Presente

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Os primeiros raios de sol, surgiam por trás das árvores ainda tímidos, mas criando sua força com o passar dos segundos e minutos, trazendo um belo espetáculo no céu parisiense, com seus tons de amarelo, vermelho, azul e outras cores, que se misturavam ao fim da madrugada e crescimento do dia.

Adele abria os olhos lentamente, sentindo um peso em seu peito e seus fios puxados por algo. Vendo segundos depois S/N abraçada a ela e deitada de lado, posição achada para que conseguisse adormecer sem sentir dor em sua costela.

Os olhos fechados e inchados de tanto chorar, se abriram lentamente e encontraram as pedras de esmeralda de Adele, que sorria.

- Bom dia.

Bonjour - sorriu, recebendo um beijo na testa da mesma.

Ambas continuaram deitadas e abraçadas.

S/N sentia o aconchego dos braços de Adele em volta de sua costa, lhe acariciando e perguntando se a mesma estava sentindo alguma dor, e a resposta era sempre: "Não, meu amor!", e assim que percebeu que precisavam levantar para fazer algo, mesmo que a vontade para tal ação não fosse a mais importante naquele momento. Adele sentou-se na cama com cuidado, enquanto S/N permanecia na mesma posição: deitada de lado e olhando para a cantora.

A mulher de madeixas loiras, usava uma camisola preta com alças finas e seda, enquanto S/N um conjunto de short e camiseta, também da alça fina e de seda.

- Vamos caminhar um pouco? Só um pouco? - pergunta S/N, querendo esquecer que estava com uma rachadura na costela esquerda, e apenas extravasar ao invés de ficar o dia inteiro deitada em uma cama confortável e sendo cuidada por Adele.

- Eu não acho uma boa ideia, S/N. Você saiu ontem do hospital.

- Eu consigo! E é somente poucos minutos, Adele. E você vai ficar comigo, não vai?

- Tá bom! - revira os olhos, não querendo, mas sabia que iria ser muito bom para S/N sair e respirar, depois do que aconteceu - 10 minutos!

- Adele?! - resmunga.

- Nada além disso! - fala firme, deixando seu rosto angelical com uma expressão séria.

- Tá! - vira a cara, sentindo a cantora se aproximando com cuidado e a beijando na cabeça, enquanto falava:

- Ficou brava! - sorri e sente S/N batendo levemente em seu braço.

- Chata! - tenta lutar, mas sente sua costela e se rende ao abraço seguido por um beijo de Adele - Tenho um presente para você. Só não consegui lhe entregar - ergue a cabeça, vendo uma expressão de alegria misturada com estranheza e curiosidade.

- Presente? Eba! - sorriu.

- Me ajude a levantar, que eu pego - começa a se sentar na cama, mas Adele a para.

- Me diga onde está, que eu pego! - fala já saindo da cama, e deixando bem claro a curiosidade.

- Tá! - ri.

S/N começou a narrar lentamente e de uma forma bastante específica por quais caminhos a cantora britânica precisaria ir para encontrar o embrulho branco com um laço vermelho.

Cada palavra foi absorvida por Adele com atenção, até que saiu do quarto e caminhou em direção a sala, subindo o lance de escadas e caminhando por alguns metros, até chegar no quarto em que S/N havia deixado suas malas e roupas. Abriu o closet, pegou uma das quatro malas, caminhou em direção a cama e puxou o zíper que fechava a mesma, abrindo e vendo roupas e mais roupas, mas também um embrulho branco e com um laço avermelhado, lhe arrancando o mais belo sorriso.

Eu sinto você! - Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora