Sentimentos escondidos por tempo de mais

161 23 1
                                    

Seria um dia comum de trabalho, John estava para ir embora para Los Angeles e a proposta dele estava de pé.

- Você vai sair mais cedo hoje Clara - Disse Catarina. - Está se sentindo melhor?

- Indo. Não sei o que dizer.

- Eu sei de uma coisa, você não deve ficar sofrendo com esses sentimentos sozinha, deve contar para Henry o que você sente.

- Jamais! Ele agora é um homem muito comprometido e eu não vou atrapalhar o amor dos dois.- Clara já falou quase chorando.

- Você já amava Henry antes de Natalie aparecer, certo? Você já esperava ser notada, certo? Por que você acha que você não está sendo honesta? Seja honesta com você primeiro.

- Não posso simplesmente falar para ele dos meus sentimentos, eu sou comprometida e ele – Ênfase - é noivo.

- Você não está sendo boa nem justa com sigo mesma, não dá para ficar passando por isso calada, vai te adoecer. Pense nisso!

Clara realmente saiu pensando em como ela cuida dos outros e não valida seus próprios sentimentos, mas o medo de ser rejeitada é muito maior. Se ele rir dela? Se ele ficar com raiva? Se não validar seus sentimentos? Todos esses eram os pensamentos que Clara estava na cabeça.

Mais tarde Clara acompanhou John ao aeroporto. Clara mal deu beijo nele, ele a abraçou e disse que a proposta dele estava de pé.

Quando Clara chegou na casa de Henry para trabalhar pegou Henry e Natalie discutindo. Natalie saiu pela porta, fitou Clara como olhar molhado e desapareceu no grande corredor.
Clara entrou no cômodo e pegou Henry com a cabeça abaixada.

- O que foi Henry?

- Eu tentei conversar com a Natalie e foi como eu pensei. – Henry balançava a cabeça de um lado para o outro.

- O que aconteceu, não entendi?

- Falei para ela que talvez não seria o momento certo para um possível casamento e ela terminou comigo.

- Nossa, mas, eu... sinceramente não sei o que falar.

- Eu só queria que ela entendesse e não terminasse comigo. - Henry abaixou a cabeça em sinal de descompressão.

Clara ficou pensativa. Pensou no que Catarina disse para ela e se talvez se ela contasse o que sentia. Se confessasse seus sentimentos?

- Henry? Eu quero te falar uma coisa.

- Diga.

- Eu te amo!

- Também te amo minha amiga, não sei o que seria de mim sem você. - Henry levantou e foi em direção a porta. - ele parecia não compreender.

- Henry - Clara suspirava - Eu te amo, te amo desde o momento que te vi pela primeira vez, amo seu jeito seu corpo sua voz, sua risada, eu amo você e aquele dia da recepção não passei mal, fui embora com o coração partido porque estava perdendo você.

Henry ouviu tudo atentamente com semblante tenso e a testa franzida, Sua respiração ficou mais ofegante, ele continuou se dirigindo para fora do quarto.

- Não vai falar nada Henry?

Henry virou para trás.

- O que você quer que eu diga?

- Eu não sei. - Os olhos de Clara já estavam lacrimejando.

- Eu não vou dizer nada Clara, não tenho nada para dizer.

- Então é isso?

- Clara, por favor me deixa ir, eu já estou nervoso.

Clara nervosa levantou a voz:

- Você não está sendo injusto comigo.

Nesse momento Henry se voltou para Clara e falou firmemente.

- Injusto? injusto, isso mesmo que eu ouvi? – Henry bufou - Eu achava que nossa amizade era genuína, que você me via como Henry e não como um objeto que você deseja como o resto do mundo me vê. Decepcionado com você. Achei de coração que você era diferente. – Apertou os dentes.

As lágrimas caiam pelo rosto de Clara, não eram essas as palavras que ela gostaria de ter ouvido.

Clara saiu pela mesma porta que a pouco menos de 30 minutos tinha visto Natalie sair chorando.

Clara não olhou para trás, também sumiu pelo enorme corredor.

Maria, atras da porta tinha ouvido toda a conversa. Apesar de ouvir atrás da porta ser muito mal educado na compreensão dela, mas nesse momento ela não faria diferente. Maria entrou.

- Eu ouvi tudo.

- Ah, não! Outra.

Maria firmou a voz como não fazia a muito tempo, desde quando Henry era adolescente e tinha sido pego bebendo escondido.

- Cala a boca e me escuta! Você chega ser burro. Clara esteve ao seu lado esse tempo todo, nunca te cobrou nada. Sempre cedeu seu ombro para ouvir seus dramas, viu você pular de relacionamento em relacionamento e ser ignorada o tempo todo enquanto você dizia para ela que buscava um amor. Me poupe Henry William Dalgliesh Cavill. Chega a ser ridículo, você querer cobrar amor genuíno quando esse amor já estava na sua cara o tempo todo. Você ignora não só os sentimentos dela, mas os seus também, finge para si mesmo. Não foi essa a educação que você recebeu.

Maria também saiu pela porta. Mais uma mulher deixou Henry sozinho nesse dia.

Henry pensou em tudo que Maria disse, pensou em quanto ele era burro e quanto deve ter ferido o coração de Clara, mas não sabia o que fazer nem como concertar as coisas.

Acho que o primeiro passo é conversar com Clara. Ele pensou enquanto se encaminhou para o escritório supondo que Clara estava lá.

Ao chegar no escritório Henry não encontrou Clara e percebeu que as coisas de uso pessoal dela também não estavam ali.

Melhor dar tempo ao tempo ele pensou.

Enquanto Henry tentava esperando o tempo acalmar as coisas Clara tomou a decisão de ir embora e aceitar a proposta de John.





Por ElaOnde histórias criam vida. Descubra agora