Sem som

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O sol quente não impedia Adele de correr o mais longe que conseguia, sentindo o tênis caro amortecer seus pés a cada passo avançado na rua ao redor de su acasa em Londres, além de ver pessoas observando com admiração e carinho, mas ela apenas seguia sua corrida, passando por todos e tendo a imagem de Florence na ponta da escada lhe esperando como se estivesse morta.

A cantora correu ainda mais, sentindo o suor a abraçando a cada passada, mas para quando sua respiração acelera demais para deixar ela prosseguir.

Os fios dourados e presos em um rabo de cavalo desconstruído, não lhe incomodavam, mas a roupa empregada de suor sim, além do sol em sua pele e em sua cabeça.

Porém, nada a fazia esquecer do sonho com Florence e porque havia sonhado com a cantora que mal convivia.

- O que tá acontecendo, Adele?

- Adele?

A cantora vira rapidamente devido ao susto, encontrando S/N ofegante e a olhando com estranheza.

- Oi!

- Por que você correu tão rápido?

- Desculpa, eu me empolguei - sorri, segurando no joelho ao começar a sentir as pernas doerem.

- Percebi! Tá tudo bem?

- Sim! - mentiu - Eu só me empolguei.

Longe dali e caminhando calmamente por um estreito caminho entre plantas e flores, estava Florence com seu vestido esverdeado e fios soltos, olhando cada pequena pétala e sorrindo ao sentir o cheiro das mudas e a macieis, cortando as folhas mortas e as colocando em uma cesta de palha, sentindo a areia em seu tecido e a paz de estar em casa e sozinha.

Florence sabia que estava se afundando ainda mais no perigo, e suas pedras de proteção lhe avisavam sobre algo estar prestes a acontecer, mas ela não iria desistir até conseguir, mesmo que se arriscasse demais e não pudesse mais voltar.

A mulher ergueu a postura, olhando ao redor e sorrindo de volta para casa, abrindo as portas e entrando, agarrando um vaso e pondo água, mas parando ao olhar em direção a porta, ouvindo um som e estranhou, mas a abriu, encontrando Roberth com um buquê de flores e uma caixa de chocolate em uma das mãos, sorrindo e apenas entregando, como se não fosse ficar.

- Obrigada.

- De nada - se aproxima, beijando-a e se afastando - Fui. - ri, fazendo-a rir e o ver entrar no carro e sumir.

Florence fechou a porta, olhando para os objetos e os deixando sobre o criado mudo, enquanto suas atenções voltaram para uma vela acessa, que se apagou no momento em que Roberth surgiu na porta.

- Eu sei! - sussurra ela, agarrando o buquê e olhando para o teto, amassando todas as pétalas e as jogando no chão - Pela Grace, Florence!

Adele voltava para casa, entrando e parando ao ouvir o celular tocar sobre a mesa, agarrando o aparelho e ouvindo a voz de sua acessora ecoando em um:

- Vamos de show?

- Quando?

- Amanhã de noite e no mesmo lugar de sempre, o que acha?

- Vamos! - diz desanimada, mas confirmando.

- Tá tudo bem?

- Apenas tive um pesadelo, mas estou bem.

- Me ligaram da equipe da Florence Welch, perguntando se ela poderia lhe encontrar?

- Florence? - senta no sofá - Falaram alguma coisa?

- Não! Só perguntaram e eu disse que iria falar com você.

Adele olhou em direção a S/N, que chegava e parava ao seu lado com os braços cruzados em visível curiosidade, enquanto a acessora da cantora falava como e onde ambas poderiam se encontrar.

S/N estava achando tudo muito estranho, mas iria apenas ouvir em silêncio a voz de Adele ecoar em aceitar ou não.

- Está bem! Avise para a pessoa que entrou em contato que posso encontrar com ela no fim da tarde. Mas, onde fica esse lugar?

- Parece que é a casa dela.

- Ah sim. Vou encontrar com ela sim.

- Está bem, até amanhã Adele?

- Até amanhã! - desliga, olhando em direção a S/N - A Florence quer encontar comigo.

- Razão?

- Não sei!

Eu sinto você! - Vol. 2Onde histórias criam vida. Descubra agora