Tensa perto dele

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Esses olhos azuis como o mar, tão próximo ao mesmo tempo tão distantes, rosto másculo, bem marcado. Poderia beija-lo agora. Ele aceitaria? Meu beijo, meus lábios, meu carinho, meu corpo? Ele aceitaria ser meu? E se ele apenas brinca? Se apenas se alegra com essa fantasia de fingir ser quem não é, "O capa vermelha", como disse. Se tudo não passa de brincadeira por que ele me olha assim?

Tão linda e tão frágil, não tinha percebido que também se encantava por Clark, pelo herói ou pelo homem atrás do herói? Imagina, Clara ter sentimentos por mim? De forma alguma, ela também me considera como irmão. Tão leve em meus braços, distraída pelo uniforme, encantada com a magia que essa roupa provoca. Sua pele branca, suas bochechas rosadas, seus cabelos negros jogados pelos ombros, sua boca tão perto; queria beija-la, toca-la de  outra forma. Ela se assustaria, poderia ir embora; não estragaria nossa amizade e sei que Clara não sente nada por mim a não ser carinho, admiração; foi por isso que me encantei por ela, por essa despretensão, pelo desinteresse por me ver apenas como Henry, a pessoa por trás do ator, do astro, do herói.

Um barulho na porta.

- Henry? Sou eu, Natalie. Posso entrar?

Rapidamente Henry colocou Clara no chão, os dois se alinharão, os dois estavam sem graça, despreparados para receber qualquer pessoa naquele momento, desconfortável com a situação. Era óbvia a cara de consciência pesada dos dois.

Natalie entrou no quarto se aproximou de Henry e deu um beijo nele.

- Veio cedo hoje? – Henry falou ainda com expressão de suspeito.

- Oi Clara, tudo bem? O que vocês estão aprontando?

- Nada. Só pedi a Clara para que me ajudasse com o uniforme, que está muito justo.

- Vou deixar vocês sozinhos, com licença. – Clara falou e saiu do quarto deixando os dois à vontade.

Como se henry conseguisse ficar à vontade com o ultimo acontecimento, Natalie percebeu que tinha um clima estranho no ar, que algo estava diferente.

- Hoje eu vim cedo para contar a novidade.

- É mesmo? Qual?

- Vou poder ir com vocês para Londres, para ficar alguns dias.

- Que bom querida! – Henry falou rindo para Natalie que o abraçava.

Antes que Clara saísse do ressinto ela ouviu Natalie dizer que iria para Londres, uma onda de pessimismo atravessou seu peito.

Não era um medo comum, era como se ela soubesse o que estava por vir.

Clara desceu as escadas e encontrou com John tomando seu café na sala principal.

- Bom dia Clara! Como passou o restante da noite? – John falou sorrindo

- Passei bem, e você?

- Bem, também, estaria melhor se você tivesse ficado comigo.

- Eu te expliquei.

- Eu sei, sem cobranças, só disse que será a minha maior alegria.

Enquanto John e Clara conversavam no café da manhã Henry e Natalie desciam para o desjejum.

John pecava carinhosamente nas mãos de Clara que se sentia envergonhada em dar as mãos para ele perto de Henry.

- Cada dia vocês estão mais apaixonados – Natalie falou sorrindo.

- Henry que está cada vez mais apaixonado por você Natalie – John disse sorrindo reciprocamente.

John sabe que a história não é bem essa, sabe que é frágil a relação dos dois e que a fragilidade tem rosto e nome, se chama Clara, John percebeu há muito tempo a paixão que Clara sente por Henry e sabe que Henry não convenceu quando disse que entre eles é apenas amizade.

- Eu já estou com saudades de Londres – Clara quis desviar o assunto.

- Eu também, sou suspeito para falar, mas é meu lar.

- Pena que dessa vez não poderei acompanhar minha namorada, mas na próxima semana estarei lá para ver vocês.

- Vai estar trabalhando brother?

- Vou. Muitos compromissos, mas prometo que depois recompenso você meu amor- John falou voltando seu rosto para Clara e deu um beijo nela.

Henry olhou de canto de olho enquanto levava o suco até a boca; notavelmente essa situação o incomodava. Só não sabe se é apenas ciúme de irmão ou outra coisa.

- mas minha intenção é trazer Clara definitivamente para Los angeles, não quero ficar longe da minha namorada.

- Eu não deixaria!

- Como assim henry? – Natalie falou franzindo a testa.

- Não, você vai roubar minha funcionaria e amiga, quero dote. - Henry falou rindo, mas logo o sorriso se transformou em silêncio afogado com outro copo de suco.

Todos riam da piada de Henry, mas um clima estranho ficou no ar.

- Gastaria o dote que for para ficar com Clara.

- Sei que pagaria – Natalie disse olhando para John – Clara é uma moça muito especial mesmo.

- Me desculpem, mas vou me retirar para arrumar minha malas, logo estaremos viajando – Henry falou.

- Nossa é mesmo, tenho que arrumar as minhas também querido. - Disse Natalie ja se levantando.

- Bem, me parece que eu também preciso arrumar as minhas. – Clara falou deu um selinho no John e se retirou do recinto.

Por ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora