De volta ao meu lugar

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Londres maravilhosa, perfeita, aprendi a gostar até do frio, desse tempo chuvoso e gelado. A viagem foi longa. Natalie ficou o tempo todo falando dos lugares que ela e Henry vão visitar, das comidas que ela quer comer e dos casacos que ela quer comprar. Eu quase explodi dentro do avião, nem o fone de ouvido conseguiu me ajudar, Henry apenas ria, ria concordava, dizia de como ele amava a Inglaterra, as vezes ele falava: Não é verdade Clara? Eu fingia que estava dormindo. Não tenho obrigação de responder.

Me cansa, juro. Eu queria saber o que eles tem em comum, só se for o tamanho porque ela é alta como ele, alta e loira, típico padrão Henry.

E além do mais eu estou em um namoro que eu não gostaria de estar, porque eu até gosto do John, muito, mas não é ele, eu sinto que não é.

Ah, o chão inglês, eu estava com muitas saudades.

- Oi Maria- Clara saiu correndo em direção da amiga.

- Como foi a viagem? – Estou sabendo que tem muitas novidades.

- Você nem imagina.

- Não vai falar comigo não? Agora é só Clara. – Henry falou jogando as malas no chão.

- Claro que vou falar Henry seu ciumento. – Não vai apresentar a moça?

- Sim, essa é Natalie minha namorada.

- Ah sua namorada? – Maria falou cumprimentando Natalie.

- Gente, eu vou pegar um taxi, estou louca para ver Catarina. Até mais – Clara falou.

Maria, Henry e Natalie foram para casa.

- Lar doce lar. – Henry falou jogando suas malas no chão. – Gostou da casa Natalie?

- Sim.

- Vou pedir para que te mostrem a casa e seus aposentos.

Natalie subiu até os cômodos de cima e Henry e Maria ficaram na sala conversando.

- E ai? Me fala? onde conheceu essa moça?

- Em Los Angeles. Bonita, ne?

- Muito, mas espero que ela não seja como a outras.

- Não, ela é legal.

- A questão é a seguinte.

- Lá vem você.

- você a ama?

- Sabia.

- Diga Henry?

- Não sei, só gosto dela, ela é bonita, inteligente, boa.

- Eu não vou falar mais nada. – Maria balançou a cabeça – Sua cabeça, seu guia.

- Vem cá minha mãezona preocupada- Henry disse abraçando Maria.

Maria ama Henry como um filho, cuida dele há muitos anos, sabe que ele não gosta de Natalie como deveria. Maria quer o bem dele quer que ele seja feliz, se for para ser feliz sozinho, paciência, só não quer ver Henry frustrado daqui há alguns anos tendo que se divorciar e tratar feridas de um relacionamento que não deu certo.

De frente para casa de Catarina Clara relembra quando chegou aqui pela primeira vez, em um ano tudo está tão diferente. Sem ficar para ali muito tempo, clara escuta Catarina gritar.

- Che bella ragazza, sei tornata. Que bom que você chegou.

- Eu estava sentindo falata desse sotaque lindo italiano- Clara falouenquanto abraçava Catarina.

Nesse mesmmo momento gustavo chegava.

- Achei que você não viria embora nunca.

- Eu estou aqui.

Gustavo deu um abraço em Clara, que fica sem graça como sempre.

- Bom te ver. Muitas novidades, né?

- Bastante.

Catarina interrompeu.

- Vamos entrar, você me conta mais comendo um pedaço de bolo – Catarina colocou as mãos no ombro dela e saiu arrastando-a para dentro.

Onde Henry estava, Natalie ia atrás. Era sufocante para mim imagina para Henry.

Clara estava indo de um cômodo para o outro levando as documentações de Henry para o escritório. Quando escutou um sussurro.

- Ei, Clara... Aqui.

- Que sussurro foi esse? – Clara falou procurando em volta. – Quem está ai?

- Ei Clara faça silencio – Henry falou puxando ela pelo braço.

- O que foi? Porque está escondido aqui no escuro?

Era um cômodo da casa, um cômodo perdido como Henry chamava mas é aqueles como os da bagunça onde guardamos as coisas que achamos que um dia ainda vamos precisa.

- Fala baixo por favor.

- O que foi Henry, por que você está aqui sozinho? Cadê a Natalie – Clara estava irônica.

Clara já tinha entendido tudo, Henry está se escondendo.

- Estou descansando.

- Porque não descansa no seu quarto ou na área de lazer?

- Não... – Esse não soou longo.

- Você está se escondendo da Natalie? Que vergonha – Clara riu alto.

- Fica quieta – Henry colocou as mãos na boca de Clara com força tampando-a para que ela não falasse alto.

- Por favor Clara, só quero um descanso.

As mãos do Henry estavam na boca dela e os olhos dele nos olhos dela, com uma mão ele segurava o corpo pequeno dela e com a outra tampava sua boca.

- Vou soltar, por favor fale baixo.

Henry soltou a boca de Clara e seu pequeno corpo.

- Henry, por que está se escondendo da sua namorada?

- Só quero descansar.

- Está bem. Vou fingir que acredito.

- Senta, estou comendo bolinho, quer?

- Não, obrigada! – Esse cômodo é muito pequeno, quer dizer, agora está com tanta coisa. – Clara falou rindo.

- Que cheiro bom.

- O bolinho?

- Não, seu perfume. Muito bom!

- O seu também é. – Clara sorriu.

- Gostos parecidos.

- Bem parecidos, ne Henry, por isso que nós damos tão bem.

- O que seria de mim se não fosse você?

-Seria o Henry que se esconde sozinho em salas apertadas. - Clara sorriu.

- Tem coisas que estão acontecendo rápido demais. Eu só não sei se estou preparado.

- Como assim?

- Eu só não quero fazer nada que eu realmente não queira. Ou sei lá, as vezes confuso.

- Henry, eu quero você feliz, apenas isso e mais nada. – Clara deu um sorriso de canto de boca demonstrando seu amor.

- Clara?

- Oi?

- Fica comigo?

Clara sorriu.

- Eu estou com você.

Continua...

Por ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora