Onde ela está?

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O som das árvores ecoavam em meio a floresta se misturando aos sons dos pássaros noturnos, enquanto da janela de uma cabana, um olhar assustado e pensativo encarava a noite como um animal preso pelos tornozelos e no pé da cama.

Os olhos castanhos choravam e o coração apertava em saber que por trás de toda aquela solidão forçada, existia uma pessoa chorando por não saber notícias dela, S/N, que continuava nas mãos do ex-namorado e ex-noivo, não porque opção, mas por força, pois a mesma estava trancada em uma corrente e em meio uma floresta completamente afastada de toda cidade de Paris, a mais de cinco dias.

No centro e em um hotel de luxo, Adele olhava pela janela a noite estrelada e não conseguia achar beleza na torre Eiffel brilhante e com uma lua cheia posta atrás da mesma, pois seus pensamentos estavam em como S/N, sua namorada estava, se estava sendo alimentada, agredida de várias formas, se estava viva, se estava em Paris ou em outro país, sofrendo a escolha que Adele a fez fazer.

Adele levou as duas mãos à cabeça, começando a chorar de forma intensa, enquanto seus pensamentos embaralhados lhe faziam se arrepender de ter ido atrás de S/N, se soubesse como Roberth realmente era. Se soubesse que a vida da pessoa que amava estaria em perigo ao aparecer novamente na vida da mesma, ela jamais retornaria e avançaria com sua vontade, por mais que passasse o resto de sua vida sofrendo as escolhas erradas feitas. Mas preferiria sofrer com isso, do que saber que S/N poderia estar morta.

O som do celular da cantora começa a ecoar pelo quarto, e quando a mesma o atende, escuta uma voz rouca e grave, que lhe avisava em francês que o cativeiro de S/N havia sido encontrado e que estavam indo em direção a ele, e de imediato a cantora se candidatou para ir, porém não foi permitido. Mas a mesma insistiu e avisou que iria com ou sem aprovação da polícia, então ouviu que um carro iria ser mandado para buscá-la.

Roberth caminhava pela sala com a imensa sensação de que as coisas estavam prestes a acabar para ele, então resolveu sair, não por medo, mas por saber que S/N estaria em suas mãos para sempre, mesmo que Adele a tivesse para ela, S/N estava traumatizada o suficiente para nunca o esquecer.

O homem alto pegou a chave do carro e abriu a porta, deixando para trás uma mulher com correntes nos tornozelos e gritando quando o motor do carro ecoou pelo espaço.

S/N consegue ver pela janela do pequeno quarto em que estava o homem fugindo e a deixando sozinha em um lugar em meio ao nada, e sem forças para se soltar, a mulher apenas grita para que ele voltasse, pois não queria ficar sozinha com o risco de nunca ser achada, mas o vê sumindo em meio às árvores, trazendo a tona o desespero e a sensação de que jamais veria Adele ou sua família novamente.

A mulher de traços fortes e olhos castanhos, se encolheu na cama em que estava presa, abraçando as própria pernas e sentindo seu ar ir embora devido uma crise de pânico e ansiedade, que a obrigou a deitar em posição fetal sobre a mesma e não parar de pensar em Adele.

Enquanto isso, a minutos dali as viaturas da polícia francesa corriam pela estrada asfaltada e adentravam em um ramal estreito, e dentro de uma delas, estava Adele com o coração acelerado e ao lado de um amigo baterista.

A mulher de intensos olhos verdes, estava com o coração batendo a mulheres de batimentos por segundos, e quanto mais adentravam no lugar, mas ela sentia medo do que poderiam encontrar.

Uma pequena cabana começou a surgir no fim da trilha e aos poucos seu tamanho foi aumentando entre às árvores, e assim que o carro onde a cantora estacionou, muito atrás, ela conseguiu ver policiais armados avançando e quebrando a porta, ouvindo também os gritos de S/N que a fizeram sair de onde estava e correr, mesmo que seu amigo a tentasse parar, mas era em vão.

Os pés de Adele afundaram na areia negra da floresta e assim que se aproximou da cabana, entrou rapidamente e correu em direção do grito, vendo S/N acorrentada sobre a cama, com as roupas rasgadas, rosto machucado, cabelos bagunçado e muito assustada.

Seu coração lhe trouxe um misto de sensações, e a principal era o ódio, pois ela não conseguia imaginar o que Roberth havia feito com S/N em cinco dias de desaparecimento.

Os policiais tentavam cortar a corrente grossa que prendiam as pernas de S/N, mas Adele via o machucado da região e o quanto a mulher sobre a cama estava assustada.

- PARA!! - grita e isso chama atenção de S/N.

- Adele?? - chora ao perceber a mesma correndo em direção a ela e subindo sobre a cama, e a abraçando com força - Adele... - chorou.

Adele não conseguia descrever o quanto estava feliz em saber que S/N estava bem, mesmo naquelas circunstâncias tão deprimentes e assustadoras, mas sentir a mulher respirando em seu pescoço era o suficiente para que a mulher de madeixas loiras chorasse assim como a mulher nos seus braços.

- Eu tô aqui - aberta o abraço, sentindo a mesma gemer baixo, então imediatamente se afastou e a olhou - O que ele fez?

- Ele me bateu - chora e se joga nos braços de Adele, que olha para os tornozelos feridos de S/N devido às correntes e um dos policiais avisando que precisava tirá-las, mas o simples toque fazia a mulher gemer.

- Me abraça S/N. Me abraça - pediu e sentiu a mesma abraçando sua cintura com força - Pode tirar policial - fala em francês, enquanto envolvia S/N em seus braços com força e sofria ao vê-la chorando.

Eu sinto você! - Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora