Eu sinto você! - Vol. 2

Vampire

As sombras abraçam a pele clara de Florence, enquanto caminha em direção ao quarto, subindo cada lance de escada com a caixa de bombons em mãos e as comendo, deixando para trás e no chão as pétalas ao chão e amassadas do buquê ganhado de Fernando, cujo nome é Roberth para ela, mas ela sabia ser mentira.

A mulher chegou até o amplo e confortável cômodo, onde retratos de figuras aleatórias acompanhavam as várias cruzes e símbolos nas paredes cor de creme.

Roupas tomam as poltronas e a única coisa que a mulher de longos fios ruivos e alta faz, é caminhar em direção a varanda, abrir as portas e sentir o vento em sua pele, fechando os olhos e respirando fundo, como se estivesse pensando no certo e errado, mas suas vontades eram alimentadas por seus demônios e eles queriam entender o que Roberth queria, e nesse momento ela agarrou o celular e ligou, ouvindo a voz grave e dizendo oi.

- Eu quero você! - sussurra, percebendo o mesmo falar com a voz em tom de malícia que estava a caminho.

Florence desligou, virando lentamente a cabeça, olhando em direção a uma de suas cruzes presas e sorriu, virando totalmente e caminhando em direção a seu guarda roupa, agarrando um belo e elegante vestido vermelho de seda e o pondo sobre a cama, começando a se despir e o vestir segundos depois.

Ela não iria ficar esperando Roberth, mas o queria ali enquanto encontrasse Adele antes do horário previsto e marcado.

A mulher se olhou no espelho, notando estar ainda mais atraente na peça, enquanto seus fios rebeldes lhe davam um charme para sair e seguir ao encontro que nem sabia que iria acontecer. Mas calçou seu salto, pegou sua bolsa e saiu.

As ruas movimentadas da cidade de Londres, eram a distração de Florence, que olhando pela janela de seu carro guiado por seu motorista, olhava cada pequeno detalhe do longo trajeto, chegando, enfim na frente do teatro onde Adele se apresentava todas as noite na cidade e onde poderia achá-la com muitas chances de acerto.

A mulher saiu, caminhando a passos elegantes e atrativos para o interior do mesmo, recebendo informações e começando a subir os lances curtos de escada, mas parando no meio do caminho, encostando na parede e fechando os olhos, como se fosse difícil demais estar ali e pela primeira vez em sua vida.

Seu coração acelerado a fez respirar fundo, segurar no corrimão e abrir os olhos, encontrando o vazio, enquanto arrumava a postura e continuava subindo até chegar ao seu destino, abrir a porta e encontrar Adele no palco com um moletom preto e calça de algodão na mesma cor, parando de cantar ao vê-la trajada com um vestido vermelho e atraente.

- Oi? - diz Adele, entregando o microfone para um membro de sua equipe e começando a caminhar em direção a ela, notando a beleza e elegância da mesma - Florence? O que faz aqui?

- Não estou atrapalhando, estou?

- Claro que não! - sorri - Mas... Não iríamos nos encontrar mais tarde?

- Iríamos - sorri - Mas preciso falar com você.

Adele, que estava há quase 3h fazendo a passagem e testes dos sons, estranhou e cruzou os braços, percebendo o semblante sereno e calmo da mulher em sua frente, mas a pediu para que seguisse em direção ao camarim, onde poderiam ter mais privacidade para conversassem.

Ambas, juntas, passaram por um corredor estreito, chegando em frente a uma porta e Adele a abriu, deixando Florence entrar primeiro e ela por último, e nesse momento a voz da cantora de fios ruivos ecoa no espaço, começando a narrar o que ela estava fazendo ali e porque estava fazendo o que estava fazendo.

Adele encostou na porta devido a surpresa, levando uma das mãos aos lábios em visível choque e reagindo como uma pessoa que me imaginava que tal coisa estava ligando ambas ao homem, e a narrativa de Florence a fez não conseguir ficar em pé, precisando sentar em algum lugar, assim como a cantora de fios ruivos, que a olha e deixa escorrer uma lágrima, aparada por Adele que a abraça forte e sussurra:

- Ele vai pagar por isso!

Roberth sorria maliciosamente e cheio de más intenções em relação a ligação de Florence Welch. E com seu carro, ele seguia em direção ao local onde a cantora vive para lhe dar o que ela havia lhe pedido por telefone.

O caminho era longo e bastante movimentado, fazendo-o demorar para se aproximar do bairro em frente a maior paisagem da cidade, mas assim que estacionou, notou as janelas fechadas e o silêncio exalando do local, como se não tivesse ninguém no interior da residência, mas isso não o fez desistir, muito pelo contrário, ele abriu a porta do carro, saindo e o travando por segurança, começando, poucos segundos depois, a seguir até a porta, tocar a campainha e notar que a mesma estava entreaberta, entrando e encontrando o silêncio e escuridão.

- Florence?

- Aqui em cima!

O homem sorriu, subiu as escadas com passos médios, chegando em frente a porta e a abrindo, encontrando a mulher de pé e olhando pela varanda a cidade agitada, enquanto ali a paz reinava.

- Estou aqui - sussurra Roberth, vendo-a com um roupão e virando lentamente para olhá-lo.

Florence sorriu, dando apenas um passo para frente, mas levando as mãos até o laço do roupão, desatando e deixando o tecido grosso escorrer por seu corpo, mostrando-a como veio ao mundo ao nascer, nua.

Roberth mordeu a ponta dos lábios, seguindo em direção a mulher e a carregando em seu colo até a cama e a jogando, enquanto retirava as peças de seu corpo e depois de livre, a puxar pelo tornozelo e a beijar de forma intensa, assim como ela, que segundos depois o puxa pelo cabelo com força o suficiente para o fazer gemer, enquanto sussurrava:

- Você vai se divertir muito, Fernando.

- Vou?

- Vai! - o empurra de costas na cama e investe as posições - Vai! - fecha os olhos com força e deixa os lábios entreabertos, jogando a cabeça para trás - Você não faz ideia do quanto!

O homem não está entendendo, mas ver a mulher começar a rebolar sobre seu corpo era o suficiente para fazê-lo esquecer do mundo atrás das paredes do quarto de Florence.