O casamento seria numa vinícola dos Basile, na Toscana. A pequena igreja ficava no alto de uma colina, impossibilitando atiradores.

Ethan havia preparado o local, com uma central super bem equipada de câmeras e afins.

Na pequena igreja, havia túnel de fuga, assim como no salão central, onde haveria uma pequena recepção, mais intima, não queríamos que alguma máfia esquecesse o acordo depois de alguns goles de vinho.

Tive pouco tempo para me preparar, meu presente deu bastante trabalho e tive que surpreendê-lo para que eu pudesse trazê-lo.

_ Acha que vão gostar do presente padrinho?

_ Menina Luna, depois do choque..., vão amá-lo.

_ E o jeito que escolhi entregar... ainda acha que é a melhor forma?

_ Não tenha dúvidas, sua cabecinha magnificamente macabra, as vezes me assusta, mas estou certo de que todos vão adorar. E eu só posso dizer que estou muito orgulhoso, finalmente deu mais um passo para o encerramento de um ciclo.

_ Com certeza e assim que conversar com todos eles e terminar esse serviço pendente, encerrarei.

_ São ciclos diferentes, precisa aplaudir cada pequena vitória. Assim é nossa vida. Ficamos felizes com tudo, com cada pequena vitória, pois nunca sabemos quando teremos tal felicidade novamente.

O avião finalmente para de taxiar e soltamos nossos braços que vieram a viagem toda, entrelaçados. Soltamos o cinto e nos levantamos para sair.

Ele pega minha mão para me ajudar a descer do avião.

_ Menina. Ainda está suada, vai feder na hora da dança. Não pense que irei tirá-la para dançar se estiver fedida.

_ Vai dançar comigo sim. - Rimos _Bem depois que dançar com Pietra, Mia e com minha madrinha. É o tempo certo que eu levarei para dançar com Lorenzo e Ethan.

_ Ainda dá tempo de entrar com Lorenzo, se quiser.

_ Não. Ele vai gostar mais do momento da aliança. Vai por mim padrinho, conheço o Lore. E depois, ficou uma combinação legal. Mia sendo levada por Donna e Ethan levando Lorenzo. É assim que deve ser.

_ Só não quero que se sinta triste ou excluída. Você foi a primeira opção.

_ Eu sei. E estou bem com isso, acredite.

O carro deslizava pela estrada da vinícola. Era um bom pedaço da pista até a capela. Já estávamos prontos, só faltava eu pegar a almofada que foi preparada especialmente para levar essas alianças. Eu ficaria assistindo no carro, até o momento de entrar.

O carro parou e Mad abriu a porta.

Dom Fernan me beijou na testa e foi se preparar para entrar com Pietra, que já estava na porta, pronta e esperando.

Mad entrou no carro e se sentou na minha frente.

_ Ethan preparou para você ver todo o casamento, até seu momento de entrar.

_ Claro que preparou. – falei enquanto Mad ligava a televisão e eu via uma pequena e muito cheia igreja.

_ Isso. – disse tirando uma linda e branca almofada com três bandejas pregadas nela, uma maior central e duas menores em suas laterais, já com as alianças. – Dom Fernan pediu para preparar para você.

_ Ele é mesmo muito bom quando quer ser mal. – digo sorrindo.

_ Posso saber do que se trata?

_ Claro que não Mad. Vai estragar toda a surpresa.

_ Você já me dava medo antes, agora nem sei o que pensar.

_ Pensa que agora, eu sou uma louca controlada.

_ Será? Sabe como é o seu nome, que vem crescendo nesses últimos meses, fora da Itália.

_ Não. Como?

_ Arlequina dos Basile.

_ Eu adoro a Arlequina, meu cabelo é baseado nela.

_ E seus métodos?

­_ Esses, eu estou desenvolvendo ainda. Agora vai. O casamento já começou e eu preciso me preparar.

_ Claro, desculpa. – Saiu e antes de fechar a porta voltou, tirando algo do bolso e me entregando. _ Já ia me esquecendo, Dom Fernan disse para você só tirar esse lenço quando as portas da igreja se fecharem em suas costas.

_ Ele gosta do drama. Entendi.

Mad fechou a porta do carro. Eu abri a mochila que estava nos meus pés e me pus a arrumar o presente na bandeja para que causasse o impacto que queríamos. 

Mulheres Poderosas IV - LunaOnde histórias criam vida. Descubra agora